— O que aconteceu? — Anahí piscou, se situando com a voz agoniada da irmã atrás dela.
Bem que Anahí gostaria de ter força suficiente para ajudá-lo a se manter de pé, e com isso, ofereceu seu corpo e tudo o que tinha de força para sustentá-lo, mas ainda assim, não era o suficiente para tirá-lo dali.
Correu seus olhos por todo o corpo de Alfonso, checando-o.
Os olhos eram de pura angústia e dor, sabia bem reconhecer aquele sentimento.
— Não pergunte — Se adiantou ao ver a irmã pronta para repetir a mesma pergunta de segundos atrás — Acredite, Anna — Rodeou a cintura de Alfonso com um braço — Às vezes, é melhor não saber de nada.
Annabelle: Como não? — Levou as mãos aos cabelos — Tem um homem morrendo na sala de nossa casa, e eu nem sequer posso perguntar o que...?
Anahí: Ele não está morrendo — Conferiu novamente, vendo-o com a mão apoiada sobre o abdômen — Só levou uma boa surra — Soltou um suspiro pesaroso — Vem, me ajude a levá-lo — Pediu a Annabelle, que imediatamente o apoiou com o braço por seu ombro.
Annabelle: Eu acho que você está enganada — Verificou, constatando com uma careta — Ele está morrendo sim, Anahí — Sussurrou em tom confidente, o que a fez revirar os olhos — Céus, eu estou te ajudando a carregar um possível cadáver! — A voz agora saiu esganada — O que você vai fazer com a polícia quando encontrar o corpo dele aqui? Como vai provar que somos inocentes? — Anahí revirou os olhos diante da preocupação da irmã.
— Eu estou bem — Saiu como um gemido, e Annabelle se afastou com um pulo.
Annabelle: Minha nossa! — Exclamou com o susto, levando a mão livre ao peito — O defunto falou!
Anahí: Annabelle! — Repreendeu, negando com o rosto. O corpo perdendo o equilíbrio ao apoiar sozinha todo o peso do corpo de Alfonso.
Annabelle: Desculpe — Voltou a apoiá-lo — Eu não esperava por isso — Sorriu envergonhada, vendo um sorriso no canto dos lábios de Alfonso.
Alfonso: Eu estou bem vivo, senhorita — Insistiu, tentando, mesmo que em vão, sustentar o peso do próprio corpo — Não se preocupe, eu não vou te assombrar durante a madrugada.
Anahí: Shhh — Voltou a rodear a cintura de Alfonso com um braço — Não faça esforço — Pediu, trocando um olhar com Annabelle — Céus... — Suspirou — Vamos levá-lo ao meu quarto — Orientou, revirando os olhos diante do sorriso irônico nos lábios da irmã — E fique quieta!
Annabelle: Eu não disse nada — Cantarolou, apoiando-o sentado na cama dela — Mas aposto que ele vai se recuperar rapidinho aqui no seu quarto — Insinuou, ignorando a revirada de olhos de Anahí.
Anahí: Cale a boca — Bradou entredentes, ouvindo um riso fraco de Alfonso — O senhor também, cale essa boca — Disparou, afastando para olhá-lo com atenção.
Alfonso: Eu não fiz nada — Apertou o braço contra o corpo, soltando um gemido baixo com o contato — Mas, não posso deixar de concordar com sua irmã — Olhou Annabelle, que ainda sorria divertida — É uma moça muito perspicaz.
Annabelle: Você ri na cara do perigo — Murmurou a Alfonso, que sorriu para Anahí.
Mas Anahí estava completamente alheia a ironia dos dois. Ela ainda o olhava, notando cada uma das marcas deixadas no corpo dele.
Quem quer que tenha feito isso com ele, o deixou totalmente sem chances para reação.
Sua mente trabalhava para encontrar explicações para o que via, e para o que podia ter acontecido em tão pouco tempo.
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Crime e desejo
FanfictionNão se pode ter tudo na vida, e era sobre isso que refletia naquele momento. Mas era exatamente isso o que desejava. A ambição era inimiga da perfeição, assim como a pressa. E pressa, era algo que nenhum dos dois tinha naquele momento. Afinal, crime...