capítulo especial

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Esse capítulo será narrado por duas pessoas.


Estaciono a BMW na frente “del infierno”, a boate do Domenico Ferrari em Nova York

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Estaciono a BMW na frente “del infierno”, a boate do Domenico Ferrari em Nova York. Deslizo para fora do carro, ajeitando a jaqueta de couro. Olho para os lados, observando os soldados de Alexo do lado de fora, que me encaram com uma expressão tediosa.

Aceno com a cabeça em forma de um breve cumprimento e me afasto do carro, caminhando para fora da calçada, atravessando a rua e sigo pela Quinta Avenida. Alguns passos a mais, escuto o estrondo estridente do carro explodindo e levando consigo alguns filhos da puta da Cosa Nostra. Sorrio satisfeito enquanto deslizo a mão no bolso da jaqueta, pegando o celular.

Atravesso a rua, virando a esquina, encontro meu carro estacionado, abro a porta e deslizo para dentro. Desbloqueio o celular e chamo o contato de Ricardo, que toca algumas vezes e atende.

— O que foi? — Ele atende sussurrando.
Franzo a testa, sentindo que provavelmente não vou gostar do que está por vir.

— Por que está sussurrando? — Questionei, colocando o cinto.

— Estou no hospital com a minha mulher — respondeu Ricardo em um tom satisfeito. Posso até imaginar o sorriso enorme que está estampado em sua cara de merda.

— Sua mulher? — Questionei com os dentes cerrados.

— Minha mulher! — Devolveu, cortante.

— Entendi. Pensei que ela tivesse chutado suas bolas e não quisesse vê-lo novamente. — Meu peito sobe e desce freneticamente.

— Isso foi antes — diz Ricardo. Aperto o celular com força entre os dedos.

— Entendi. E como ela está? Fiquei sabendo do acidente...

— Agora está bem, mas... — Ele soltou um suspiro pesado e começa — Na madrugada tentaram contra a vida dela...

— Quem? — Meu tom áspero.

— Ainda não sabemos, ela foi drogada, saiu desnorteada, Samuel chegou a tempo de impedir que uma tragédia acontecesse. — Sinto a dor em sua voz.

Me recordo de que na noite em que transamos na praia, ela parecia estar fora de si e no dia seguinte disse ter sido drogada. Mas quem faria isso? Por quê? E será que foram as mesmas pessoas da Grécia? E, se sim, qual é o propósito disso?

Sinto uma fisgada no peito, um frio involuntário puxa meu ventre, uma sensação angustiante de impotência. E aquele maldito pensamento voltando para me atormentar: “Se eu tivesse levado ela comigo, mantido presa na porra de um quarto, amarrada na minha cama, isso não teria acontecido”.

— Que droga, cara — rosno entre dentes, tentando manter a calma, mas falhando miseravelmente.

— Alguém quer matá-la, mas aí está, por quê?

Não sei, talvez porque ela seja uma assassina do cartel conhecida como El Lobo, que tem assassinado dezenas dos nossos há meses, debaixo do seu nariz. Mas como você é um idiota completo, não percebe a perfeição que tem em suas mãos.

Sinto a fúria correr solta pelas minhas veias, sem pensar que ele está com ela. Esse fodido vai tocá-la, no seu corpo, o mesmo corpo que me entorpeceu de prazer. Vai beijar aqueles lábios que eu beijei como um animal selvagem…

— Filho da puta! — Grito, socando o volante.

— O que foi? — Ricardo pergunta, me trazendo de volta à realidade.

Respiro profundamente, afastando-a dos meus pensamentos.

— Um cuzão acabou de cruzar meu caminho.

— Entendi.

— Mas eu vou lidar com isso — digo, em tom de promessa.

— Sei como é, mas me ligou por quê?

— Para avisar que a missão del infierno está feita.

— O restaurante também — diz Ricardo.

— Nos vemos em Roma? — Questiono, sondando para saber se ele estará com a farfalla, pois assim que retornar à Itália, planejo ir vê-la.

— Provavelmente, eu vou para Jersey.

— Jersey? — Sorrio satisfeito, será a minha chance.

— Samuel está planejando deixar Jersey sob o comando da minha sweet child, e como já estava acertado com o meu cunhado e futuro sogro, eu irei para lá e ficarei com ela…

Aperto o celular com tanta força que escuto o barulho do vidro se quebrando. Afasto o telefone do ouvido e encontro a tela rachada.

— Merda! — Praguejo, jogando a carcaça do celular sobre o banco.

Ligo o carro, acelerando com tanta fúria que o ronco do motor pode ser escutado por toda a 5th Avenue.

— Maldito Ricardo! — Soco o volante com fúria. — Maldito! — Berro, despejando toda a minha fúria.

Droga! Por que estou me sentindo assim? Por que eu me importo se ele está com ela ou não? Porra, ele é o meu amigo, eu deveria estar feliz por ele, deveria estar satisfeito porque o meu parceiro, amigo de longa data, conquistou a garota. Contudo, não me sinto feliz por Ricardo, me sinto furioso, com raiva. Eu o mataria, porra, eu o mataria feliz da vida só para mantê-lo longe da minha garota.

Minha garota, o que diabos estou dizendo agora? Eu amo Felipa, mesmo ela sendo minha irmã, eu a amo.

Então, por que isso me incomoda tanto? Por que, droga, por quê?

Flashback

— Estou viciado nessa garota — Ricardo murmurou com as mãos sobre o rosto.

— Existem outras mulheres no mundo, meu caro — digo, dando um tapinha em seu ombro.

— Ela não é como as outras — ele me encara. Seus olhos vibrantes, as pupilas dilatadas — Nenhuma mulher me deixou excitado como ela fez. Droga, eu quase gozei nas calças como um adolescente virgem, enquanto eu a fodia com a língua... Droga, o gosto dela, o cheiro dela me deixou viciado.

— Cara, você está em uma situação complicada.

— Você não entenderia a intensidade do que sentimos um pelo outro. Ela me ama da mesma forma que eu a amo. Ela chorou quando fui emboscado, dormiu em meus braços como se fôssemos um só, me permitiu explorar seu corpo por horas, horas sentindo seu gosto, ouvindo seus gemidos e experimentando cada um de seus orgasmos.— Ele sorri como um louco apaixonado — Ela é minha, Lucca, minha mulher!

Balancei a cabeça, afastando esses pensamentos. Senti meu coração apertar com um misto de ciúmes e insegurança. Uma onda de possessividade me dominou, fazendo com que meus músculos se contraíssem e minhas mãos ficassem tensas. Meus olhos se estreitaram e a sensação de aperto no peito dificultou minha respiração. Cada palavra de Ricardo parecia ecoar em meus ouvidos, provocando desconforto e um rosnado interno de raiva. Meu corpo tremia levemente, lutando para controlar a fúria crescente enquanto meus pensamentos se enchiam de dúvidas e paranoia. Estou com ciúmes, droga, estou mesmo com ciúmes.

— Ela não pode ser dele. — acertei o punho com força no volante. — Não pode!

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