Magnolia - 30 de março de x792
O mago de cabelos róseos caminhava de forma distraída em meio a muitidão que começava a tomar as ruas de Magnólia, contudo, desviando-se automaticamente de todo e qualquer obstáculo.
O tráfego obstruído, perturbava os demais habitantes, que faziam questão de gritar em meio a confusão, mas não era o bastante para tirar o dragon slayer do sério. Ele apenas seguia andando, com ambas as mãos postas atrás da nuca e, embora portasse um semblante indiferente inatingível, divertia-se lembrando o quanto Lucy estava exultante com a ocasião.
O desabrochar multicor das cerejeiras só aconteceria na noite do dia seguinte, mas nem por isso as pessoas que lotavam a cidade sentiam-se menos animadas. Inúmeros turistas chegaram, com dias de antecedência, apenas para garantir hospedagem privilegiada e um lugar de destaque, onde poderiam contemplar o espetáculo natural em toda a sua glória.
Os lucros no comércio, principalmente dos ramos hoteleiros e alimentícios, aumentavam consideravelmente nessa época, o que fazia com que inúmeros vendedores ambulantes, tanto naturais de Magnolia, quanto vindos apenas para a festividade, tomassem as vias com suas barraquinhas, dificultando o trânsito ainda mais.
Foi num desses vendedores que, em seu momento de desatenção, ao imaginar se Lucy realmente o esperaria voltar com o almoço, ou se, usando de toda a sua teimosia, cozinharia uma refeição completa enquanto estivesse fora, Natsu se chocou. O baque fez com que as diversas quinquilharias que o homem sustentava em uma bandeja de madeira, despencassem contra o piso de pedra.
— Gomen! - O mago do fogo desculpou-se enquanto abaixava, com o objetivo de evitar que os diversos objetos rolassem para longe.
— Tudo bem. - O senhor, que também empenhava-se na mesma tarefa respondeu.
Ambos recolhiam as mercadorias caídas rapidamente, pois sabiam que acabariam sendo pisoteados caso ficassem abaixados por muito tempo. Logo, pegaram tudo que podia ser salvo e levantaram-se.
— Algumas quebraram. - Dragneel observou, desgostoso, inúmeros caquinhos coloridos espalhados pela rua.
— Mas graças aos céus, a maioria não! - O vendedor respondeu, de forma positiva.
Natsu arqueou as sobrancelhas, ante a reação otimista do ambulante. Fosse outra pessoa, teria imediatamente ralhado com o rapaz pelo desastre e o intimado a pagar o prejuízo.
— Quanto eu lhe devo? - Perguntou. Mesmo chateado, sua consciência não deixaria que ele partisse sem repor o que havia sido perdido.
— Não se preocupe com isso. - O comerciante deu de ombros, caminhando de volta em direção a uma das barracas montadas na calçada. - Foram apenas duas, e eu tive tanta culpa quanto você. - Explicou. - Além do mais, essas são apenas peças de mostruário. - Indicou os pequenos objetos, dispostos desordenadamente sobre a bandeja.
Só então, o jovem de cabelos róseos parou para observar melhor os produtos. Tratavam-se de inúmeras peças de vidro, entre as quais destacavam-se miniaturas, estatuetas, globos de neve, porta-joias e muitas outras coisas.
— São todas de vidro. - Comentou, impressionado com a beleza das pequenas peças. - Mas só duas quebraram! - Observou, curioso.
— Isso é porque elas são encantadas para que nunca se quebrem. - Contou o vendedor. - As duas que estragaram, eram bem antigas. Eu não tinha tanta habilidade com magia na época. Acho que é por isso que quebraram. - Divagou.
— Você é um mago. - O dragon slayer constatou o óbvio.
— Sou um vendedor, que usa magia de forma amadora nas peças que fabrica. - Corrigiu, constrangido, levando a mão direita até a nuca. - Prazer, Nathan Waarnemer. - Apresentou-se.
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Conspiração
FanfictionLucy com certeza não estava preparada para ser mãe, assim como Natsu não fazia a mínima ideia do que é ser um pai. Mesmo assim, uma gravidez inesperada virou do avesso o mundo dos dois magos da Fairy Tail que, repentinamente, se viram obrigados a a...