51 - Nos vendo de novo

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– Garota, bebe isso, anda! – Acordei com uma voz falando alto comigo. Quando abri os olhos, vi aquele vilão que parece um lagarto tentando me fazer beber água de uma garrafa.

Acabei dando tossidas por sentir o líquido entrar na minha garganta.

Percebi que eu estava sendo carregada pelo Twice enquanto isso.

Logo ao lado do Twice estava o Dabi, carregando o Tomura nos ombros.

Então chegamos numa van. Todos os vilões entraram e Kurogiri já estava no volante.

– Anda logo! Não vai demorar muito até o resto daquele grupo imundo alcançar a gente. – Dabi fala alto e Kurogiri começa a dirigir.

– Você matou o Overhaul!? – O vilão lagarto pergunta.

– É óbvio. Qualquer pessoa morreria naquela quantidade extrema de calor, até mesmo o Overhaul com aquele corpo medonho. – Dabi respondeu.

Eu não estava com cabeça pra escutar essa conversa, então simplesmente deixei que as minhas vontades tomassem conta de mim e adormeci outra vez.

[•°●]

Acordei, e eu ainda estava na van.

Tomura estava acordado dessa vez.

Eu olhei em volta, procurando pela Eri, mas não encontrei.

Tentei me levantar e Dabi tentou me impedir, mas eu empurrei a sua mão pra longe de mim.

– Cadê a Eri? – Perguntei ao Dabi, que parecia não dar importância – Onde ela tá!? – Levantei o tom de voz, o que fez a atenção dos outros vilões vir a mim.

– Ela fugiu. – Dabi respondeu, parecendo não estar preocupado com ela.

– Como assim!?

– A gente queria que o All For One roubasse a individualidade dela e se rebobinasse. A garota acabou escutando e se enfiou em meio a floresta. – Kurogiri respondeu.

– E vocês não fizeram nada!? – Perguntei, mas ninguém respondeu.

Senti lágrimas surgirem nos meus olhos, mas eu estava fraca até mesmo pra chorar. Eu prometi a mim mesma que a protegeria e a tiraria desse caos, mas eu não consegui...

Ela deve estar assustada, deve estar chorando agora, talvez o que sobrou do Oito Preceitos tenha até mesmo pego ela de volta.

Quando chegamos no lugar destinado, percebi que era um hospital.

Tive um pouco de medo deles virem aqui pra fazer um ataque, mas, visto como todos estão acabados, acho que não.

Assim que a van parou, Tomura veio até mim e parou na minha frente.

– Consegue andar? – Assenti com a cabeça, me levantando e saindo da van.

Eu podia tentar lutar e fugir, visto como todos estão fracos e cansados, mas eu não sinto a minha individualidade dentro de mim.

Devem ter usado aquela substância em mim enquanto eu dormia. Pensei.

Além de que eu também me sentia cansada como eles, então acho que não conseguiria fazer uma tentativa de fuga mesmo que eu quisesse.

Entramos todos no hospital. Não tinha ninguém, nem mesmo na recepção, o que era muito estranho.

Fomos até um lugar subterrâneo, que era iluminado por uma luz roxa e tinham inúmeros tubos de vidro com um líquido dentro, juntamente a uns bichos estranhos. Pareciam monstros.

Andamos por aqueles tubos, até que um monstro que estava dentro de um deles chamou a minha atenção.

– Mãe...? – Disse pra mim mesma enquanto parei de andar pra observar melhor.

Aquele bicho tinha a forma física de uma mulher e os cabelos eram idênticos aos da minha mãe.

Na sua barriga estava retalhado "Traidora".

– Não olha. – Tomura pegou nos meus ombros e me fez voltar a andar.

Olhei pra trás, ainda tentando ver a minha mãe. Eu não sentia nada por ela quando ela estava viva, mas vê-la agora me fez sentir um aperto no peito.

– O que são essas coisas? – Perguntei ao Tomura enquanto passávamos pelos monstros.

– Nomus. – Ele respondeu, e parece não querer dizer mais nada.

Assim que chegamos um pouco mais fundo naquele lugar, pude ver o All For One ali, deitado numa maca ou seja o que for.

Me surpreendi ao vê-lo, ao mesmo tempo que senti os meus pelos se arrepiarem. Ele estava preso, ou deveria estar.

A aparência dele estava horrível, ele parecia terrivelmente doente.

– Chega mais perto, garota. – Ele pediu e assim eu fiz – Quem diria que depois de todos esses anos, você finalmente estaria aqui pra mim. – Ele dá uma tossida.

– Você pode regenerar ele? – Tomura pergunta.

– Não. Eu não consigo regenerar uma pessoa nessa situação.

Tomura suspirou, passando as mãos pelos cabelos.

– Não se preocupe, Tomura. Agora eu tenho a minha sucessora. – All For One sorri – Me surpreenderia se você estivesse aqui por vontade própria e fosse usar o meu poder para nos ajudar.

– O que...? – Pergunto, sentindo o meu corpo gelar. Eu achei que estava enganando todos eles.

– Você acha que acreditamos que você aceitou fazer parte da nossa futura nova sociedade tão fácil assim? – Ele tosse outra vez. Eu recuei um pouco – Não somos tolos. Não daríamos uma individualidade tão poderosa a alguém que nem sequer provou lealdade.

Senti os meus braços serem agarrados, mas não foram pessoas, foram dois nomus.

– Você terá o meu poder, porque eu preciso de um sucessor o mais rápido possível, mas não vai usá-lo como um bem entende. – All For One continua.

O meu pescoço foi espetado por algo, e, quando olhei, vi um homem vestido de médico segurando a seringa na qual furava o meu pescoço.

– Estou morrendo agora, mas a minha morte não vai ser em vão. Eu vou conseguir criar a sociedade perfeita para nós; os vilões, e serei lembrado por isso, assim como o All Might é todos os dias por ser o número 1. – All For One diz.

As minhas pálpebras começaram a pesar e o meu corpo foi se relaxando aos poucos. As minhas pernas fraquejaram e cederam ao chão. Senti que fui segurada pelos braços, provavelmente pelos nomus, mas não pude ter certeza, porque eu logo estava desacordada.

🧤 [18/10/2023]

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Até o próximo capítulo 💞

Você é o meu sonho - Tamaki AmajikiOnde histórias criam vida. Descubra agora