Lucca Falcone

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Não esqueça de comentar e deixar a estrelinha... está na reta final, da essa moral pra essa autora exausta 🫣🫢

Lucca Falcone

— Vou deixá-la ir — meu estômago revirando de ciúmes, engulo todas as palavras que gostaria de dizer, mas preciso ser forte e deixá-la ir, por enquanto é o certo a se fazer — Com a condição de que atrase o casamento, porque eu vou encontrar sua filha e trarei ela e quando isso acontecer voltaremos a discutir sobre nós dois.

— Vai mesmo me deixar ir? — Questionou, com um sorriso largo.

Balanço a cabeça em concordância, sentindo o chão abrir sob os meus pés. Por que é tão difícil fazer a coisa certa?

— É o certo, não é? — Aperto os lábios, desviando o contato visual. Observo quando seu sorriso vacila, seus olhos permanecem cativos em mim.

— Lucca? — Seus dedos tocam os lados do meu rosto, obrigando-me a encará-la — O que foi? — Indagou, franzindo as sobrancelhas.


Umedeço os lábios, quebrando o contato visual; contudo, ela mantém nossos rostos próximos. Seu hálito refrescante bate de encontro com a minha pele, causando-me sensações diferentes. Estar com Tatiana é sempre assim; ela me provoca dezenas de milhares de sensações, sensações que em 35 anos não havia sentido. Com ela, sinto-me como um bebê descobrindo gostos e sensações.

E o simples pensamento de deixá-la ir está mexendo com a minha mente e com meu coração. A sensação angustiante de perda, a incerteza de não saber como lidar com o momento em que ela cruzar essa porta para não voltar mais, o medo de que seja realmente um adeus. A avalanche de sentimentos caóticos que ameaçam me tomar a qualquer instante.

— É o certo, não é? — Perguntei, sabendo da resposta.

Eu a amo, droga, e como a amo. Mas se Felipa contribuiu de alguma forma para o seu sofrimento, não posso ignorar isso e fingir que nada aconteceu. Por isso, preciso deixá-la ir, deixá-la voltar para ele enquanto procuro a piccola da minha farfalla.

Eu melhor do que ninguém conheço sua dor. Assisti toda a minha família desmoronar: minha tia, minha nonna e meu tio sofreram até seus últimos segundos de vida pela perda da nossa piccola Evelyn, que foi arrancada de sua família da mesma forma que a filha de Tatiana foi levada.

Jurei para a Nonna em seu leito de morte que encontraria Evelyn e a traria para casa. Contudo, o que não imaginava é que Evelyn Falcone, o bebê levado logo após o seu nascimento, é na verdade Felipa, minha irmã biológica.

Por isso, preciso fazer o certo: libertá-la. A dor que ela carrega está matando lentamente, pouco a pouco, dia após dia. Por essa razão, não posso assisti-la se destruindo, não como assisti minha tia e minha nonna. Minha prova de amor para Tatiana é deixá-la ir e encontrar sua filha. Aí sim, ela será minha, e nada nem ninguém vai ficar no meu caminho. Até lá, eu a deixo livre…

— Eu sinto muito, Lucca — murmurou, nossos olhares estão cativos. Observo algumas lágrimas escorrendo dos seus olhos, traçando o caminho de suas bochechas.

Pisco algumas vezes, tentando reprimir as lágrimas que se formam em meus próprios olhos; entretanto, é em vão.

— Você está chorando? — questionou, franzindo a testa, seus lábios se curvam.

— Eu amo você! — Confesso, derramando as lágrimas que tenho tentado impedir a todo custo. — Não é um amor convencional. Não sou um príncipe encantado, não sou gentil, carinhoso. Não está na minha natureza demonstrar sentimentos como as pessoas normais, até porque não sou normal. Sou um mafioso de 35 anos que já matou mais pessoas do que posso contar e não tenho o menor remorso. Eu sou ruim, sou cruel, sou monstruoso, diabólico, possessivo, sádico e um psicopata, como você diz. — umedeço os lábios, sentindo as lágrimas descerem sem o meu controle. — Mas eu te amo, e te amo tanto que estou deixando você voltar para Ricardo, mesmo sabendo que isso vai me destruir… E está me destruindo, mas amar é isso, né? — Meus dedos acariciam suas bochechas, molhando o ponto do dedo com suas lágrimas. — E priorizar a pessoa amada, né? E estou fazendo isso por você, mas isso ainda não acabou!

— Não? — Questionou, com a voz falha, acariciando a ferida em meu peito, escrito seu nome.


— Não, farfalla — digo com certeza. Nossa história não acabou aqui. Você ainda será minha mulher, e ainda vamos ter um lindo garotinho. Ele terá seus olhos e os meus cabelos — ela sorri em meio às lágrimas, me fazendo sorrir também.

— Vamos? — nossos olhares permanecem unidos.

— Vamos, e ele se chamará Nikolo. Será o filho fruto do amor insano que sentimos.

— Eu não posso ter filhos — devolveu, perdendo o sorriso.

— Eu não sei como, nem quando — meus dedos tocam seu abdômen. — Mas você será a mãe do meu filho, do filho que vamos amar com todas as nossas forças. Pode escrever, Tatiana Genovese, você ainda será minha mulher e mãe do meu filho!

— Lucca, eu… — ela começa, mas se cala. Balancei a cabeça em concordância.

— Eu também, minha farfalla, eu também.

[...]

Acerto o punho contra a porta de madeira maciça, batendo incansavelmente. São 3h33 da manhã, mas estou pouco me lixando para as horas. Quero respostas e vou tê-las de qualquer forma.

Não demora muito para a porta ser aberta, não espero para saber quem está do outro lado, apenas a empurro com força e deslizo para dentro do apartamento.

— Seu filho da puta! — soa a voz repugnante de Domenico, mas o ignoro passando por ele.

Meus olhos encontram os de Felipa, que me fita com uma expressão assustada. Ela está usando uma camisola, rosto inchado, cabelo bagunçado, provavelmente acordou comigo socando sua porta no meio da madrugada. Ouço passos e nem preciso olhar para saber que é Irina, Marco e Gabriel.

— Lucca? — Ecoa a voz sonolenta de Felipa — O que aconteceu?

— Preciso fazer uma pergunta — sua testa franze, mas concorda com a cabeça.

— Precisa ir embora daqui, seu desgraçado. — rosna Domenico logo atrás.

Ignoro seu comentário, mantendo-me atento a Felipa e a Irina.

— Em 2018, você era a hacker do Ziven? — indago, em um tom áspero.

Observo a expressão de Felipa mudar, o movimento que sua garganta faz ao engolir em seco, a postura tensa.

— Por que quer saber disso? — Sua voz falha.

— Vou refazer a pergunta: você era a hacker de Ziven em 2018? E depois de tudo que fiz por você, no mínimo espero que seja sincera comigo.

— Sim — responde, desviando o contato visual. — Eu era a hacker de Ziven nessa época.

Fecho os olhos, sentindo minhas entranhas se retorcerem. Solto um rosnado de fúria.

— Bulgária e Romênia? — abro os olhos, voltando a encará-la. — Diz algo para você?

Seus olhos se arregalam, seus lábios se abrem em choque. Balanço a cabeça, entendendo sua resposta.

— Lucca…

A interrompo, pouco me importando para ouvir suas explicações; eu só quero a criança, nada além disso.

— Responda à minha pergunta, porra! — praticamente grito.

— Do que está falando, bastardo? — questiona Domênico ao meu lado.

— Em 2018, sua esposa foi a hacker que ajudou um pedófilo a roubar o bebê dos braços de uma mãe. — digo as palavras sentindo o ódio correndo por minhas veias.

— Ela o quê…? — Indagou Domenico, olhando na direção de Felipa.

— Eu não tive escolha…

— Pouco me importa. — declaro com desdém. — Onde está a criança?

— Eu não sei — murmurou Felipa. — Na época, eu também era prisioneira do Ziven…

A interrompo sem paciência.

— Por Lúcifer, Felipa, me diga algo sobre a criança. — Ordeno em um tom frio.

Os olhos de Felipa me fitam com um misto de sentimentos; eu nunca a tratei assim.

— Eu sei que Ziven dizia ser sua filha. Ele a batizou de Kalina, tinha fotos da mãe da menininha por todo o quarto. Ele dizia que um dia levaria a mãe…

Respiro pesadamente, sentindo a fúria triplicar de tamanho. Então é isso? Ele quer levar Tatiana? Filho da puta!

— Então você sabia quem era a mãe dela? — fecho as mãos em forma de punhos cerrados.

— Tatiana Genovese. A filha de Abigail, sim, eu sei, mas eu não podia fazer nada para ajudar, eu não estava em situação…

— Puta que pariu! — Amaldiçoou Domenico, ao meu lado, cortando a própria esposa.

— Uma última pergunta: Onde está a menina? — Seus olhos entreolhando entre Domenico e eu.

— Bielorrússia. — responde — Em uma propriedade escondida, ninguém sabe onde fica exatamente, quando estive lá fui levada vendada.

— Bielorrússia — Repito, sabendo que é por aí que devo começar. Giro meus calcanhares, saindo de lá.

— Se eu fosse você não iria lá, é perigoso demais — alerta Felipa.

— Vale a pena arriscar, estou fazendo isso por minha mulher, então vale a pena. — afirmo saindo do seu apartamento.

— Mulher? — Indagou Felipa. Não me dou ao trabalho de responder, só mantenho meus passos para fora desse maldito prédio.

Desço as escadas do prédio, sentindo que não estou sozinho, mas ignoro quem quer que seja que esteja me seguindo.

— Lucca? — soa a voz insuportável de Marco.

— O que foi? — replico, sem me dar o trabalho de olhar para trás.

— Está indo para a Bielorrússia? — paro de andar, aperto os punhos, sentindo meus batimentos disparar.

— Por que quer saber?

— Vamos juntos? — Indagou. — Dois de nós são mais eficazes do que só um.

Um sorriso de escárnio pinta em meus lábios.

— Não preciso da sua ajuda…

Ele me corta e continua:

— Acredite que odeio isso tanto quanto você, mas é por ela, então vale a pena o sacrifício.

Giro os calcanhares, colocando-me de frente com Marco.

— Ela é minha! — Digo entre dentes.

— Vamos encontrar a criança primeiro, depois veremos como as coisas terminam — Marco estende a mão.

— Uma trégua?

— Por Tatiana — Ele oferece.

— Por Tatiana — aperto sua mão, fechando nosso acordo de trégua.


— Por Tatiana — aperto sua mão, fechando nosso acordo de trégua

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