capitulo bônus 1

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Tatiana

Deslizo a camisa branca pelos meus braços, pescoço e tronco. Saio do chuveiro, deixando que a água gelada escorra pelos meus pés. O chão úmido reflete a precariedade do lugar. Sem sapatos de banho, claro. "O que esperava, docinho? Estamos na cadeia", sussurra a voz amarga da cadela que vive em minha mente. Sorrio, amarga, com o próprio devaneio.

Fecho os olhos por um instante. Um calafrio percorre minha nuca até os dedos dos pés. Sinto a tatuagem do lobo nas minhas costas vibrar, como se estivesse antecipando o que está por vir.

Os itens de higiene caem das minhas mãos, mas seguro a toalha úmida entre os dedos como se fosse um fio de segurança no meio do caos crescente.

Murmuro baixinho, quase em prece:

— Si ojos tienen que no me vean, si manos tienen que no me agarren, si pies tienen que no me alcancen, no permitas que me sorprendan por la espalda, no permitas que mi muerte sea violenta, no permitas que mi sangre se derrame. Tú que todo lo conoces, sabes de mis pecados, pero también sabes de mi fe, no me desampares.

Abro os olhos. A luz no banheiro pisca, e logo a escuridão toma conta do ambiente. Eu me concentro nos sons ao redor, aguçando meus sentidos. Passos abafados ecoam de várias direções. Identifico um, dois, três, quatro, cinco pares de pés se aproximando. Eles estão me cercando, como se eu fosse uma presa encurralada. Mas não há nada de indefeso em mim.

Um sorriso cruel curva meus lábios. Estalo o pescoço e enrolo a toalha com firmeza nas mãos. Estou pronta para a luta.

— Não sei quem são vocês, ou por que estão fazendo isso. Mas me sinto na obrigação de avisar que não haverá misericórdia — digo, com uma calma perigosa.

— Fala muito, piranha — uma voz feminina e estridente ecoa à minha direita, a poucos passos de distância. O sorriso em meus lábios se alarga. Sem hesitar, giro o corpo e acerto meu cotovelo no rosto da maldita. Ouço o grunhido abafado e o som de um corpo caindo no chão frio.

— Eu avisei que não haveria misericórdia, vadias. Sou Tatiana Genovese. Mostrem respeito, escória!

Murmúrios desconcertados preenchem o ar. A tensão é palpável, e ela me alimenta. Sou uma predadora no meio de presas assustadas. O chão molhado não é um obstáculo, é uma vantagem. Meus movimentos são rápidos e precisos.

Mais passos. Sinto a presença de outra mulher se aproximando por trás, sua respiração pesada. Sem olhar, giro rapidamente e desferro um chute forte nas costelas dela. O impacto a faz tropeçar e bater violentamente contra a parede de azulejos. Não há espaço para hesitação.

Ouço o som de metal sendo sacado. Uma faca. Pequena, mas letal. A adrenalina toma conta de mim, cada músculo do meu corpo pronto para reagir.

— Acham que uma faca vai me deter? — rosno, meus olhos ardendo com uma mistura de raiva e prazer.

A mulher hesita. É tudo o que preciso. Avanço, enrolo a toalha em seu pulso e a puxo com força para o chão. O som da faca caindo ecoa pelo banheiro, e eu a pego antes que qualquer uma das outras tenha chance de reagir.

Com a faca em mãos, encaro o restante das mulheres. Elas recuam, o medo evidente em seus rostos. O brilho da lâmina reflete a promessa de violência, e isso aquece meu sangue.

— Vocês ainda podem sair vivas daqui. Mas, se derem mais um passo, a única saída será dentro de um saco preto  — Minha voz baixa e ameaçadora reverbera no espaço apertado.

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