bônus

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Gente acabei de postar no Instagram o booktrailer do segundo livro, está 🔥🔥🔥🔥.

Não esqueça de comentar e deixar a estrelinha.

Felipa

Felipa 🖤

Os pelos da minha nuca e do braço estão arrepiados, sinto o gelo do piso nos meus pés descalços. Permaneço parada, encarando a porta pela qual Lucca saiu, seguido por Marco.

Meus lábios tremem, piscando algumas vezes enquanto sinto as lágrimas brotarem nos meus olhos e percorrerem o caminho pelas minhas bochechas.

A expressão de desprezo que vi no rosto de Lucca, a maneira fria e sem sentimento com que ele falou comigo, faz meu estômago revirar.

Ele nunca me tratou assim, muito menos por causa de outra mulher. Desde que o conheci, sempre fui sua prioridade. Até alguns meses atrás, era eu quem ele chamava de "minha mulher". E agora ele me trata como se eu não fosse nada.

E Marco, que há pouco tempo disse que me amava, agora saiu por essa porta sem olhar para mim.

— Felipa? — Soa a voz rouca de Domenico. Desvio minha atenção para o meu marido, que me devolve um olhar sombrio.

Dói ver essa expressão em seu rosto, seus olhos estão escuros como a noite. Meu corpo estremece de antecipação.

— Eu posso explicar… — me defendo, mas a maneira como Domênico nega com a cabeça deixa claro o fato de que ele não está disposto a me ouvir.

Meus olhos desviam de Domenico, voltando-se para Irina, mas sua expressão distante sinaliza que também não quer ouvir minhas explicações.

— Por que nunca me disse nada, Natasha? — questionou Irina, fitando-me com frieza. Enxergo decepção em seus olhos e isso me abala.

Pela visão periférica, percebo Domenico me fitando, esperando uma resposta.

— Ajudei Ziven a fazer coisas horríveis. Eu matei, ajudei ele a matar, ajudei ele a encontrar a sua sobrinha na Bulgária e em seguida na Romênia, e consecutivamente levar a filha dela. Eu estava lá no dia. Contudo, eu não fiz isso porque sou ruim, ou porque quis. Eu não tive escolha…

— Sempre há uma escolha — rebateu Domenico, com os braços cruzados na frente do peito, a expressão de fúria permanecendo em seu belo rosto.

— No meu caso, não. — Digo, firme.

— Felipa, eu passei os últimos anos da minha vida ao seu lado, sendo fiel e cuidando de você. Estive mais presente na sua vida do que na vida da minha sobrinha, que é sangue do meu sangue. Priorizei você acima da minha família, e você nunca pensou em dizer que sabia que Ziven levou a filha da Tatiana? — Seu tom áspero, diria acusatório.

— Eu sinto muito, mas não sabia como dizer isso… Eu não queria esconder, só não sabia como contar. Eu não… Não poderia contar. — Entre olhando entre Irina e Domenico, começo — Acha que foi fácil pra mim?

— Não se faça de rogada, Felipa, eu confiei em você…

— Não me julgue, Irina — digo entre dentes. — Não caí nas mãos do Ziven porque quis, não fiz o que fiz por escolha... Eu sou a menina que, aos sete anos, enfiou uma faca no coração de um padre, fugiu do maldito orfanato e foi adotada pela maior equipe de assassinos de Praga. Aos quatorze anos, era a maior hacker da Europa. Tudo o que eu fiz foi para sobreviver.

— Eu sei, Natasha, mas deveria ter me contado. — Argumenta, com lágrimas nos olhos. — É a minha sobrinha, a porra da minha sobrinha!

— É Felipa. — Corrijo, odeio ser chamada de Natasha. — Acha que eu fiz aquilo porque quis? Não, eu tinha acabado de perder a minha única família, tinha completado catorze anos e estava sozinha, fugindo de dois inimigos. A bratva apareceu e me ofereceu um trato, e eu aceitei porque precisava de dinheiro e proteção. Eles mataram meus inimigos, e eu os ajudei no que precisavam. Pode parecer egoísta, mas eu fiz isso para sobreviver e não me arrependo. A vida toda eu lutei por mim mesma.

— Não justifica — rebateu Irina.

— Eu fui abandonada na porta de um orfanato, em um saco de lixo. Fui maltratada, passei fome, frio, apanhei e nem ao menos sei quem são meus pais e nada da minha família. A primeira vez que matei alguém foi um padre. Enfiei uma faca de cozinha no seu coração e fugi. Por sorte, encontrei os Dragons, encontrei você, que me acolheu, me adotou, e por um tempo tive uma vida mais ou menos normal com o grupo de assassinos. Mas anos depois vi eles morrendo na minha frente e novamente fiquei sozinha. Então, não me julgue por optar por mim mesma. — meus lábios tremem, esfrego as mãos sobre os braços.

— Você poderia ter contado. Poderia ter me dito que a filha da minha sobrinha está em poder do Ziven. — meus olhos fixos nas esferas verdes da loira parada no meio da minha sala.

— Por que nunca disse nada, Felipa? — Indagou Domenico, seu tom é baixo. Estremeço, sentindo um calafrio percorrer minha espinha, arrepiando todos os meus pelos.

— Eu não podia, Ziven me fez prometer, jurar, existe um código de honra nesse mundo...

Domenico me interrompe e começa.

— Você não deve nada a ele, absolutamente nada — declara Domenico. Sorrio sem achar graça. Se ele soubesse um terço do que Ziven fez comigo, iria entender o medo que sinto do maldito russo e o motivo pelo qual jamais faria qualquer coisa para me colocar no radar dele.

— Ziven me obrigou a jurar que jamais diria uma palavra sobre Tatiana e a filha — digo a verdade. — Sabe como ele me obrigou? — mais lágrimas caem dos meus olhos. — Me amarrando em uma maldita espreguiçadeira, surrando minhas coxas, costas e pernas até ficarem em carne viva. E sabe o pior? — entreolhando entre Domenico e Irina, continuo. — Precisava passar por tudo isso em silêncio, porque se chorasse, gritasse ou reclamasse, ele me torturava até desmaiar. Então sinto muito se para vocês eu sou egoísta por ter escolhido me salvar ao invés da criança. — Sorrio com escárnio. — Ela já estava condenada, Ziven, aquele maldito desgraçado tem tudo o que quer, independentemente do que seja.

— Você me decepcionou, Felipa — proferiu Irina, com uma expressão de repulsa estampada em seu rosto.

Ela simplesmente se vira e sai da sala, me deixando sozinha com Domenico. Envolvo meus braços ao redor do meu corpo, me abraçando em uma tentativa de me sentir segura. Domenico caminha pela sala em silêncio, sem nem olhar na minha direção, e isso mexe comigo mais do que gostaria.

— Por que não me contou? — Aperto os olhos, sentindo seu olhar assassino queimando sobre mim.

— Eu tive medo, se Ziven descobrisse que abri a boca, ele viria atrás de mim. Eu não quero passar por tudo novamente.

— Eu teria te protegido, ninguém chegaria até você, porque me encarregaria de mantê-la segura, mas agora você fodeu com tudo. — Consigo sentir a decepção em sua voz.

— Sinto muito. — Sussurro.

— Se você tivesse me contado, eu teria dado a informação a Samuel em troca de uma união entre os Ferrari e os Genovese, e agora não precisaria estar casando a minha irmãzinha com um maldito Falcone. — Um riso sinistro escapa dos seus lábios. — Um maldito Falcone que está apaixonado pela galinha dos ovos de ouro, a princesa Genovese, a herdeira de Samuel.

— Lucca não está apaixonado por ela — rebato, cortante.

— Não está? — Não preciso abrir os olhos para saber que Domenico está parado na minha frente. — Por que acha isso? — Indagou entre dentes.

— Eu...

— Deixa eu adivinhar, porque ele está apaixonado por você? — seu tom goteja veneno.

— Domenico...

— Lucca está apaixonado por Tatiana Genovese, assim como Marco. Ambos estão com sangue no olho porque ela vai se casar com Ricardo Salvatore. — Um sorriso comedor de merda pinta nos lábios do meu marido. — Sinceramente? Consigo entender porque Lucca e Marco estão obcecados pela menina. Já viu ela?

— Domenico, não brinca comigo — advirto. — Não vou aceitar ser traída mais uma vez. — digo a verdade.

— Não disse nada demais, só estou dizendo que dá para entender o porquê tantos homens estão obcecados pela ragazza. Ela é a porra de uma tentação, isso sem contar todo o poder que vem de bônus com ela.

— Filho da puta! — Amaldiçoo, girando os calcanhares e saindo da sala. — Maldito! – grito, quando entro no quarto e bato a porta com força.

Mais lágrimas escorrem dos meus olhos, aperto os lábios. É óbvio que não queria prejudicar uma criança e sua mãe. Conheço a história de Tatiana e sinto muito por ela, contudo, naquela época era eu ou ela, e eu escolhi me salvar. Eu sempre vou me escolher, independentemente de quem esteja na mira.

É errado? Talvez, mas que se foda o que é certo ou errado. Eu sempre, sempre vou me proteger, não importa quem será machucado nesse trajeto.

Pode parecer egoísta, mas quando você só tem a si mesmo, aprende a fazer escolhas. Eu sou a minha escolha.

Arrependimento é para os fracos. Eu fiz escolhas, escolhas ruins, mas foram essas escolhas que me mantiveram viva. Essas mesmas escolhas me deram a liberdade, portanto não me arrependo. Faria tudo novamente.

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