— JÁ VAI! — Gritou, agora sem nenhuma paciência — Céus! Esse prédio está pegando fogo ou o que? — Bufou ao se deparar com o sorriso irônico com Anahí do outro lado da porta.
Anahí: Bom dia, raio de sol — Implicou, sorrindo com a revirada de olhos do Mane.
Mane: O que você quer? — Cruzou os braços, pouco paciente.
Anahí: Parece que te derrubei da cama — Acertou um tapa de leve no rosto dele, que novamente bufou — Eu disse que viria cedo para resolvermos um assunto que está pendente — Entrou no apartamento, fechando a porta — E aqui estou.
Mane: Claro — Resmungou, se jogando no sofá — Só esqueceu de mencionar que viria de madrugada — Apertou seus olhos, bocejando.
Anahí: Já são cinco da manhã! — Apontou óbvia para o relógio em seu pulso.
Mane: É MADRUGADA! — Cobriu o rosto com seus braços — Eu não mereço isso não, Deus — Levantou suas pernas ao receber o tapa de Anahí sobre elas, liberando espaço para que ela se sentasse ao seu lado — É castigo?
Anahí: Sim, merece — Puxou o braço dele, descobrindo o rosto — E pare de drama, você não faz nada o dia inteiro — Mane arqueou as sobrancelhas.
Mane: Ok, agora você me ofendeu — Apontou, fazendo-a rir — Não faça mais isso.
Anahí: Cadê seu chaveirinho? — Olhou para a porta do corredor, procurando por Amy.
Mane: Fazendo algo que eu queria muito... — Suspirou pesadamente.
Anahí: Pois bem, vá acordá-la — Pediu, empurrando as pernas dele — Lave esse rosto, escove os dentes e volte aqui com Amélia para tocarmos essa reunião.
Mane: Isso é uma reunião? — Se sentou, os olhos esbugalhados — Anahí, são cinco horas da manhã! — Repetiu com escarnio — Você não devia estar dormindo também?
Anahí: Mane, eu sai de uma cama... que com toda certeza, eu não sairia se esse não fosse um assunto de extrema importância — Sorriu brevemente, se lembrando de Alfonso.
Mane: Não existe outras horas no seu dia? — Esfregou as mãos no rosto, tentando se convencer para sair daquele sofá.
Anahí: Meu querido, ao contrário de você, daqui a pouco, estarei em uma empresa cheia de problemas para serem resolvidos — Pontuou, abrindo os armários da cozinha — E hoje à noite, eu volto a dar aulas — Lembrou com um suspiro — Então, meu dia está bem cheio e esse é o tempo que tenho para vocês.
Mane: Que droga — Desistiu, finalmente se levantando ao receber um sorriso irônico de Anahí, e sumindo pelo corredor.
Enquanto aguardava o retorno de Mane com Amy, Anahí se atentou aos principais pontos que deveriam ser tratados naquela breve conversa. Era importantíssimo que tudo fosse feito com cautela, para que nada respingasse em Alfonso e Maite.
Nenhum dos dois teriam a vida prejudicada por causa das péssimas escolhas de Arthur.
E ela se certificaria disso.
Colocou o bule com água no fogão aceso, preparando para fazer um café enquanto os aguardava.
Se apoiou na bancada, deixando o celular em um canto isolado, se lembrando da noite passada ao lado de Alfonso.
Foi difícil demais sair daquela cama, dos braços dele. Mas estar ali, era necessário.
Eles eram os únicos que poderiam protegê-lo. Os únicos que o livrariam daquela enrascada, e dessa vez, ela não permitiria que Alfonso fosse responsável pelos erros de seu irmão.
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Crime e desejo
Hayran KurguNão se pode ter tudo na vida, e era sobre isso que refletia naquele momento. Mas era exatamente isso o que desejava. A ambição era inimiga da perfeição, assim como a pressa. E pressa, era algo que nenhum dos dois tinha naquele momento. Afinal, crime...