"𝑉𝑎𝑚𝑜𝑠 𝑒𝑛𝑐𝑜𝑛𝑡𝑟𝑎-𝑙𝑎"

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Assim que chegaram no hotel em que ficaram hospedados, Antônio adentrou em seu quarto e olhou ao redor. O cômodo era simples, porém tinha um certo charme, uma cama de casal no centro, um guarda-roupas aberto, uma televisão pequena e uma mesinha de centro faziam parte do conjunto.

Deixando a mala ao lado da porta, ele segue em direção a varanda do quarto com o celular em mãos, ele sorriu encarando o número da esposa e começou a ligar para ela.

Esperando alguns minutos logo a secretária eletrônica anuncia que a chamada foi encaminhada para a caixa postal, o que o deixa surpreso por ela nunca deixar nenhuma chamada dele ir para a caixa postal.

Respirou fundo e tentou ligar novamente para a esposa.

Ele estranhou por não ter resposta novamente, passou a mão no rosto e quando iria guardar o celular ouve batidas a porta do quarto, se dirigindo até lá, encontrou com Petra.

- Conseguiu desfazer as malas? Questiona.

- É... Ele olha as bagagens e a olha. - Eu estava tentando falar com a tua mãe.

- E como está? Avisou a ela que chegamos bem? Ela ri.

- Não, ela não me atendeu, é estranho, sua mãe nunca deixa de me atender...

- Tenta a Angelina, eu te espero lá embaixo para conhecer o local do jantar de hoje.

A mais nova o beijou a bochecha e deu os ombros saindo do cômodo.

Antônio respirou fundo e dessa vez resolveu seguir o conselho de sua filha e ligar para Angelina.

- Doutor Antônio, boa tarde. A governanta da família se sentou na cadeira para atender a ligação.

- Oi Angelina, a Irene tá em casa?

- Não, a Irene ainda não chegou não senhor. Franzi a testa. - Aconteceu alguma coisa?

- Eu tô tentando ligar pra ela mas ela não atende... Se ela chegar aí pede pra me ligar urgente.

Após desligar a ligação, ele suspira e guarda o celular em seu bolso seguindo para onde a filha estava a sua espera.

As gotas de chuva começaram a cair no céu em contato com a terra e molhando principalmente o corpo da morena que estava abaixo do túmulo de seu filho.

A lápide estava destruída junto de seu coração que havia se partido a cada marretada que Agatha dava contra o mármore branco, a dor era imensa, tanta que ignorou o celular tocando insistentemente e a quantidade de notificações que surgiram, ela só queria fazer a dor parar ou pelo menos diminuir.

As lágrimas desciam lentamente por seu rosto sujo de terra, fazendo o que antes era sólido, virar lama em sua face, mas nada disso importava mais.

Minutos se passaram e a morena consegue pegar o celular dentro de sua bolsa, ela percebeu que haviam diversas ligações perdidas do marido e algumas mensagens de sua filha.

Respirando fundo algumas vezes, mesmo soluçando, ela consegue teclar o número de Antônio e tentou ligar para o marido.

O barulho da chuva caindo a impedia de ouvir que estava chamando, porém, á ligação é levada para a caixa de mensagens, ela suspirou frustrada e colocou o celular ao lado do corpo encolhendo-se.

Passando alguns minutos, Irene conseguiu se levantar do chão sujo pela terra, mesmo com dificuldade por conta da chuva forte, ela se levantou apoiando as mãos na borda do túmulo do filho.

Olhando a lápide do rapaz completamente destruída, ela não conseguia falar nada, porém, juntou suas forças limpou o rosto com o dorço de sua mão.

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