Capítulo 30 - What fear does

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— O que? — Ele franziu o cenho, recuando um passo, afetado com a resposta dela — Isso é...

Anahí: Eu sei — Interrompeu, recebendo o olhar dele, o que a fez se encolher.

O olhar de Anahí agora estava perdido, como se buscasse tentar uma forma de corrigir toda aquela situação, mesmo que ela soubesse que a chance daquilo acontecer era igual a zero.

Não sabia exatamente o que fazer, o que falar. Tampouco até onde era seguro que Alfonso soubesse sua verdade.

Dentro de si, torcia desesperadamente para que ele não perguntasse mais nada, ou acabaria entregando tudo. Mas não mentiria para ele.

Levantou o olhar ao ouvir o suspiro de Alfonso, vendo-o estancado no lugar. O olhar buscando pelo dela, como se esperasse a justificativa daquela resposta. Como se esperasse algo a mais, algo que ela não o podia dar.

— Anahí, isso...

Anahí: Eu sei o que é isso, Alfonso — Levantou seus ombros — Eu consigo ver em seus olhos.

Alfonso: Céus — Andou para o outro lado da sala, desviando dos baldes de tinta — Eu esperava tudo... — Apertou a ponte do nariz — Como eu pude ser tão idiota?

Anahí: Carinho, não — Ele fechou os olhos com força diante daquele apelido — Não se responsabilize por algo que fui eu quem fiz — Alfonso riu sem humor, meneando o rosto — Não faça isso com você.

Alfonso: O que você quer comigo, Anahí? — Se virou para ela, que estava novamente perto demais — O que você quer de mim? Por favor... — Levantou as mãos — Só... me diz a verdade.

Anahí: Nesse momento, eu só quero você — Disse, fazendo-o rir — Só quero isso aqui — Apontou para os dois — Eu não quero nada além disso — Tocou o peito nu de Alfonso, que acompanhou o movimento dos dedos dela com o olhar — Eu nunca menti para você, carinho.

Alfonso: Mas nunca me contou toda a verdade — Desviou o olhar da mão dela, levando suas mãos aos cabelos — E o pior é que eu não posso nem agir como se não soubesse, porque você me contou que é... — Se calou, olhando-a.

Anahí: Sim, eu te contei — Confirmou, meneando o rosto.

Alfonso: Anahí — Recuou um passo, afastando do toque dela.

Anahí: Alfonso — Avançou o passo que ele recuou.

Alfonso: Você faria isso comigo? — Franziu o cenho, e Anahí engoliu a seco com a decepção estampada nos olhos dele.

Anahí: Eu nunca faria nada que pudesse te prejudicar — Admitiu, voltando a tocá-lo — Carinho, olhe para mim — Pediu, tocando o rosto dele — Eu sei que está decepcionado agora, eu posso ver em teus olhos... — Estreitou os olhos, deslizando um dedo sobre a bochecha dele — Mas eu sei que você sente, eu realmente não minto para você. E eu estou te dando a minha palavra: eu nunca faria nada que pudesse te prejudicar — Reafirmou, sem tirar os olhos dos de Alfonso.

Alfonso: Você entrou na minha vida para me destruir... — Fechou os olhos, assimilando — E eu me apaixonei por você — Tragou a própria saliva, segurando o pulso de Anahí, interrompendo o carinho que ela fazia em seu rosto — Eu... — Desviou dos olhos dela, vendo-a ainda nua — Céus... eu só... — A soltou, pegando sua calça jogada no chão — Só não posso ficar aqui agora.

Anahí: Não faça isso — Pediu, seguindo-o — Me deixe ao menos tentar...

Alfonso: Você já disse o que eu precisava saber, Anahí — Vestiu sua camisa, abotoando do jeito que deu — Você é a.... maldita pessoa que eu estava procurando o tempo todo dentro daquela empresa, e estava bem debaixo do meu nariz — Meneou mais uma vez o rosto, frustrado — Eu confiei em você, Anahí — Abaixou o rosto com um riso irônico — Eu confiei tudo o que eu tenho em suas mãos. Eu confiei em você! Só em você!

Crime e desejoOnde histórias criam vida. Descubra agora