A tarde chegava rapidamente, Irene permanecia deitada em sua cama, agarrada a coberta que era de seu neto, a morena a mantinha entre seus braços abaixo de seu pescoço, como forma de sentir o perfume infantil do bebê.
Se remexendo sobre a cama, ela afundou o corpo sobre o colchão e respirou fundo fechando os olhos por alguns minutos.
O dia que antes havia amanhecido ensolarado, deu lugar a diversas nuvens demonstrando que naquela tarde, que iria ter uma chuva pesada.
No andar debaixo, Angelina estava sentada na sala de estar enquanto trocava mensagens com Agatha sobre os últimos acontecimentos da fazenda dos La Selva.
- Se a dona Irene te pegar ai, o chicote estrala pro seu lado, viu, Angelina.
Neide se faz presente com uma bandeja em mãos enquanto caminhava em direção a escada.
- Aí que susto. Ela coloca a mão sobre o peito e a olha. - Nem brinca com isso, se a Irene me pega aqui ela me mata, isso sim, e você? Vai onde com isso?
- Levar pra dona Irene, ela não comeu nada no almoço.
Ela se levanta e estende os braços. - Quer que eu leve? Melhor eu levar, dona Irene não gosta de ser perturbada.
- Não, Angelina, eu levo! Diz firme.
A mais velha apenas a observa.
Neide começa a subir os degraus devagar e segue pelo corredor, se aproxima das portas do quarto e bateu levemente abrindo uma delas.
- Da licença dona Irene... Ela ficou calada ao olha-la.
Irene estava deitada no meio da cama, com as pernas encolhidas e o olhar fundo, perdido pelo chão do quarto, estava descalça e com os cabelos presos em um coque desajeitado.
- Eu... Eu trouxe um chá.. diz em tom receoso se aproximando da cama.
- Eu não quero... Sussurrou fechando os olhos.
- Faz horas que a senhora tá aí desse jeito, bebê um pouco, vai te fazer bem. Ela coloca a bandeja sobre a cama.
Ela nega com a cabeça virando o corpo de costas para ela, a deixando preocupada.
Neide suspira e fecha às cortinas do quarto e volta para próximo da patroa.
- Quando o Antônio chegar... Pede para ele subir, por favor...
- Sim senhora... Da licença...
Ela se retirou do quarto e suspirou pesadamente rezando.
O quatro estava escuro, Irene respirou fundo apertando o cobertor em seus braços, encolhendo ainda mais as pernas, ela fecha os olhos marejados deixando algumas lágrimas grossas caírem por suas bochechas.
Algumas horas se passaram, e chegando próximo das 18;00, Petra chegou em casa sozinha, estranhando ao entrar na sala e não encontrar ninguém.
Seguindo o corredor, a agrônoma adentrou a cozinha e encontrou Neide e Angelina.
- Alguém sabe me dizer onde tá minha mãe? A Graça?
- Petra... Você não soube menina? Neide a olha.
- Soube de que? O que tá acontecendo aqui?
- A dona Irene descobriu que o Danielzinho não é filho do Daniel, é filho do delegado Marino, a Graça pegou o menino e foi embora.
Ela ficou surpresa com a fala da cozinheira e cruza os braços com a boca aberta.
- O meu pai sabe disso? Questiona com a voz trêmula.
VOCÊ ESTÁ LENDO
𝐷𝑒𝑠𝑡𝑖𝑛𝑜
FanfictionO que o destino guarda para ela? O que o destino guarda para ele? Iria querer o destino para manter o casamento dos La Selva? Ou o destino iria querer vê-los separados?