Capítulo 13 - The way back

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Nada foi dito, ao menos não por um bom tempo. Mas, apesar do silencio, ainda se olhavam, um esperando pela manifestação do outro. Mas nada vinha.

Assumir que confiava em alguém, não era algo corriqueiro na vida de Alfonso Herrera, nunca nem sequer cogitou dizer palavras com tamanho peso em toda a sua vida.

Mas estava ali, havia dito. E era frustrante não receber uma só palavra em resposta.

— Você tem pretensão em dizer alguma coisa ou o que...? — Pediu, um tanto quanto impaciente e decepcionado.

E o silêncio seguiu.

Perspicaz como era, Anahí já tinha sua resposta pronta. Mas estava dando a Alfonso o tempo e a chance de internalizar o que tinha acabado de verbalizar, chance de ele mesmo entender qual era a resposta que precisava ouvir.

— Cristo... — Passou as mãos por seus cabelos, se demonstrando completamente impaciente pela falta de resposta.

Anahí: Alfonso, qual o dia de seu aniversário? — Questionou, o que o fez piscar com o rumo da conversa.

Alfonso: Vinte e oito de agosto — Entregou a ela, que assentiu — Qual o sentido...?

Anahí: Quantos irmãos você tem? — Ele arqueou uma sobrancelha, acompanhando-a com o olhar.

Alfonso: Tenho três irmãos e uma irmã... Anahí — Apertou a ponte do nariz, e ela saltou, sentando-se novamente na bancada. Isso seria no mínimo divertido de se acompanhar.

Anahí: Torce para qual time? — Manteve o questionamento em assuntos banais e trivialidades.

Alfonso: Óbvio que é Liverpool — Respondeu um tanto quanto ofendido com aquela pergunta em especial.

Anahí: O que houve com seu irmão? — Balançou as pernas no ar, os dedos segurando-se na bancada de mármore. E Alfonso voltou a olhá-la, o cenho franzido, como se tentasse compreender a pergunta — Com Dani — Explicou — Você disse que ele já passou por muito — Alfonso assentiu, quieto — O que houve com ele? — Ainda com o cenho franzido, Alfonso entreabriu seus lábios como se fosse falar alguma coisa, mas saiu um ruído baixo de sua garganta.

Levou as mãos a sua cintura, fitando os próprios pés por um momento, como se avaliasse aquela questão. As lembranças ainda eram dolorosas, e apesar de hoje Daniel estar cem por cento bem e saudável, era uma memória que gostaria de deixar enterrada em sua mente.

E descartaria qualquer possibilidade de demonstrar sua vulnerabilidade a qualquer pessoa que fosse.

Estava totalmente fora de questão uma hipótese como essa.

— Assunto família, descartado — Disse, fazendo um check mental — Alfonso, sua família tem muito dinheiro, muitas posses e poder — Ele voltou a olhá-la, curioso — E eu não precisei fazer nem o mínimo esforço para saber disso, já que todos aqui fazem questão de falar — Deu de ombros ao justificar — De onde vem o verdadeiro lucro das empresas da família Herrera? — Alfonso arqueou suas sobrancelhas, novamente os lábios entreabertos, sem ter o que responder — Porque, meu bem, nós dois sabemos que tudo o que vocês têm, não é lucro apenas de sua empresa.

Aquilo era um teste, óbvio.

E ao se ver sem capacidade de resposta, ou de emitir qualquer tipo de som, já sabia ter sido reprovado.

O sorriso contido nos lábios de Anahí, agora, o indicava exatamente isso.

— Isso é algum tipo de jogo? — Ela saltou da bancada, novamente indo em direção a ele.

Crime e desejoOnde histórias criam vida. Descubra agora