50 - Até a última gota por você

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Overhaul tocou no chão e uma avalanche de concreto começou a vir nossa direção, fazendo eu e Tomura cairmos e eu sair dos seus braços.

Tomura tentou vir até mim, mas Overhaul tocou no chão outra vez, fazendo agora uma avalanche ir pra cima dele e ele ser jogado longe.

Eu pude vê-lo perder a consciência.

Foi só em meio a tudo isso que o meu corpo começou a doer de forma intensa.

Olhei para as partes onde doíam. Minhas mãos, coxas e braços estavam rachados e se regeneravam tão lentamente que nem era possível ser visto. Eram todos os lugares em que o Tomura havia tocado.

Comecei a gritar ao sentir os meus ferimentos arderem como fogo, e Overhaul começou a vir na minha direção.

Eu não conseguia me mexer. Cada movimento que eu realizava fazia os meus membros queimarem.

Mas uma voz doce e fina parece ter feito aquele caos a minha volta se dispersar por um momento, como se apenas nós duas estivéssemos ali:

– Mei...?

– Eri? – Pergunto ao vê-la. Ela estava atrás de uma parede, me olhando com terror. Eu podia ver em seus olhos quanto medo ela sentia.

Ela começou a andar na minha direção lentamente. Eu podia ver como ela se preocupava comigo, podia ver como ela queria me ajudar, mas eu não podia deixar que ela se colocasse em risco.

– FIQUE AÍ! – Eu gritei com toda a minha força para que saísse alto o suficiente pra ela escutar, o que fez Overhaul perceber a sua presença.

– Eri, – Ele falou assim que viu a garota. Seus olhos repletos de amargor – volte pra dentro.

Ela estava assustada e era nítido. Seu pequeno corpo se encolheu contra si e ela parecia hesitante em vir pra cá, visto como os seus olhos se apertavam e ela choramingava.

Mas, como se tivesse recebido um incentivo de si mesma, Eri começou a correr na minha direção.

Overhaul tentou atingi-la e conseguiu, de certo modo, porque a garota recebeu impulso o suficiente pra chegar até mim.

Eri conseguiu me alcançar, então usou do seu físico pequeno para me ajudar a me apoiar.

– Eri, vai embora... – Pedi. Eu me sentia fraca como um rato.

– Você tá ferida! – A garota começou a chorar mais. Seus soluços se tornaram mais altos.

– Eu vou ficar bem... – Tentei me levantar com o apoio dela, mas não consegui – Eu vou...

– ERI! – Overhaul grita. A sua feição junto a sua forma demoníaca eram o suficiente pra fazer o corpo da garota estremecer – Volte pra dentro agora. Você esqueceu que é amaldiçoada? Todos aqueles que você chegar perto vão morrer. Eu não quero machucar você, então saia do caminho.

– Não... – Ela sussurra – Eu não sou amaldiçoada... – As lágrimas começaram a rolar mais pelas bochechas dela.

– Ah sim, você é. Você matou o seu pai e a sua mãe te deixou por causa da sua maldição. Será que preciso te lembrar?

– Não... – Ela sussurrou outra vez. Parecia perdida dentro de si, dentro dos próprios sentimentos – EU NÃO SOU AMALDIÇOADA! – Sua voz ecoou pelos meus ouvidos e saiu tão alta que eles doeram, então o seu chifre começou a brilhar.

A luz era tão ofuscante que eu não conseguia olhar pra ela. Gritos ainda saíam dos seus lábios e ela parecia não conseguir se controlar, então eu comecei a sentir algo dentro do meu corpo.

Eu por inteira comecei a formigar e tremer de forma intensa. Acabei caindo de joelhos no chão por não conseguir me manter de pé, até que vi os meus ferimentos se curarem tão rápido que aquilo quase não podia ser visto a olho nu.

Mas aquilo não fui eu. O jeito como o meu corpo voltou a ser como antes, aquilo foi... a Eri.

Percebi a gravidade da situação desse modo, do modo como o meu corpo voltou a ser como era tão rápido.

– Eri, você precisa parar! – Digo. Eu estava com medo de continuar regredindo desse jeito por causa dela. O que acontece quando não se pode mais voltar a ser como era?

– Eu... não... consigo... – Ela disse em meio aos seus soluços. Seu chifre ainda estava tão brilhante quanto o sol.

Então, eu coloquei a minha cabeça pra funcionar. Meu corpo está voltando para trás, isso significa que a droga já não deve mais estar no meu organismo.

Com uma pontada de esperança, tentei usar a minha individualidade, e cá estava ela.

Overhaul tentou nos atingir, mas eu nos protegi ao fazer um escudo de água, o que fez as suas pedras apenas baterem nele, mas não atravessarem.

Com a sua distração, diversos clones do Twice começaram a ir pra cima dele, deixando-o desestabilizado.

Tentei avançar, mas Eri segurou o meu pulso.

– Não vai... – Seus olhos repletos de lágrimas fizeram o meu coração despedaçar.

Tirei os olhos do Overhaul por um minuto e ele já estava vindo pra cima de mim. Seu corpo estava próximo o suficiente para me tocar, e assim ele fez.

Podendo destruir tudo o que toca, Overhaul utilizou bem da sua individualidade, arrancando um braço meu que me faria gritar se ele não tivesse se regenerado no mesmo instante por causa da minha individualidade.

Peguei Eri nos braços e comecei a deslizar pela água que eu mesma havia criado no chão. Eu podia sentir o Overhaul vir atrás da gente e os meus membros serem destruídos por ele, mas eu me regenerava tão rápido que mal sentia.

Então Overhaul tentou puxar os meus cabelos, mas sem sucesso, arrancando apenas a planta que havia no topo da minha cabeça e fazendo o sangue jorrar e escorrer pelo meu rosto.

Era a fonte da minha regeneração e sem ela não vai ser instantâneo, mas, tudo bem, eu só preciso tirar a Eri daqui e depois disso não me importo se vou morrer ou não.

Continuei deslizando com a Eri em meus braços e eu podia ouvir os seus choramingos contra o meu peito.

Overhaul estava chegando ao nosso alcance, e quando estava quase com as mãos nos meus cabelos outra vez, uma chama azul e ardente tomou conta desse local.

Pude ouvir os gritos do Overhaul. Pude sentir o quanto ele sofria por estar sendo queimado vivo somente com os seus gritos.

Ao mesmo tempo, um barulho alto disparou rapidamente e teve toda a minha atenção.

Um tiro.

Quando olhei pra garotinha em meus braços, pude vê-la se contorcer de dor e, assim que olhei pra sua coxa, vi injetado nela aquele frasco que contém a substância que anula individualidades.

Olhei pro lado e vi um vilão, que parecia um lagarto, segurando uma pistola.

As minhas pernas cederam e eu caí no chão com a garota nos meus braços. Senti o ar faltar e também sede, muita sede.

Comecei a respirar profundamente pela boca, tentando retomar o ar, mas eu mal conseguia. Parecia que eu tinha ficado no deserto por meses sem beber uma única gota de água.

Então, com isso, os meus olhos começaram a escurecer e a última coisa que pude ver foram os olhos assustados da garotinha na qual eu tentei salvar.

🍎 [16/10/2023]

Por favor, cliquem na estrelinha ⭐️

Tentei fazer uma luta bem emocionante, mas eu não sei escrever lutas 😭😭

A bundinha do Mirio do lado da Eri na capa kahajaka

Até o próximo capítulo 💞

Você é o meu sonho - Tamaki AmajikiOnde histórias criam vida. Descubra agora