𝐷𝑒𝑠𝑡𝑖𝑛𝑜

𝑀𝑎𝑙𝑑𝑖𝑡𝑜

Ainda dentro do banheiro, Irene se observava no reflexo do espelho, passou as mãos sobre os cabelos e respirou fundo.

Estava totalmente sem reação sobre o que tinha acontecido na mesa do almoço, pegou um pouco de água em suas mãos e molhou levemente sua testa respirando fundo novamente.

Depois de alguns minutos naquela posição, a morena seguiu ate a porta do cômodo e respirou outra vez quando tocou a maçaneta da porta, saiu devagar e ficou no corredor por mais um tempo.

Mesmo que de longe, ela conseguia observar o marido conversando com o geólogo, e intrigada para saber a conversa, ela se aproximou um pouco mais.

Antônio encarava o geólogo com um pouco de fúria em seu olhar, Irene consegue aquele olhar o marido e se assustou quando o homem bateu a mão com força sobre a mesa.

Até mesmo o geólogo pareceu se assustar com o gesto dele, então respirou fundo passando a mão sobre o rosto, até que Antônio se levantou da mesa olhando para ele.

Como se ele estivesse procurando a esposa pelo salão, Irene olhou para ele e se aproximou devagar sem olhar para o geólogo que estava em sua frente.

- Doutor Antônio a gente pode continuar essa conversa no seu escritório? Ele se aproximou devagar.

- Não, eu descido quando essa conversa será encerrada, por agora acabou! Ele puxou a mão de sua esposa

A mulher o olha confusa e resmunga quando se sente ser puxada por ele.

- Me espera lá fora que eu já tô indo! Ele afirma em tom um pouco rígido.

- O que tá acontecendo, Antônio? Ela o olha sem entender.

- Depois a gente conversa, só me espera no carro! Ele afirma novamente tentando ser o mais firme possível.

Mesmo contrariada, ela acata o pedido dele e caminha sentido as portas do restaurante.

Quando Antônio observou a esposa se retirar, ele se aproxima mais do geólogo e segurou o braço dele com força.

O homem se assusta com o gesto dele, mas se manteve firme o olhando em seus olhos.

- Se você se aproximar da minha mulher de novo, pode ter certeza que eu mato você!

Ele o olha sem dizer nada, apenas desvia o olhar procurando Irene.

- Você entendeu? O olha o puxando mais forte.

- Doutor Antônio, não precisa de tudo isso...

- Se chegar perto dela de novo, eu mato!

Quando soltou o homem com forças ele deixou algumas notas de dinheiro sobre a mesa e se retirou apressadamente do restaurante.

Encontrando sua esposa no carro a espera dele, o mesmo destrava o veículo e adentrou o mesmo, observando a morena fazer o mesmo que ele.

O homem deu partida sem falar nada, pisou fundo se afastando rapidamente do restaurante em que estavam.

O silêncio perdurava entre os dois, um silêncio totalmente desconfortável para ela, que estava com várias perguntas em sua cabeça que estavam sem resposta, mas não sabia como ele iria reagir.

Antônio também queria dizer algumas coisas a ela, mas preferiu ficar quieto apenas acelerando o carro para chegar rápido em casa.

Após o marido estacionar o carro, a morena praticamente pulou para fora, descendo rapidamente e adentrando a sala principal.

Angelina, que estava na sala de jantar arrumando a mesa e limpando a mesma, ouviu o barulho de pessoas chegando em casa e seguiu para ver quem era, e ao olhar para Irene se aproxima devagar.