Capítulo 11 - Free fall

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Durante os dias que se passaram, Anahí dedicou sua total atenção resolver aquele delicado assunto.

Não houve conversa direta com Alfonso, após voltar a sua rotina normal, mas algumas coisas mudaram em relação aos dois.

Parecia que Alfonso fazia questão de estar por perto, o tempo todo. Mesmo que em silêncio. 

Nas aulas, ele que se sentava no fundo da sala, agora ocupava a primeira cadeira, dando completamente sua atenção a matéria explicada por ela. Por onde quer que Anahí fosse, o olhar de Alfonso a seguia com um sorriso discreto em seus lábios. Como se estivesse simplesmente satisfeito em estar por perto.

Os dias continuaram a passar, enquanto eles continuavam nesse jogo silencioso, provocando-se com os olhos.

Mas Anahí não era mulher que perdia qualquer jogo.

Já se aproximava do fim do ano, e ela continuava sem uma alternativa para oferecer a Henry, e com isso, aconteceria a invasão aos galpões de Alfonso.

E se eles se encontrassem, seria no mínimo desastroso.

Por isso, no dia da festa da empresa de Alfonso — a mesma festa que há dias, tinha jurado de pé junto a sua irmã que não iria — escolheu o seu melhor vestido. Ele era preto, e tinha uma fenda em sua lateral, que vinha até a altura de sua coxa, deixando sua perna torneada a mostra. Na parte da frente, o decote vinha até o meio de seu colo, moldando perfeitamente os seus seios.

Os olhos azuis estavam marcados com a maquiagem, e o batom vermelho, deixavam seus lábios ainda mais volumosos.

Podia-se sentir a distancia seu perfume, e antes mesmo de Alfonso se virar, tinha certeza de que era ela ali, entrando em sua sala.

— Eu não vou a esse evento — Disse, sem levantar os olhos — Peça para que Arthur comece — Apertou rapidamente a ponte do nariz, a cabeça começando a latejar — Pode ir — Dispensou a mulher que o acompanhava, e ela apenas sorriu ironicamente para Anahí.

Assim que terminou de assinar o último dos papéis que tinha sobre sua mesa, Alfonso levantou os olhos, e lentamente, o subiu por todo o corpo de Anahí.

Levou a mão a sua gravata, afrouxando-a, quando o ar pareceu lhe ser insuficiente.

— Atrapalhei algo? — Segurou sua discreta bolsa nas mãos, enquanto Alfonso varria demoradamente o seu corpo.

Alfonso: Achei que tivesse esquecido o caminho de minha sala — Arrastou a cadeira para trás, se levantando — O que você está fazendo?

Anahí: Como? — Anahí arqueou uma sobrancelha, sem entender.

Alfonso: O que está fazendo com essa roupa? — Encarou descaradamente o corpo dela — Você sabe que suas pernas estão a mostra? — Anahí olhou para o próprio vestido, sorrindo satisfeita com o resultado — Para onde vai vestida dessa forma?

Anahí: Ora, senhor Herrera — Colocou a bolsa sobre a mesa, com um riso — Que eu saiba, eu vou para uma festa de sua empresa, e não para um passeio no convento — Manteve o sorriso com o suspiro dele — Estou mal vestida?

Alfonso: Está linda — Sorriu, caminhando com as mãos no bolso de seu paletó, sem tirar os olhos dos dela — E é justamente esse o problema.

Anahí: Não vejo o problema disso — Observou a aproximação de Alfonso, dando de ombros.

Alfonso: É porque não conhece as pessoas que vai encontrar nesse lugar — Passou a mão por seu rosto, respirando fundo.

Anahí: Eu já perdi as contas de quantas vezes disse ao senhor que sou perfeitamente capaz de me cuidar — Insistiu, o que o fez suspirar — Apenas vim cumprimenta-lo, afinal, sou uma pessoa educada — Se despediu, pousando a mão no peito dele — Mas, agora, preciso ir — Sorriu — Adeus, Herrera.

Crime e desejoOnde histórias criam vida. Descubra agora