Capítulo 7 - I see you

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Henry observava a chuva cair impiedosa pela janela de seu novo escritório, na grande cidade de Liverpool. Era fascinante e movimentada como Londres. As pessoas andavam apressadas de um lado para o outro, todas ocupadas demais para prestar atenção na beleza ao seu redor.

Mas ele fazia isso com muita perfeição.

Era um ótimo observador, e não demoraria muito até entrar no ritmo daquela cidade, daquelas pessoas, até se tornar praticamente um deles. Totalmente camuflado entre pessoas comuns, que nem sequer tinha ideia de suas intenções e objetivos.

— Chefe — Olhou para a porta ao ouvir leves batidas contra ela — Posso entrar?

Henry: Por favor, meu jovem — Apontou para a cadeira a sua frente, se ajeitando — Como está tudo por aqui?

Michael: Está tudo dentro do controle — Michael se sentou de frente para ele, entrelaçando seus dedos — O senhor queria me ver?

Henry: Certo — Se inclinou sobre a mesa — Então, vamos direto ao ponto aqui — O olhou — O que sabe dessa investigação?

Michael: Sei o mesmo que a senhorita Puente — Henry apenas suspirou — Não tem sido um caso fácil, e você sabe, Herrera sabe muito bem jogar com as pessoas.

Henry: Anahí é esperta demais para cair no jogo dele — Dispensou, mordendo o canto de sua unha — Isso não me preocupa.

Michael: Ela é dura na queda, eu também não me preocuparia com isso — Concordou — Mas, o que me preocupa é outra coisa — Se aproximou da mesa — E se estivermos cavando em terra seca? — Henry franziu o cenho — Vamos bater, bater e não encontrar nada — Henry bufou — Vai ser tempo e esforço completamente em vão.

Henry: Está duvidando de minhas habilidades, sargento? — Se levantou, apoiando as mãos sobre a mesa — Acha mesmo que eu não sou capaz de reconhecer um bandido?

Michael: De maneira alguma, senhor — Não recuou diante do olhar dele — Mas seria um enorme desperdício de tempo, descobrir que o container não está na posse de Herrera.

Henry: Esse container está com ele! — Bateu com força sobre a mesa — Você já me viu estar errado, Michael?

Michael: Não, senhor — Negou, desistindo de argumentar.

Henry: É porque eu não estou! — O olhou com atenção — Eu vou recuperar cada uma dessas armas que ele roubou, e fazê-lo pagar por cada um dos crimes que cometeu — Apontou, o olhar carregado de ira — Eu não consegui fazer isso com o pai dele em vida, mas ainda assim, farei justiça. Essa família vai pagar por todo o mal que causou — Michael apenas assentiu, quieto — Posso contar com você, sargento?

Michael: Sim, senhor — Se levantou, colocando-se a postos — Eu não fujo de uma missão.

Henry: Eu sei que não — Sorriu, satisfeito — Você e Anahí são as duas únicas pessoas que confio para isso. E eu tenho certeza... — Rodeou a mesa — Que em breve, iremos pegá-los — Sorriu de forma sombria, deliciado com a própria fala — E não terei piedade, assim como eles não tiveram com inúmeras de suas vítimas — Michael assentiu, novamente — Tem algo mais em que posso te ajudar?

Michael: É só isso, senhor — Henry o dispensou com um sinal, observando-o sair de sua sala.

Sua rixa com a família Herrera era de outros Outonos, e ele sabia muito bem onde estava colocando os pés. Afinal, os filhos de um criminoso, não tem como seguir outro caminho, tem?

Era exatamente isso o que pensava.

Sua necessidade de vingança por tudo o que aquele homem o fez passar, era muito maior do que a sede por justiça.

Crime e desejoOnde histórias criam vida. Descubra agora