𝑇𝑟𝑒𝑚𝑜𝑟𝑒𝑠

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Antônio olha para Petra confuso, o grito de pavor que a esposa havia soltado o deixava preocupado e ainda mais por ela estar lhe abraçando fortemente, com as unhas cravadas em seus ombros.

Angelina se assustou com o grito de pavor que ela soltou e olhou na mesma direção, que ela fingiu não ver que Agatha realmente estava ali para assustá-la.

Os olhos dela estavam fixos em um vidro da janela fazendo com que a filha mais nova do casal olhasse a mesma direção que a mãe.

- Que isso? Ela questiona se aproximando da janela.

Antônio tentou se afastar da esposa, mas Irene o apertava com força o impedindo de se afastar dela.

- Não tem nada na janela! Afirmou a mais nova.

Ela abre as portas e Angelina fica apreensiva com o que viria acontecer, porém, Petra se aproxima e os olha do lado de fora da fazenda confirmando que não tinha nada.

- Mãe, o que você viu? Perguntou ao voltar a se aproximar.

Se afastando devagar do marido, ela voltou a sentar-se no sofá ao lado dele que segurou em sua mão puxando-a para perto de si.

Estava quieta, de olhar baixo, Antônio olhou para Angelina que não dizia nada, Irene ergue a cabeça e percebe um sorriso de satisfação no rosto da governanta da família.

- Você tá feliz, não está Angelina ?

- Eu ? Ela a olha fingindo indignação. - Imagina, Irene... Eu tô é preocupada com você nesse estado.

- Irene olha pra mim. O marido chama sua atenção.

Ela o olha sem nada a dizer, tombou o rosto sobre o peito dele novamente e fechou os olhos.

- Petra, vai buscar um cobertor pra sua mãe, e Angelina pega uma água pra ela.

As duas apenas concordaram e deixaram o casal sozinho na sala.

O homem a olha com atenção e preocupação, se afastou devagar e juntou a outra mão com a dela.

- Agora, me conta a verdade, o que que aconteceu aqui? Questiona receoso.

- Eu já disse, Agatha esteve aqui, ela entrou no nosso quarto, ela me deu um chá, ela me envenenou Antônio, eu não conseguia me mexer, eu fiquei paralisada... Eu juro que eu tô falando a verdade...

A voz dela era trêmula da mesma forma que as mão estavam, Angelina chegou e estendeu a ela um copo de água que negou com a cabeça, em segundos, Petra também apareceu com a coberta em mãos e jogou por cima da mãe.

- Calma, relaxa um pouco aqui... Ele passou o braço ao redor dela e suspirou.

Ela começou a puxar o ar dentro de seus pulmões, respirando fundo por alguns segundos.

Os minutos se passaram, Petra já não estava mais ali, Angelina também já havia ido para a cozinha preparar o jantar, deixando os La Selva sozinhos na sala de estar.

Ele a olha com preocupação, os tremores de seu corpo continuam e ele não sabia o porquê da existência deles, se era por frio ou simplesmente pelo corpo estar reagindo após todos os acontecimentos daquele fim de tarde.

Ela se levantou do sofá devagar e caminhou se apoiando aos móveis em direção as portas de saída da fazenda, suas mãos seguram as maçanetas das portas com força tentando se equilibrar e se manter de pé.

Respirando fundo novamente, Antônio se levanta e caminha lentamente até ela mas a morena nega ajuda com a cabeça o olhando, empurrou as mesmas e deu um passo para fora sentindo a brise fria do entardecer bater em seu rosto.

𝐷𝑒𝑠𝑡𝑖𝑛𝑜Onde histórias criam vida. Descubra agora