Prólogo

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O grande salão decorado de forma requintada estava lúgubre e vazio. Obviamente, não podia se esperar menos que isso, já que a reunião tinha sido marcada no meio da madrugada.

Cruzando o dito lugar, um indivíduo com cerca de um metro e setenta de altura fazia seus passos leves ecoarem como marteladas no mármore gelado. Entretanto, discrição não era sua preocupação. Sabia que estavam livres de qualquer perturbação.

O homem continuou seu caminho até se aproximar de um elegante conjunto de estofados de veludo, adornados com riquíssimos entalhes dourados. O creptar das chamas da lareira já se tornava audível, mesmo com o retumbar de suas passadas. As chamas intensas concediam um tom alaranjado aos seus cabelos alvos e também faziam com que as sombras dançassem fastasmagoricamente ao seu redor.

Mesmo estando a meia luz, já era possível visualizar, sentado bem ao meio do móvel com três lugares, a figura imponente que ostentava uma longa barba e um chapéu negro de abas largas.

— Você demorou Hallbamn . - Ralhou o homem sentado, o azedume característico de sua voz um pouco mais afetado. Hallbamn conteve um suspiro irritado. Aquele era ninguém mais, ninguém menos que Grand Doma: Presidente do Conselho Mágico, dono de notável mal-humor, que fazia questão de exibir não importasse a situação.

— Peço sua compreensão. - O recém-chegado desculpou-se, a contra-gosto. - Mas não é fácil para nós, homens tão conhecidos e importantes, nos reunirmos sem sermos notados. - Explicou. - Ainda mais se não podemos utilizar as projeções holográficas.

— Você sabe que usar a projeção de pensamento só aumenta o risco de sermos descobertos. - O presidente do Conselho de Magia lembrou. - Se por um acaso alguém desconfiar de nós, imaginará que não arriscaríamos nossos pescoços em um encontro, portanto, tentará nos rastrear pela magia.

— Sim, eu sei. - Hallbamn limitou-se a concordar, tomando lugar em outro sofá. - Seremos apenas nós dois nesta noite? - Perguntou.

— Sim. - Grand Doma Assentiu.

— E o que tem tamanha importância para que você ignore os outros e queira conversar a sós comigo? - Perguntou, com um misto de curiosidade e preocupação.

— Os últimos ajustes estão sendo preparados. - O presidente comunicou. - A hora se aproxima.

Hallbamn não pôde evitar de sentir certo desconforto e um calafrio percorrer-lhe a espinha. Mesmo assim, sua expressão severa não mudou em nada, mantendo completamente ocultas as reações de seu corpo.

— Você sabe que, uma vez que se inicie, não haverá volta. - Continuou o presidente.

— Estou ciente. - O outro respondeu. - E as possíveis interferências? - Questionou.

— Depois do incidente em Zamúria, a Nihil Occultum não se manifestará por um tempo. - Explicou.

— E a Tartarus? - Continuou o questionamento.

— Ela manteve-se inerte até agora. - Comentou. - Creio que permanecerá assim por enquanto.

— Eles podem se aproveitar do momento de conflito para atacar. - Ponderou Hallbamn.

— Nós não podemos nos dar o luxo de esperar que eles ataquem para agir. - Retrucou o presidente. - E uma vez que assumirmos o comando, poderemos combatê-la com mais liberdade. - Emendou.

— E quanto a Fairy Tail? - Indagou Hallbamn, arrancando de Grand Doma uma expressão um tanto entediada. - Não creio que ficarão quietos ante a situação. Ainda mais se Makarov desconfia que forjamos a morte de Lucy Heartfilia.

— Makarov não desconfia. Ele tem certeza. - Declarou o presidente.

— Então certamente tentarão interferir. - Concluiu.

— Está com medo, Hallbamn? - Debochou o homem de chapéu. - Pensei que não fosse viver para ver um Membro do Conselho temendo a reação de uma reles Guilda de Magos.

— Você sabe que não é medo. - A expressão do recém-chegado finalmente se alterou, externando sua indignação. - Mas Makarov certamente unirá as pontas, considerando que a maga celestial é peça fundamental. - Explicou. - Com certeza será um aborrecimento. - Suspirou, resignado.

— Não será um aborrecimento. - Grand Doma começou, levantando-se caminhando até a lareira. - Será uma oportunidade. - Continuou, parando de costas para Hallbamn. - A oportunidade de destruir a Fairy Tail definitivamente. - Concluiu virando apenas o pescoço, exibindo o sorriso sádico que rasgava-lhe a face.

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