Prólogo

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O que vale uma vida de riqueza, e uma alma atormentada? O que se ganha, ao ter o poder de conquistar o mundo e perder a própria liberdade? 

Será mesmo que existe liberdade? 

Alfonso se levantou do chão, batendo as mãos em seus joelhos e tirando o que restava de terra ali. Respirou fundo, antes de olhar calmamente ao redor. O morro era alto, e dali, ele tinha uma bela vista de toda a cidade. 

Ironizou seu pensamento, logo se recompondo. 

Se tinha algo que ele tinha toda a certeza no mundo, era que não existia liberdade. Não existia paz. 

— Pronto para ir? — Ele olhou para Arthur que sinalizava a descida, e franziu rapidamente o nariz — Já está feito.

— Pode ir, logo te encontro — Dispensou, e o rapaz assim o fez. Deixando-o para trás, solitário e perdido, como sempre costumava estar. 

Olhou novamente para o amontoado de terra, e brevemente fechou seus olhos, inclinando a cabeça para o céu. 

Tragou a própria saliva, sentindo a cabeça voltar a latejar. O barulho de correntes o fez tombar a cabeça para o lado, na tentativa de se livrar daquele som que o perseguia. Elas se arrastavam, e ao fundo, ainda conseguia ouvir o barulho da pá batendo contra as barreiras.

Como poderia saber o que era liberdade, se nem mesmo sua mente o deixava em paz?

Caiu de joelhos ao lado do monte de terra, colocando as duas mãos, uma em cada orelha, pressionando sua cabeça com toda a força. Sua expressão era de incomodo, atormento, de pura dor. O grito saiu como um grunhido por entre seus lábios, e sentiu mais uma vez o seu coração acelerar. 

Os olhos fechados, fizeram sua mente vagar até buscar uma imagem registrada, algo que nem mesmo ele sabia ter guardado. Apesar de nublado, era um rosto sereno, com uma voz angelical. A melodia fazia com que as correntes se tornassem segundo plano, trazendo pouco a pouco sobriedade a sua mente, o devolvendo o ar.

As mãos agora relaxaram ao lado de seu corpo, tocando a terra úmida. 

Existia, enfim, algo no mundo que poderia devolver paz a sua alma? 

Alfonso riu, desiludido, logo dispensando aquele pensamento ridículo e se colocando em pé. Bateu as mãos, tirando a terra que tinha ali, e cuspindo ao lado do monte. 

Se tinha algo do qual ele tinha absoluta certeza, era de que não tinha mais uma alma. 



 Em breve. 




Estamos de volta 😍 

E dando inicio a uma nova história. SVA será finalizada, e assim, daremos continuidade a essa nova história que acaba de nascer. Espero que se apaixonem por essa história, e por esses personagens incríveis, assim como eu fico a cada novo capítulo. 
Bem-vindos a crime e desejo ♥️

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