marco

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Feliz Natal 🎅

Marco
Ando de um lado para o outro, me colocando de frente com a imensa parede de vidro do meu apartamento na Bulgária

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Marco

Ando de um lado para o outro, me colocando de frente com a imensa parede de vidro do meu apartamento na Bulgária.

Disco o número no celular e ele chama, chama e novamente não há resposta.

— Cazzo! — Praguejo, voltando a ligar — Ela precisa me atender, porra!

Quando Tatiana me contou sobre sua filha, decidi refazer seus passos. Obviamente ela já fez isso, mas pensei que começamos na Bulgária e refazendo seu trajeto poderia encontrar uma pista, a menor que seja, do que aconteceu no parto e onde está a menina que nasceu.

O telefone chama algumas vezes e quando já estava desistindo, ela atende do outro lado.

— Pensei que tinha sido clara quando disse para me esquecer — Ecoa o som da sua voz pelo alto-falante.

— Estou na Bulgária — digo, ignorando suas palavras.

— Nossa, incrível! — seu tom carregado de sarcasmo — Se era só isso, tchau…

— Me escuta, porra! — meu tom áspero.

— O que você quer, Marco?

— Estou na Bulgária. Vim buscar pistas, contudo preciso saber de algumas coisas.

— Tipo? — Escuto ao fundo o ronco do motor, ela está dirigindo.

Sinto um calafrio percorrer minha nuca até os dedos dos pés, ao me lembrar do acidente que ela sofreu.

— Onde ficou na gestação? — Questionei observando a vista da janela. Lá fora está chovendo muito.

— Foi em um monastério que fica em um vilarejo afastado na cidade de Plovdiv.

— Plovdiv? — estranho, porque não vi nada no mapa.

— Foi o que eu disse, Marco — falou em tom irritadiço.

— Desculpe te fazer lembrar disso, sei que não é fácil, entretanto preciso que me dê alguma informação, algo que me dê uma direção…

— Tudo bem, desculpe. — ela solta uma respiração pesada e começa — O monastério fica em um vilarejo afastado quase saindo da cidade, não é muito conhecido, na verdade é um lugar horrível, assustador, onde rola algum tipo de culto louco pra  caralho.

— Culto? — Franzo a testa — Em um monastério?

— Amor, se você soubesse que as coisas não são como parecem, você surtaria… Acredite em mim, Marco, esse lugar é o inferno, cheio de religiosos fanáticos e toda essa merda insana.

— Seu bebê nasceu lá? — Questionei, lamentando por isso, mas não tinha o que fazer. Preciso saber dos detalhes.

— Não, eu fugi dos fanáticos do culto quando descobri que papai pretendia dar meu bebê. Consegui chegar na Romênia, mas estava de sete meses e debilitada, então…

— Debilitada?

— Qual parte de “eu estava em um monastério com fanáticos religiosos” você não entendeu?

— Eles te machucaram? — Engulo a seco, pressentindo que vou odiar suas próximas palavras.

— Eles são religiosos, eu uma garota grávida na adolescência… Uma pecadora que eles chamavam de erva daninha e tentavam me exorcizar quase todas as noites.

Aperto o celular com força entre os dedos. A besta que reside em mim luta para se libertar e buscar o sangue de cada um que machucou a nossa garota.

— Filhos da puta!

— É, mas voltando, escapei para a Romênia, como estava fraca e sem forças, o bebê nasceu de sete meses em um vilarejo em Ruse.

— Em um hospital?

— Marco, como você é ingênuo, chega a ser fofo demais. Como não amar você? — seu tom doce me faz sorrir.

— Não foi em um hospital? — Refaço a pergunta, tentando ignorar as borboletas no estômago que me causaram suas palavras.

— Não, entrei em trabalho de parto no meio da estrada, em um lugar deserto. Fui encontrada por um casal de idosos; a senhora era enfermeira e o senhor, escultor. Eles me levaram para casa e, com a ajuda de outra senhora, fizeram o parto do meu bebê.

— A criança nasceu bem?

— Na medida do possível, sim, mas ela era pequena e estava fraca. Então, decidi que precisava da ajuda do papai e pedi para que ligassem para ele… — ela se cala por um longo minuto e eu entendo os sinais.

— Eu sei que é difícil, mas preciso saber o que aconteceu. É o único modo de encontrarmos ela — digo, com pesar por fazê-la mergulhar nessas memórias.

— Eu estava fraca, cansada e debilitada por 10 horas de um parto normal… Eu dormi, na verdade eu apaguei e quando eu acordei...

Ela se cala novamente.

— O que aconteceu quando você acordou?

— Os senhores estavam mortos, meu bebê não estava em casa… — sua voz chorosa.

— Samuel?

— Não! — Ela se cala por um tempo — Eu nem sei quem foi, não faço a menor ideia de quem a levou e me deixou viver… Não sei se foi seu pai, ou se foi Ziven… Não sei de nada, eu só acordei e vi as pessoas que me ajudaram mortas e meu bebê não estava mais lá…

Sinto a dor em sua voz e eu daria a minha alma para poder apertar ela em meus braços agora. E fazê-la esquecer de toda a dor que viveu.

— Sei que parece idiotice perguntar isso, mas você sabe ou tem um palpite de quem era o bebê? — Questionei me amaldiçoando pela pergunta, mas parando para pensar que um dos abusadores dela pode ter levado a criança. Meu pai não foi, pois morreu antes quando dei a localização dele para Matteo Falcone, mas ainda a Ziven e outros dois.

— Eu fui violentada por quatro homens, mas foi Ziven que sussurrou no meu ouvido enquanto me violava que estava colocando um filho dentro de mim…

Corto-a e começo:

— Então é por aí que vamos começar: o monastério, Rude na Romênia, e Ziven. Eu prometo que vou trazer a sua bambina para casa. Eu juro, piccola!

— Tatiana? — Ecoa uma voz masculina, com um sotaque carregado... Russo.

— Principessa? — Chamo, meu tom soa mais alto do que gostaria.

— Marco, eu te ligo mais tarde — ela diz do outro lado. Escuto um barulho de porta batendo.

— Tati? — Chamo. — Tatiana? — Berro, mas ela não responde; em seguida, a ligação cai.

Ando de um lado para o outro na sala de estar. Aperto o celular com força entre os dedos, meu peito sobe e desce freneticamente, como se estivesse correndo uma maldita maratona. É assim que ela tem me deixado desde o dia em que se entregou para mim. Que foi minha mulher.

— Cazzo! — gemo, passando as mãos sobre o cabelo; só de lembrar daquela noite, me sinto quente. — Porra, eu preciso de um banho gelado.

[...]
Fecho os olhos e me recosto na parede, meus dentes batendo de frio, sentindo a água gelada caindo sobre minha pele como lâminas de gelo.

Me recordo do seu cheiro, do sabor de cereja que vem dos seus lábios, do calor do seu corpo contra o meu, da sensação deliciosa do meu pau preenchendo ela, dos seus gemidos...

Minha mão segura meu pau com mais força do que deveria, indo e vindo em movimentos rápidos, minha mão bate forte contra minha pélvis.

Sinto o suor escorrendo da minha testa. Com os olhos fechados, imagino como seriam seus lábios rosados em volta do meu pau, sua boca quente, sua língua serpenteando pela cabeça e chupando todo o comprimento.

— Cazzo!!! — Gemo alto.

Aumento o movimento de vai e vem, minha mão deslizando por todo o comprimento, indo e vindo, rápido e forte, castigando meu pau. Aperto os olhos e os dedos dos pés, sentindo meu limite, solto alguns gemidos baixos imaginando como seria foder sua boca, como seria seu gosto… Porra estou quase lá... Jogo a cabeça para trás, um gemido rouco escapou dos meus lábios quando por fim cheguei ao ápice e jorrei em minha mão.

Minha respiração irregular, coração batendo descompassado, gotículas de suor se formando na minha testa. É a segunda vez que me masturbo e ainda consigo sentir o tesão me consumindo. Precisava dar um jeito nisso ou iria ficar louco.
Preciso urgentemente tê-la novamente.

[...]

Meus homens invadem a propriedade, botando abaixo os portões do velho monastério de Plovdiv. Antes de decidir o que fazer com as informações que a principessa me deu hoje pela manhã, fiz uma pesquisa minuciosa sobre as atividades que acontecem nesse lugar e a minha fúria só crescia a cada a linha.

O monastério é apenas uma fachada usada para esconder a verdadeira bagunça que acontece pelos corredores: rituais bizarros, orgias, pedofilia, abuso e outras coisas igualmente absurdas.

Li os arquivos de Tatiana e a cada página que tive acesso, meu ódio e desprezo por esse lugar só aumentaram. A verdade é única; já tenho todas as informações que preciso. Eu realmente não precisava vir aqui, mas a fúria correndo por minhas veias é tão grande que só vou conseguir ter um pouquinho de calma quando descontar toda minha ira. E por que não matar cada um dos filhos da mãe que puniram uma garota recém-abusada e grávida?

— Queimem tudo — ordeno.

— Sim, senhor — diz Luciano com um sorriso no rosto.

Os soldados se espalham ao redor das duas grandes construções, o cheiro agridoce de gasolina perfuma o ar da madrugada. Dou uma tragada no cigarro, soltando a fumaça para o ar.

— Se alguém tentar correr, chefe? — Questionou o soldado.

— Matem todos que passarem pelas portas — peguei o celular no bolso da calça — Sem sobreviventes.

— Sim, senhor.

O fogo começa a ganhar força, o som das chamas crepitando a madeira, a fumaça perfuma o ar, a sensação de calor reverbera.

Encosto no meu carro, enquanto digito o número que chama algumas vezes e atende, uma voz rouca, bêbada de sono, responde.

— Marco? Sabe que horas são?

O som de tiros se intensifica, gritos e o estalar das chamas consumindo os prédios e tudo ao redor.

— Está ouvindo isso? — afasto o celular do ouvido e viro em direção ao incêndio — Estou te vingando, principessa.

— Do que está falando, Marco? — Questionou. Consigo imaginar a expressão em seu rosto agora, sobrancelhas arqueadas, testa franzida, enquanto morde os lábios.

— O monastério está em chamas.

— Mas por quê? — Questionou confusa.

— Não é óbvio? Por você!

— Ai, Marco…

Eu disse que seria por você, que faria por você e que vou trazer a sua filha de volta, porque quero que volte a me ver com os mesmos olhos que me mirava antes de toda a merda.

— Marco, eu não sei o que dizer…

— Não digas nada, principessa. Estou fazendo isso porque te quero, te necessito e preciso provar o meu valor pra você.

[...]

48 horas depois

Desço do carro na companhia de Gabriel e sigo para o apartamento de Felipa, que fica localizado no centro de Madrid. Domenico me enviou uma mensagem dizendo que minha presença é necessária, então fui obrigado a dar uma pequena pausa na minha investigação.

Deixei o carro estacionado distante e segui caminhando. Decidi dar uma última olhada no celular e conferir se Luciano já fez o que lhe foi ordenado.

Meu chefe de segurança disse que conhece alguém do círculo mais próximo de Ziven. A ideia é que esse informante investigue algo sobre uma menina de aproximadamente cinco anos.

E se a minha intuição estiver realmente certa, a criança está com o maldito Ziven.

— Ei… — diz Gabriel, chamando a minha atenção, enquanto atravessamos a rua. — Aquele ali não é o Lucca? — Questionou, apontando para a portaria do edifício.

Observo melhor o Lucca segurando o braço de Felipa. Eles parecem estar discutindo ou algo do tipo, pela maneira como estão gesticulando e pela postura defensiva de ambos.

Gabriel e eu apertamos os passos, seguindo em sua direção.

— Não respondeu à minha pergunta, Felipa — ecoa a voz de Lucca.

Gabriel dá um passo para se aproximar ainda mais, mas coloco o braço na frente, impedindo. Eles estão olhando para o lado oposto de onde estamos.

— Eu já disse que a Bianca é minha amiga da escola, ela não tem nada a ver com o Ziven ou com a Bratva — respondeu Felipa em um tom irritadiço.

— Eu vi as fotos, porra. Vi as informações que Samuel Genovese conseguiu. Sua amiga está ligada às pessoas que estão tentando matar a filha dele e, acredite, dolcezza, Samuel e até mesmo Ricardo Salvatore são as últimas pessoas no mundo que você vai querer irritar — Ele rosna as palavras entre dentes.

Franzo a testa em confusão. Do que eles estão falando? E o que Felipa, ou amiga dela tem a ver com minha princesa? Algo não esta certo.

— Ai, Lucca, que coisa. Acha que eu tenho medo deles? Eu sou uma das melhores assassinas da Brat…

— Eu sei, porra. Você é foda pra caralho, mas os Genovese e Salvatore são o tipo de inimigo que não se deve ter. Por isso, estou te avisando, e se você for um pouquinho esperta, vai me escutar: não cruze o caminho de Samuel e de seus filhos, e tão pouco de Ricardo, ou a merda será tão grande que nem mesmo eu e Domenico vamos poder te salvar.

— Eu não tenho nada a ver com essas famílias... E também não tenho medo, eu matei pessoas...

Ela começa, mas ele a corta.

— Estou fazendo tudo para te proteger, assim como prometi minha alma, mas se irritar esses malditos, temo que nem eu poderei te salvar. E se me permite dar um conselho, cuidado com Irina, Roxy e Georgina, elas são ligadas à Tatiana e você não vai querer tê-la como inimiga, acredite no que digo. 

— Eu não tenho medo dela...

— Ei — murmurou Gabriel — Bianca não é amiga da Felipa? Aquela da escola?

Balancei a cabeça em concordância, lembro-me de tê-la conhecido quando fomos para a palestra na escola da Felipa.

— Mas o que será que essa menina tem a ver com o Ziven? E pior, com a tentativa de assassinato da tua principessa?

— Não sei, mas vamos descobrir — digo entre dentes.

— Será que a Felipa tem algo a ver com isso? — seus olhos focados em mim — Digo sobre o atentado contra Tatiana? — Sinto preocupação em seu tom.

— Não, ela não faria isso! — Digo com confiança.

— Você e Domenico estão cegos e apaixonados e não enxergam um palmo à frente do nariz — comentou Gabriel, zombando como sempre — De verdade, fratello, espero que você esteja certo e que Felipa seja inocente, porque seria triste… Pensando melhor, seria interessante ver você e Lucca decidir de que lado vão ficar: Tatiana ou Felipa, eis a questão…

Ponderei tudo o que acabei de escutar e decidi mudar meus planos. Domenico pode esperar, ele tem o Gabriel e é grande o suficiente para se virar com seus problemas.

Girei os calcanhares, dei meia volta para retornar ao meu carro, decidido a voltar para a Romênia em busca de pistas sobre a piccola da mia principessa.

— Onde vai, Marco? — Chamou Gabriel, mais alto do que deveria, chamando atenção para nós dois.

— Marco? — Chamou Felipa, abrindo um sorriso para mim, mas não é ela que tem minha atenção, é Lucca Falcone, que está me encarando com uma expressão de ódio. — Quando você chegou?

Meu olhar permanece fixo no de Lucca por mais um instante, até desviar minha atenção para Gabriel.

— Diga a Domenico para lidar com os problemas dele sozinho, tenho coisas a fazer — digo, me virando e me afastando.

— Marco? — Chama Felipa, vindo correndo em minha direção. Ela para, ficando de frente comigo.

— O que foi? — Digo, sem muita emoção.

— Não vai entrar? — Sua mão toca meu ombro, e o sorriso em seus lábios ganha força.

— Eu… — me calo abruptamente quando o celular começa a tocar. Deslizo a mão no bolso do paletó, buscando o aparelho. Olhando na tela, percebo que é o nome da principessa que aparece. Inevitavelmente, um sorriso pinta em meus lábios. Ela me ligando, que novidade.

— Hummmm… Pelo sorriso bobo em seus lábios, é a princesa, não é? — debochou Gabriel.

— Princesa? — Questionou Felipa.

Faço sinal para ela se calar e atender a ligação.

— Marco? — Ecoa sua voz doce.

— Aconteceu alguma coisa, mia principessa?

Escuto cada uma das suas palavras e, assim que ela desliga a chamada, me viro e saio correndo sem olhar para trás para explicar.

— Mande preparar o jato — Ordenei ao soldado, antes de abrir a porta do meu carro e deslizar para dentro — Estamos voltando para a Romênia.


— Mande preparar o jato — Ordenei ao soldado, antes de abrir a porta do meu carro e deslizar para dentro — Estamos voltando para a Romênia

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spoiler dos próximos capítulos.

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