Capítulo 4 - The price of a promise

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Não tinha um só minuto do dia em que Anahí não estivesse pensando na proposta feita por Alfonso. Era uma oportunidade única, estar dentro dos negócios dele, reduziria pela metade o tempo de seu trabalho. Disso ela tinha certeza.

Mas mesmo com a vontade de dizer sim para trabalhar com ele, seu orgulho ainda falava mais alto. Conhecia muito bem homens como Alfonso, e um sim, nessa ocasião, era apenas dar mais poder para ele.

E isso, ela não faria. 

— A senhora anda muito pensativa — O comentário ao seu lado, fez com que Anahí piscasse os olhos, retornando à realidade — Algo a incomoda?

Anahí: Eu só tenho pensado demais — Justificou, pouco interessada em um diálogo com Michael.

Michael: Ainda na proposta de Herrera? — Anahí se virou para Michael, que insistiu — Eu já lhe dei minha opinião sobre isso, e acredito que Henry pensa da mesma fora.

Anahí: A questão é que a sua opinião realmente não me importa — Disse rígida, o que o fez rir.

Michael: Você conseguiria voltar para casa mais cedo — Continuou argumentando, ignorando as esquivas dela.

Anahí: Você quer mesmo conversar? — Michael assentiu, e ela respirou fundo — Tudo bem, me dê três bons motivos para aceitar trabalhar para o senhor Herrera.

Michael: Muito bem — Cruzou os dedos em cima da mesa — O primeiro, eu acabei de falar. Você vai acelerar a investigação, e vai poder voltar para casa mais cedo — Levantou um segundo dedo — O segundo, e talvez o que mais chame a sua atenção, é... — Olhou atentamente para o lado, antes de se inclinar na direção dela — Existe muito mais por trás da fachada que o Herrera construiu. Eles comandam não só importação e exportação, mas também apostas, corridas, e controlam todo o distrito — Ela arqueou uma sobrancelha, interessada — A única coisa que interessa ao estado, que é o motivo da senhora estar aqui hoje, é o container carregado com o armamento dos militares. Mas você... — Apontou para ela — Pode derrubar o castelo de cartas dos Herrera com um estalar de dedos.

Anahí: Hum... — O olhou, ainda assimilando toda informação disparada por ele — E qual o terceiro motivo?

Michael: Você vai ter feito tudo sem depender de ninguém — Completou, dando de ombros. Os olhos atentos para que ninguém os visse em uma conversa tão confidencial e intima em plena biblioteca da universidade.

Anahí: Eu já estou fazendo isso — Sorriu ironicamente, batendo suas unhas na mesa antes de se levantar — Escute, Michael — Apoiou as mãos na mesa para aproximar o rosto do ouvido dele — Tudo o que você sabe de mim, estava escrito em uma pilha de papel, e sinceramente, não o tome como base. Eu sou muito mais do que o amontoado de palavras que leu, eu sou capaz de muito mais do que sua mente sequer é capaz de imaginar — Seu sorriso aumentou — Não me subestime — Alertou, se recompondo — Eu não preciso trabalhar para Alfonso Herrera, para tê-lo em minhas mãos.

Michael: Ele é muito mais perigoso do que imagina, senhora Puente — Alertou, cuidadosamente — Eu teria um pouco mais de cautela, e andaria em campos seguros.

Anahí: Uma pena que quem está a frente desse trabalho, sou eu — Disse com falso pesar, concluindo com um bico — Mas de toda forma, obrigada pela conversa — Bateu a mão no ombro dele.

Ajeitou os óculos em seu rosto, segurando um punhado de livros em seus braços, seguindo para a saída da biblioteca. Os olhos atentos a todo momento, procurando com afinco uma única pessoa.

Mas ela sabia muito bem que ele não estava ali.

Não era dia de sua aula, não era horário de seu curso, e a turma toda já tinha sido dispensada. Não seria Alfonso Herrera quem ficaria para trás. 

Crime e desejoOnde histórias criam vida. Descubra agora