Capítulo 12 - Unexpected

606 30 88
                                    

Antes mesmo do sol bater em sua janela, Anahí se remexia na cama, sentindo todo o seu corpo protestar com a dor causada pelo mínimo movimento. A mente trazendo as lembranças da noite anterior, vivas em sua memória.

Seu corpo todo se arrepiou, como se ainda fosse capaz de sentir o rastro de fogo trilhado pelos lábios de Alfonso.

Abriu seus olhos ao tê-lo em sua mente, sorrindo e negando com o rosto ao encontrar sua cama totalmente vazia.

Se tinha certeza de algo, era de que Alfonso não estaria em sua cama ao amanhecer. Já havia deixado claro algumas vezes que não dormia com nenhuma das mulheres com quem se envolvia, e sabia que ela não seria nenhuma exceção.

E não esperava por isso.

Cobriu seu corpo nu com um lençol, se levantando.

O corpo novamente protestando, pedindo descanso. E bem que ela olhou para sua cama com pesar, suspirando.

Tudo o que queria era passar o restante do dia ali. Mas não podia.

Caminhou até o banheiro de seu quarto, encontrando a gravata de Alfonso jogada no caminho. Negou com o rosto enquanto observava a peça, e se abaixou, pegando-a e jogando na poltrona próxima a janela de seu quarto.

Se olhou no espelho, os cabelos estavam bagunçados, assim como o rosto cansado. Arregalou seus olhos ao notar a quantidade de marcas que tinha em seu pescoço, e colo, abaixando o olhar e notando pequenas marcas roxas em sua barriga.

— Anahí? — Rapidamente se virou, pegando seu robe de cetim que estava pendurado próximo à saída do banheiro, enrolando o lençol e o jogando em um canto qualquer — Você está acordada?

Anahí: Sim, estou — Amarrou com um laço em frente ao seu corpo, ouvindo os passos de Annabelle se aproximarem de sua porta — Pode entrar — Antecipou, e Annabelle riu do lado de fora com uma mão levantada, prestes a bater na porta. Era irritante a maneira como Anahí parecia sempre prever tudo.

Annabelle: Bom dia, flor do dia — Sorriu para a irmã, que a olhou com uma sobrancelha arqueada — Tudo bem? — Anahí suspirou, as vezes era irritante o bom humor que a irmã tinha logo no início do dia.

Anahí: O que você quer logo cedo? — Annabelle levantou a caneca que tinha em suas mãos em resposta.

Annabelle: Preparei para você — Andou até a irmã, entregando-a — Achei que depois dessa noite, fosse precisar... — Disse com um tom sugestivo, intrigando-a.

Anahí: Não sei entendi esse seu tom — Aceitou a caneca que Annabelle lhe estendeu — O que quis dizer com "depois dessa noite"? — Arqueou uma sobrancelha, enquanto a olhava.

Annabelle: Você sabe... depois de uma noite quente... fria — Se corrigiu rapidamente com um riso — Uma noite fria como essa... é preciso um bom café para aquecer, e dar energia — Anahí seguiu olhando-a por alguns instantes, como se analisasse a resposta.

Anahí: Obrigada — Tomou um gole do café, decidida a ignorar o tom da irmã.

Annabelle: O que é isso? — Andou até Anahí, colocando o dedo em uma mancha roxa em seu pescoço, e ela se retraiu com o toque.

Anahí: Não é nada — Se esquivou, tentando esconder a mancha com o robe — Eu só... tropecei e bati — Deu de ombros, forçando um sorriso irônico com a primeira desculpa que lhe veio à mente.

Annabelle: Na boca de quem? — Cruzou seus braços, arqueando uma sobrancelha.

Anahí: Annabelle, você está com uma imaginação muito, muito fértil — Dispensou, tomando mais um gole de seu café — Eu preciso me preparar para ir trabalhar, tem mais alguma coisa que queira me dizer?

Crime e desejoOnde histórias criam vida. Descubra agora