Tatiana/ Lucca

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Comentem bastante e deixe a estrelinha.

Tatiana Genovese 
— Eu preciso voltar, Lucca

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Tatiana Genovese

— Eu preciso voltar, Lucca. — explico. — Preciso me casar e fazer as coisas como havia planejado. — empurro seu peito para que ele saia de cima, mas ele não se move.

— Por quê, porra? — Seu tom áspero. Seus olhos negros me fitam com tanta intensidade que sinto o ar faltando nos pulmões.

Lucca Falcone é um maldito psicopata que está operando em modo louco. O desgraçado está tão fora da casinha que acredito fielmente que o filho da puta seria capaz de dar um tiro na minha cabeça e ir para casa foder alguma puta sem o menor remorso. Então, preciso agir friamente, mudar a abordagem e fazer ele acreditar que terá o que deseja.

— Você não entenderia nem se eu te explicasse — com as duas mãos, empurro seu peito com mais força, forçando-o a se mover. Me sento na cama, sem quebrar o contato visual.

— Experimente, farfalla! — Seu grito ecoou pelo cômodo. Seu corpo grande paira sobre o meu, seus joelhos contra o colchão, mãos ao redor do meu corpo.

Lucca está sem controle, sua postura mostra que ele está tentando me intimidar. Em outra situação, eu riria da cara dele, mas hoje preciso dar a ele o que ele quer.

Então luz, câmera, ação...

Estremeço, me encolhendo e colocando os braços ao redor do meu corpo. Um soluço escapa dos meus lábios, seguido por um choro engasgado; lágrimas grossas deslizam dos meus olhos, molhando minhas bochechas.

— Eu tenho uma filha… — as palavras escapam dos meus lábios, enquanto cubro o rosto com as mãos.

— Que porra você está dizendo? — soa a voz de Lucca — Você está grávida? É isso, farfalla? — Suas mãos agarram meus braços, obrigando-me a descobrir meu rosto e voltar a encará-lo.

— Não é…

Ele me corta e começa:

— Você está grávida? Está mesmo grávida, mia farfalla? — Indaga com um sorriso nos lábios; um fio de esperança brilha em seu olhar, e isso é como se um punhal afiado afundasse no meu coração.

Mais lágrimas caem, no entanto, desta vez as lágrimas são reais. O choro reverbera pelo ambiente, minhas mãos trêmulas deslizam entre meus cabelos e, sem o menor cuidado, puxo-os com certa força.

Eu não vou ser mãe, não posso ser mãe. Aperto os olhos com força, alavancando meu corpo para frente e para trás em um ato de desespero.

"Não vá para lá, Tatiana, não vá para lá” Tento lutar com a minha mente, mas é em vão.

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Lucca Falcone

Franzo a testa, meu lábio se curva em uma linha fina, estreitando os olhos, tentando entender o que está acontecendo.

Movendo o corpo para frente e para trás, ela continua a chorar, um choro doloroso, seguido por soluços, enquanto puxa os cabelos com força.

Agarro seus pulsos, puxando-os sem o menor cuidado, fios de cabelo presos entre seus dedos. Mas não me importo, o único que importa agora é entender que surto foi esse.

Seguro seu rosto entre meus dedos, buscando seu olhar.

— Porra, Tatiana, de novo, não. — praticamente grito.

Eu já vi esse olhar, vi no dia do hospital, quando ela estava internada e eu menti, dizendo que Marco causou o acidente dela propositadamente.

A maldita dissociação. É exatamente isso que ela está tendo de novo. Olhos vazios, mente em branco, perdida no vazio dos seus pensamentos, dentro da própria mente fodida. Lá é silencioso, tranquilo, não há nada, vazio. É como uma maldita tela em branco, e ela está se perdendo novamente.

— Tatiana? — Berro na tentativa de afastá-la de qualquer merda que está sugando sua mente nesse instante. — Farfalla?

Meu peito aperta, a sensação de angústia cresce dentro de mim. Porra. Eu queria ficar com ela, queria que ela quisesse ficar. Por isso, fodi com tudo: com meu noivado, com a maldita aliança com os Ferrari, fodi minha amizade com Ricardo e raptei ela. Contudo, desde que a trouxe pra cá, parece que tudo que faço a machuca. Não digo só fisicamente, mas estou fodendo com a mente dessa garota.

Eu achava que Ricardo era tóxico, que estava mexendo com a cabeça dela, mas caralho, sou eu que estou causando estragos. Eu mandei sequestrá-la, eu mandei trazê-la para esta ilha, foram os meus homens que a prenderam em um porão sujo com correntes, eu causei o estresse e, consequentemente, a febre, e o pior de tudo, fui eu que a empurrei mais cedo e por isso ela se feriu nos cacos de vidro.

Ela poderia ter morrido. Meu coração bate descompassadamente, meu estômago se contorce causando uma sensação nauseante, só de pensar nisso.

Deveria agir com razão e deixá-la ir, é o certo a fazer, casar-me com Isadora por causa do compromisso e deixá-la se casar e formar uma família com Ricardo. É o certo a fazer, não é? Mas por que sinto como se meu peito estivesse sendo cortado com uma maldita faca cega?

Eu a quero tanto, tanto que sinto o ar faltar nos pulmões só de pensar em perdê-la. Quero que ela seja feliz, no entanto, quero que esteja ao meu lado. Por que ela não pode ser feliz comigo? Por quê?

A sensação de desespero me atinge: impotência, medo, tudo junto, de mãos dadas, andando lado a lado em uma mistura de sentimentos caóticos e perigosos. Eu a amo, amo com força, e tenho consciência de que o correto é deixá-la ir, mas infelizmente sou egoísta pra caralho. Eu perdi demais: minha mãe, minha tia, meu tio, minha nonna, Felipa... Não vou perder Tatiana. Não posso perdê-la.

— Reage, Tatiana! — Ordeno, meus dedos deslizando por seu rosto, até seu pescoço, o seguro firme, apertando o suficiente para cortar seu fluxo de ar. — Reage, droga! — Rosnei, entre dentes.

Sinto a pulsação entre meus dedos, seus batimentos disparados, o movimento da sua garganta engolindo a saliva da sua boca. Me inclino, aproximando-me do seu ouvido, e assim sussurro firme em forma de um comando.

— Reage, porra. — Ordeno com frieza. Meu tom é rude e autoritário.

Ricardo disse-me uma vez que ela foi treinada por Samuel. Conhecendo o Diavolo, imagino que não tenha aliviado nem para a sua garotinha. Então aposto todas as minhas fichas.

— Reaja, porra. É uma ordem!

Lentamente, afasto-me, colocando-me novamente em sua frente e mantendo meu aperto. Seus lábios entreabertos, vagarosamente, seus olhos começam a ganhar vida novamente, e sua expressão vazia começa a recobrar os sentidos. Seu olhar se encontra com o meu. Ainda estão marejados e vermelhos, mas ela está aqui. Ela voltou.

— Farfalla? — Afrouxei o aperto, deixando-a respirar.

— Lucca? — Sua voz sai em um sussurro.

— Está tudo bem, amor. Eu estou aqui. — Afasto meus dedos do seu pescoço, e meus lábios se abrem em forma de um "O" no momento em que ela pula em meus braços, me abraçando forte.

Retribuo o gesto, envolvendo-a em meus braços, acariciando suas costas. Começo a mover meu corpo como se estivesse ninando uma criança.

Minutos parecem horas em um silêncio ensurdecedor. Estamos entrelaçados, abraçados, unidos, e a sensação é incrível. Estar com ela é incrível.

Talvez seja por isso que Tatiana é tão fascinante para mim. Ela é diferente, mas ao mesmo tempo tão parecida. Vivemos em galáxias diferentes, mas nos sentimos interligados, conectados. Ela é o que falta em mim, e eu sou o que falta nela. Por isso, combinamos tão perfeitamente e somos extremamente errados por isso.

— Lucca? — murmurou, quebrando o silêncio. Permaneço imóvel por um instante, antes de respirar fundo e questionar.

— O que, farfalla?

— Eu tenho uma filha…

— Você o quê? — indago, franzindo a testa.

— Eu fiquei grávida após o meu sequestro — sussurrou. — O bebê é fruto do estupro coletivo que sofri.

Cerro os dentes com força, minhas entranhas se retorcem, batimentos disparados. Sinto a fúria ganhando vida ao me lembrar de tudo que ela passou nas mãos daqueles filhos da puta.

— Uma filha? — murmuro, surpreso, chocado e furioso ao mesmo tempo.

— Sim. Fiquei grávida, fui mandada para fora do país, fiquei presa em um maldito monastério até o final da gestação e quando meu bebê nasceu, roubaram-no de mim. Desde então, tenho vivido um inferno dia e noite, sem saber onde está minha criança…

Interrompo-a e começo:

— Quem a levou? — pergunto, tentando assimilar suas palavras. Aumento meu aperto, numa tentativa de protegê-la e transmitir segurança.

— Algumas semanas atrás, descobri através do subchefe Ferrari que quem a levou foi Ziven. — explica, fazendo círculos ao redor dos meus ombros com os dedos.

Respiro profundamente em busca de paciência. Maldito Marco Aurélio Ferrari, sempre no meu caminho. O desgraçado está sempre a um passo na minha direção e isso é outra coisa pela qual preciso me encarregar em breve. Contudo, no momento, meu foco deve ser Tatiana, então decido engolir o ciúme tóxico que corre solto por minhas veias, como uma maldita lava de vulcão.

— Marco? — Esforço-me para não soar rude, mas pela maneira como ela se mexe em meus braços, entendo que falhei miseravelmente.

— Marco está me ajudando porque sabe de tudo desde o início, não se esqueça que foi ele que me salvou. — argumentou.

— Eu sei. — acaricio suas costas. — Prossiga. — peço, encaixando seu rosto no vão do meu pescoço, só para sentir sua respiração contra minha pele e assim poderia inalar livremente o cheiro gostoso dos seus cabelos.

— Marco descobriu através de alguns hackers e informantes que Ziven foi para o país onde eu estava horas antes do meu parto e que ele me observava de perto todos os meses em que estive cativa no monastério. — explicou, mexendo-se no meu colo. Sinto seu corpo ficando tenso.

— Como ele sabia onde você estava? — Questionei, tentando entender a situação toda. Samuel é um filho da puta genial, ele não deixaria ela sem proteção e sem um hacker para cobrir suas pistas.

— Meu pai tinha uma equipe de hackers encobrindo meu paradeiro, mas… — ela para de falar, ficando em silêncio por um longo minuto.

— Mas? — a incentivo a continuar.

— Mas ele tinha um hacker melhor. — Engulo a seco, sentindo um arrepio percorrer os pelos da minha nuca e braço, temendo por suas palavras.

— Um hacker? — Repito suas palavras, sentindo o gosto amargo da bile.

— Isso foi há quase 5 anos — fecho os olhos, implorando para que ela não diga o que estou pensando — A garota, a hacker do Ziven se chama Natasha Dragon, membro da antiga equipe de assassinos da tia Irina e do tio Drogo… Sabe de quem estou falando, Lucca? — Meus lábios trêmulos.

— Felipa? — Indago, sabendo a resposta.

— A própria. — Seu corpo se afasta do meu, buscando meus olhos, e ela me encara. — Agora entende por que não posso ficar com você? — Movo os lábios para falar, mas ela continua. — Porque a mulher que você ama ajudou um pedófilo a levar a minha filha! — Seu tom goteja veneno.

 — Porque a mulher que você ama ajudou um pedófilo a levar a minha filha! — Seu tom goteja veneno

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