Marco

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Boa leitura 📖

Capítulo 26
Marco Ferrari
Tudo passou tão rápido diante dos meus olhos

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Capítulo 26

Marco Ferrari

Tudo passou tão rápido diante dos meus olhos. O carro vermelho vem em alta velocidade, a buzina soa algumas vezes; no instante seguinte, o ronco do motor se mistura ao som dos pneus derrapando no asfalto, a poeira levantando ao redor do carro, e por fim, o estrondo do carro se chocando com a coluna da ponte.

Pisco algumas vezes para ter certeza de que não estou em mais um dos muitos pesadelos que tenho com ela, mas não, dessa vez é real, está acontecendo... E fui o causador.

— Porra! O que eu fiz? — Abro a porta do carro, pulando para fora como se fosse perseguido por uma legião de demônios.

Lágrimas grossas escorrem dos meus olhos, corro em direção ao carro, tropeçando em meus próprios pés, minhas mãos trêmulas, meu coração acelerado, uma forte sensação de culpa, arrependimento e desespero pelo que acabei de provocar.

Que porra passou na minha cabeça?

Como pude ser tão inconsequente? Me igualando aos atos imprudentes do Domenico.

Fui dominado pelo ciúmes, pelo medo de perdê-la, e acabei colocando-a nessa situação. Seria muito injusto se algo ruim acontecesse, justamente quando tomei coragem de sair da minha maldita zona de conforto, quando decidi ir atrás do que eu quero há tantos anos, muito antes daquela tragédia.

Lembranças da minha infância invadem minha mente.

Flashback

— Tudo que você ama morre, Marco!

— Não! Não é verdade! — Balanço a cabeça em negação — Não é minha culpa! Não é... minha culpa...

As mãos de Denaro agarraram meus ombros, obrigando-me a encarar seus olhos sombrios, negros e desprovidos de emoções, assim como um demônio imundo que veio à terra para trazer o caos e sofrimento.

— Escute bem, Marco. — Seu tom é duro, semelhante a um trovão — A culpa é sua! Você é amaldiçoado como eu, seu filho da puta. Tudo que você ama morre, tudo que você toca se destrói, essa é sua maldição, mio caro.

Ele me libertou do seu aperto; por instinto, dou dois passos para trás, acabo me desequilibrando e caindo de joelhos no piso gelado, gemendo ao sentir o impacto do meu corpo bater contra o chão duro.

— Não seja fraco, Marco! Não estou criando mais um inútil como seus irmãos. — Meus olhos estão fixos em seus sapatos italianos, em alerta, esperando receber um golpe a qualquer momento, mas a violência não vem e meu pai se afasta, caminhando rumo à porta. — Entenda de uma vez por todas, eu não criei para amar ou ser amado — Levanto o olhar, encontrando seu rosto com feições duras — E sim para matar!

Ele diz, fechando a porta e me deixando lá sozinho, no chão gelado, com dor e medo do escuro.

Chacoalho a cabeça, afastando para longe essas lembranças. Não posso ter um colapso agora; minha piccola tentazione precisa de mim.

O suor escorre pelo meu rosto, minhas mãos estão sangrando, contudo, não parei de forçar a porta, dando chutes e a maçaneta começa a ceder. Poderia facilmente abrir a porta com um tiro, mas o aroma de gasolina que perfuma o ar deixa claro que não é uma opção.

Com o pé de cabra, que lembrei ter no porta-malas, dei mais alguns golpes na fechadura do passageiro e ela começa a dar sinais, levanto o pé de cabra pegando impulso e acerto com violência, uma, duas, três e na quarta a maçaneta cede e a porta se abre. Jogo a ferramenta no chão e me apresso em abrir a porta.

A cena que encontro faz meu estômago revirar, meu peito queima com a sensação angustiante de vê-la assim. Tatiana está com a cabeça sobre o volante, tem sangue, muito sangue jorrando da testa. Me sento no banco e com cuidado começo a examinar seu corpo, mas o que ganha minha atenção é o forte odor químico de gasolina. Um farfalhar no motor do carro me desperta pânico.

— Merda! Não, não, Dio santo!

Com cuidado, retiro o rosto dela do volante, arrasto seu corpo magro para perto, para que eu consiga tirá-la de dentro do carro rapidamente em segurança. A seguro em meus braços, sentindo minha camisa branca ficando ensopada de sangue.

Mal tenho tempo para pensar quando o fogo do motor começa a ganhar força, espalhando-se por toda a lateral do carro, indo de encontro com a poça de gasolina que se forma no chão do lado do motorista.

A aperto em meus braços e corro com todas as minhas forças, o mais rápido que posso. Sinto o nervo da panturrilha queimando, meus músculos doendo, mas não paro nem por um instante. Estava no meio da ponte quando um estrondo rompe o silêncio, uma onda de calor nos atinge, mas não paro de correr, apertando seu corpo contra o meu.

Corro em direção à porta do passageiro, colocando-a com cuidado sentada sobre o banco, fecho a porta e sigo para o lado do motorista. Rapidamente, dou a partida, giro o volante, piso no acelerador e começamos a nos afastar. Um estrondo estridente ecoa. Olho pelo retrovisor, me deparando com uma cortina de fogo e fumaça; a ponte está destruída com a força da explosão. De longe, observo uma movimentação próxima ao carro em chamas e deduzo que sejam os soldados da garota.

Volto minha atenção para a estrada, a menina ao meu lado resmunga algo que não consigo distinguir.

— Fica calma, princesa, vai ficar tudo bem!

Piso no acelerador, voltando para a rodovia principal. Meus olhos rapidamente desviam para Tatiana, que está com os olhos fechados, murmurando algo.

— Vai ficar tudo bem! — Volto a atenção para a estrada.

— Lucca...

Meus olhos roboticamente se voltam para ela. Aperto o volante com força, cerrando a mandíbula até sentir o desconforto em meus dentes.

— Lucca...

— Não se preocupe com ele, piccola. — Afasto uma das mãos do volante, meus dedos tocam seu rosto, afastando os cabelos que estão cobertos de sangue. — Em breve esse desgraçado estará morto pelo que fez a você!

— Marco? — Seus olhos piscam algumas vezes, mas voltam a se fechar.

— Sou eu, amor, eu tô aqui, vai ficar tudo bem! — Seguro sua mão, me assustando com o fato dela estar gelada.

— O Lucca... eu preciso...ele está em...

— Não se preocupe. — A interrompo — Ele não vai mais te fazer mal.

— Marco, escuta, o Lucca ele precisa....

— Não se preocupe com aquele lixo, os dias dele estão contados, princesa.

Ela se cala, provavelmente apagou novamente, acelero o carro saindo da cidade para levá-la para um hospital.

[...]

Caminho pelo corredor do hospital, de um lado para o outro, com o coração na boca, sentindo o desespero me invadir.

— Eu preciso de você aqui! — Rosno como um animal selvagem, segurando o celular.

— Marco, acabei de chegar de uma missão com Felipa — diz Domenico do outro lado da linha.

— Você não está me entendendo, eu preciso de você aqui! Eu fiz o que você disse, fui atrás da garota, ela bateu o carro, estou no hospital. Eu preciso de você aqui, você é meu irmão, porra!

— Porra, Marco! Eu te disse para lutar por ela e não com ela, seu fodido!

Ignoro seu comentário de merda.

— Você vem ou não?

— Estou a caminho. Mas Samuel sabe da merda que você fez? Digo, do acidente da garota, te ligando a ele? — Questionou em um tom tenso.

— Ainda não.

— Vou avisá-lo, ele é o pai dela. Estou a caminho, irmão, só tenta ficar fora do caminho de Samuel e Luke, pelo menos até chegar!

[...]

A tarde estava calma no hospital, permeada apenas pelo eco suave dos passos dos enfermeiros e o murmúrio de vozes indistintas. Enquanto eu a observava da poltrona, senti uma tensão repentina no ar. Meus olhos se voltaram para a porta do quarto, que se abriu abruptamente, revelando um homem alto e musculoso. Seu olhar feroz e o punho cerrado deixavam claro que ele não estava ali para amenidades.

Era Samuel o pai de Tatiana, uma menina que sofreu um terrível acidente devido a minha imprudência. Eu sabia que ele estava cheio de raiva e desespero, acreditando que eu era o responsável por tudo aquilo, e infelizmente, eu sou. Seus olhos encontraram os meus e sua expressão se endureceu de uma forma assustadora.

Antes que eu pudesse dizer alguma palavra, seu punho voou em minha direção. O impacto foi brutal, ecoando em um som seco por todo o quarto. Meu corpo foi lançado para trás, chocando-se contra a parede fria. Minha visão turvou-se momentaneamente, enquanto eu lutava para recuperar o equilíbrio e entender o que havia acontecido.

A dor latejante no rosto era intensa e meu lábio começou a sangrar. Lutando contra a dor e a confusão, meus olhos se encontraram novamente com os de Samuel, que estava respirando pesadamente, os punhos ainda cerrados em uma atitude ameaçadora. Ele acreditava, com toda a sua força, que eu era o culpado pelo acidente dela e eu sou, não é? Se meu carro não estivesse no caminho ela não teria se acidentado.

O silêncio pairava no quarto, interrompido apenas pelo meu suspiro ofegante. Meu corpo doía, mas minha mente estava focada. Mesmo naquele momento de violência, eu sabia que era minha responsabilidade enfrentar aquela situação com calma e compreensão.

Com as mãos trêmulas e o corpo ainda trêmulo, respirei fundo e comecei a falar. Tentei explicar que o acidente foi um mal-entendido, mas minhas palavras se perderam entre soluços de raiva e ameaças de Samuel.

Percebi que as palavras não foram suficientes para acalmar sua ira. Eu teria que provar meu valor de alguma forma. Assim, ergui-me lentamente, mantendo meu olhar fixo nele, e me preparei para enfrentar suas acusações físicas.

A tensão se intensificou enquanto nossos olhares se cruzaram, ambos prontos para uma batalha física. A sala do hospital tornou-se o cenário desse indesejado embate, onde a culpa, a dor e a esperança colidiram.

Samuel quer meu sangue, e ele tem razão, eu sou o culpado, se eu não estivesse lá, ela estaria bem, como sempre eu sou o culpado, tudo que eu toco quebra, tudo que eu amo morre, essa é a minha maldição!


Samuel quer meu sangue, e ele tem razão, eu sou o culpado, se eu não estivesse lá, ela estaria bem, como sempre eu sou o culpado, tudo que eu toco quebra, tudo que eu amo morre, essa é a minha maldição!

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