Lucca Falcone

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Lucca Falcone
— Lucca, pare agora, cazzo — ordena, vindo em minha direção

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Lucca Falcone

— Lucca, pare agora, cazzo — ordena, vindo em minha direção. Seus passos são lentos, e a expressão amedrontada permanece.

— Parar por quê? — indago, riscando o 'N' e seguindo para a última letra 'A'.

— Eu mandei parar, seu psicopata do caralho! — berra, agarrando meu braço no momento em que parou na minha frente.

O som do celular tocando rouba meu foco por um instante, direcionando minha atenção ao nome que pisca na tela. Tatiana segue meu olhar, e no momento em que vê que é Felipa, sua mão escorrega do meu braço.

Estamos próximos o suficiente para ler a notificação da mensagem que ela enviou.

[ Felipa: Obrigado por cuidar de mim! Te amo muito, meu príncipe.]

Engulo a seco, praguejando mentalmente. “Por que raios Felipa precisa dar sinais de vida logo agora? Maldita!”

Nossos olhares voltam a se encontrar, seus olhos presos ao meu peito, lábios trêmulos, olhando entre meu peito e meus olhos, e a maldita mensagem. Tatiana parece estar perdida em seus pensamentos, em um momento está parada bem na minha frente e, no segundo seguinte, gira os calcanhares e começa a correr em direção à porta do quarto.

— Filha da puta! — Amaldiçoo Tatiana, Felipa e o caralho do aparelho que não desliguei, deixando a faca cair. Sigo seu rastro, passando pela porta e cruzando os corredores.

— Onde pensa que vai, princesa? — Ecoa a voz de Stefano. Apresso meus pés a subir rapidamente as escadas.

A filha da puta está nua, enrolada em uma toalha. Só de imaginar que os meus soldados vão vê-la assim faz com que minhas entranhas se contorçam.

— Deixe-me passar, troglodita. — Ecoa a voz da farfalla.

— Sinto muito, princesa, sua saída não foi autorizada. — Paro no meio da escada, assistindo.

— Sabe com quem você está falando? Seu merda! — Tatiana pergunta, batendo o dedo no peito de Stefano, que encara a garota com uma expressão de tédio.

— Você é Tatiana Genovese, é eu sei, mas aqui não são suas palavras que imperam. — Ele segura seus dedos no ar, torcendo seu pulso. — Você não me dá ordens, pirralha mimada.

— Como é que é…? Seu bastardo louco… Sai da minha frente, seu filho da puta. — Ordena, acertando o punho no peito de Stefano e pela maneira que ele aperta o maxilar, diria que ela bateu com força. Essa é a minha garota. Vibro internamente.

— Para uma princesa, você tem um péssimo comportamento. Pelo jeito, foi criada entre os empregados — resmungou, revirando os olhos com zombaria para tirá-la do sério.

— Bastardo inútil!

Subo mais alguns degraus, os olhos de Stefano caem sobre mim, por um instante enxergo choque, surpresa, mas rapidamente limpando suas feições, voltando ao branco de costume. Ele solta os pulsos da farfalla.

— Sai da minha frente!

— Todo esse trabalho pra isso? — Indagou, lançando-me um olhar assassino — Está causando uma maldita guerra por causa dessa garotinha barulhenta e sem modos? — seu tom é puro escárnio.

— Barulhenta é tua mãe, seu idiota, frouxo...

— Frouxo? — Os dentes de Stefano se apertam.

— Hummmm... Acho que toquei no ponto fraco — debocha Tatiana, subo mais alguns degraus.

— Volte para o quarto, farfalla — peço. Ela me olha por cima dos ombros.

— Vai para o inferno, Falcone! Ou melhor, retorne a ligação pra vadia, pelo jeito Domenico deve estar ocupado e você é a distração dela. — devolveu cortante.

Odeio ouvi-la falando o nome de outro homem, odeio ainda mais esse homem ser Domenico Ferrari.

— Cuidado. — digo entre dentes

— Sabe, não entendo qual é a da Felipa, com um homem lindo, cheiroso, gostoso e com aquelas mãos... — diz de uma forma,  que me faz desejar matar Domenico — Aí, meu Deus!

Respiro profundamente buscando calma.

— Você está de toalha, caralho, na frente dos meus soldados — digo entre dentes, ignorando sua provocação — Então, se você não quiser voltar para aquele maldito porão, traga seu lindo traseiro para cá, agora.

— Me deixe ir embora? — Questionou, virando-se para mim. Meus olhos permanecem presos aos de Stefano, que parece estar se controlando para não olhá-la.

— Não!

— Lucca, preciso voltar para casa, para minha família, para o Ricardo…

— Não, porra! — Observo quando ela dá um passo para trás. Também percebo Stefano ficando tenso, seus punhos cerrados.

— Por que está fazendo isso?

— Também estou me perguntando o mesmo — murmurou meu chefe de segurança e braço direito.

— Está vendo? — Argumenta — Até o seu soldadinho sabe que está agindo com estupidez.

— Desce para o quarto, agora. — digo entre dentes.

Ela dá um passo em direção, seus olhos castanhos presos ao meu peitoral sangrando, todo riscado com letras que fazem seu maldito nome. Enxergo um brilho sombrio, maligno, como se fosse divertido me ver indo ao limite por ela. Somos muito parecidos nesse quesito.

Por uma fração de segundo, seu olhar muda para a tatuagem de Felipa e volta para os meus olhos. Sua expressão muda, seus olhos me avaliam com nojo, desprezo, um sorriso de escárnio pinta em seus lábios.

— Vai-te foder, Falcone! — seus lábios se movem com escárnio, mas nenhum som sai.

Faço menção de caminhar, mas paro ao vê-la se virando para Stefano, suas mãos se afastam do seu corpo, assisto toda essa merda em câmera lenta, a toalha desliza do seu corpo, caindo ao chão. No instante seguinte, Tatiana está colada contra o corpo de Stefano, que está encarando a menina com uma expressão incrédula.

— Desculpe por isso, soldadinho...

— Tatiana... Filha da puta! — Berro no instante em que ela se coloca na ponta dos pés, batendo seus lábios contra os do meu soldado, que deveria empurrá-la para trás, mas o desgraçado não faz; ao contrário, sua mão está nas costas da minha mulher.

Termino os dois últimos degraus e, sem conseguir conter minha fúria, avanço em sua direção, agarro o braço de Tatiana e puxo com força para longe de Stefano. Tudo acontece rapidamente: a garota é lançada contra a parede de vidro, um estrondo estridente de vidro quebrando ecoa. Contudo, a fúria que sinto é tão grande que não me preocupo com ela; pelo contrário, aperto as mãos em forma de punhos cerrados e acerto o primeiro soco em Stefano, que tropeça para trás.

— Maldito! — Golpeio novamente. Agarro o colarinho de sua camisa e ergo o punho pronto para bater novamente.

— Ai… — Ecoa o som de um gemido doloroso. Os olhos de Stefano caem sobre a garota no chão, a expressão amedrontada em seu rosto faz com que rapidamente o liberte e me vire para vê-la.

A cena que encontro faz o ar faltar em meus pulmões, o coração errar nas batidas. Movo meus lábios, mas nada sai; o desespero que me atinge é tão grande que sinto meu corpo perdendo as forças.

— Farfalla…

Pela visão periférica, vejo Stefano correr na direção de Tatiana. Tudo parece estar em câmera lenta, minha mente dá voltas e voltas, e lembranças do passado tentam me levar. Pisco algumas vezes, tentando me libertar.

Flashback:

— Mamma? — choraminga Matteo, chacoalhando o corpo sem vida da mulher que chamamos de mãe.

Ela está jogada no chão, o vestido vermelho com flores brancas está parcialmente rasgado na altura dos seios. O sutiã branco cobre parte dos seus seios, e a lateral do tecido na coxa está retalhado. Há marcas de mãos em suas pernas, pescoço e pulsos, seu rosto coberto por seus cabelos pretos, a poça de sangue ao redor da sua cabeça, gotículas vermelhas espalhadas por todo o cômodo, sobre o piso e os móveis. Toda a cena é aterrorizante, o cheiro metálico, o aroma de morte, sexo e sangue se mesclando, tornando tudo mais macabro.

— Mamãe? Mamãe? — choraminga Matteo, de joelhos ao lado da nossa mãe, suas mãos e joelhos manchados.

— Deixe-a, Matteo! — Ordeno, engolindo o choro que embarga minha garganta. Pisco várias vezes, afastando as lágrimas. Não posso chorar, não posso ser fraco. Preciso ser forte, por mim e por meu irmão.

— Mas é a mamma…

— Deixe-a, agora! — agarrei seu braço e o puxei comigo para fora desse inferno na terra, arrastando-o para longe, enquanto ele grita e luta para voltar para mamãe. Mas aí que está, não há para onde voltar. Ela se foi, se foi para sempre, nos deixando nas mãos do maledetto.

— Lucca? — Saio do meu tormento com Stefano gritando. Meus olhos se fixam nos dele, que me diz de forma silenciosa que preciso estar lúcido e deixar minha merda para depois. — Chame a porra de um médico! Agora! — Grita, passando com ela em seus braços, rumando em direção ao quarto.

[...]

Acariciando seus cabelos, seus olhos estão vidrados nos meus, encarando-me em um silêncio ensurdecedor.

— Me perdoa? — murmurei, tocando o ferimento em sua testa. Sentindo-me o pior filho da mãe de todo o mundo, por tê-la machucado, pela segunda vez.

— Por que está fazendo isso? — sussurrou, seus dedos tocando meu queixo, acariciando minha barba.

— Sabe? — Meu polegar roçando em seu lábio inferior — Minha mãe morreu quando eu ainda era bem jovem — fecho os olhos por um instante, buscando coragem — Minha tia, que era como uma segunda mãe para Matteo e para mim, nosso tio que parecia o único que realmente se importava com a gente, também se foi. — abrindo os olhos, volto a encará-la — O ciclo de abandono não para — Digo, em forma de um sussurro — Eu perdi muito. Quando você apareceu na minha vida, estava sem rumo, buscando a morte. Contudo, você trouxe algo novo. Pela primeira vez em muito tempo, me senti vivo. Sei que é errado, é egoísta, mas não posso te perder também… Então, por favor, não me deixe.

— Lucca, eu preciso voltar, preciso me casar…

— Por favor, não me deixes — giro nossos corpos, apoiando os joelhos e os cotovelos no colchão, escorrego por cima dela, colocando-me entre suas pernas — Estou te pedindo, te implorando, farfalla, fica comigo. — peço em súplica.

Porra, o que acabei de fazer? Eu realmente estou implorando para ela não me deixar? Caralho, o que há de errado comigo?

— Lucca, eu preciso voltar, tenho que encontrar...

— Estou sendo sincero, nunca pensei que poderia querer tanto alguém como eu te quero, necessito estar com você, preciso que você entenda que não posso deixá-la ir… — Solto um suspiro pesado — Diz que vai ficar, diz que vamos voltar para a Itália e assumir para toda a máfia italiana que somos um casal maldito — Balanço a cabeça sorrindo, seus olhos permanecem cativos nos meus — Podemos nos casar e voltar, ou podemos fugir, ir embora para longe, ouvi dizer que o Rio de Janeiro tem lindas praias. Vem comigo?

— Amor, eu...

— Amor? — um sorriso largo cresce em meus lábios — Estou apaixonado por você e, sei que você também sente algo por mim, então vamos tentar?

— Lucca, não é tão fácil como imagina, preciso voltar, me casar e seguir arrisca tudo que tem planejado para mim...

— Sei que você ama o Ricardo, mas com o tempo você vai aprender a me amar, eu sei que vai, então não me deixe... Estou te implorando, se você me deixar vamos acabar você e eu mortos.

— Lucca, acabou as ameaças — ordena.

— Não é uma ameaça e, sim uma promessa: se você me deixar eu te mato e depois me mato em seguida. — digo a verdade — Não tenho nada a perder, Tatiana, eu não tenho família, amigos e nem um motivo pra viver, a única coisa que me dá prazer, me faz sentir vivo é  você, se eu te perder...

 — digo a verdade — Não tenho nada a perder, Tatiana, eu não tenho família, amigos e nem um motivo pra viver, a única coisa que me dá prazer, me faz sentir vivo é  você, se eu te perder

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