Crime e desejo

Capítulo 43 - Tireless

— Ele não faria isso — Murmurou, mas foi alto o suficiente para que eles ouvissem.

— O que disse? — Arthur arregalou seus olhos, meneando levemente o rosto ao atrair o olhar assombrado de Maite.

Maite: O que? — Franziu o cenho, se fazendo de desentendida ao voltar encarar Theodore.

Theodore: O que ele não faria? — Arqueou uma sobrancelha, divertido com o jeito de Maite.

Maite: O que ele não faria... ah, Alfonso! — Raciocinou rapidamente, e Arthur respirou aliviado — Alfonso não trancaria a sala dele, sabendo que precisamos de vários documentos que estão por lá — Rodeou a mesa, caminhando em direção a Theodore — Onde você estava? — O abraçou, sentindo os braços dele retribuir o gesto — O que estava fazendo? Por que não te vejo há tanto tempo? — Emendou as perguntas, tirando o foco de Theodore.

Theodore: Em minha sala — Riu ao atrair o olhar cruzado dela com sua resposta — Estive na Alemanha, cuidando de algumas negociações a pedido de Alfonso — Deu de ombros ao justificar.

Maite: O que? — Se afastou, olhando-o — Ele sabia que estava lá? — Arqueou uma sobrancelha, trocando um breve olhar com Arthur.

Theodore: Sim? — Franziu seu cenho, estranhando — Ok, o que está acontecendo aqui? — Desviou seus olhos de Maite para Arthur.

Arthur: Maite está sobrecarregada com a ausência de Alfonso — Justificou, dando um passo a frente — E está entrando em parafuso, então, desconsidere — Balançou seus ombros, estendendo a mão para Theodore — Bom te ver, irmão — Sorriu ao ser puxado para um abraço.

Theodore: Muito bom te ver — Bateu levemente sobre as costas de Arthur, se afastando com um sorriso — Você emagreceu — Arqueou uma sobrancelha, enquanto o analisava — Está mais... arrumado? — Olhou para Maite, que assentiu, voltando a notar as roupas novas de Arthur e o corte de cabelo — O que aconteceu por aqui, durante o tempo em que estive fora?

Arthur: Ah, Théo... — Pigarreou ao receber uma cotovelada da irmã, que disfarçou o olhar — Nada demais, na verdade — Concluiu com um sorriso forçado, massageando sua costela.

Theodore: Ei, cara, eu soube que saiu aqui da empresa e eu sinto muito... — Se lamentou, surpreendendo-o — Eu sei que o clima com Alfonso no comando fica cada vez mais estranho, mas isso daqui também é um pouco seu.

Arthur: Você sabia? — Franziu o cenho, enquanto Maite analisava a situação com a mesma estranheza.

Theodore: Sim, Alfonso me contou — Deu de ombros, passando pelos dois e se sentando em uma das poltronas — Por falar nele... — Cruzou suas pernas ao apoiar os braços no encosto — Por onde anda? — Tirou o celular do bolso — Estou há dias tentando contato com ele e não consigo.

Arthur: Alfonso...? — Olhou de soslaio para Maite, que se posicionou ao seu lado.

Maite: Ele tinha alguns assuntos pendentes com os novos investidores, e precisou sair do país — Improvisou, rapidamente — Aliás, ele deixou esses documentos para você — Pegou uma das pastas sobre sua mesa — São gráficos comparativos para a compra dos novos galpões — Explicou diante do olhar de Theodore, que assentiu.

Theodore: Eu precisava mesmo falar com ele — Suspirou com pesar, meneando levemente seu rosto.

Maite: Aconteceu algo urgente? — Se sentou no braço da poltrona em que Theodore estava, massageando seus ombros — Se for algo que eu puder ajudar... — Deu de ombros ao receber o olhar dele.