2.15 - Trégua

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Na segunda os cobras ainda estavam bravos pelo ocorrido do sábado comentando entre si uma forma de se vingar. Era o segundo dia de Terry Silver no dojo e Kreese estava utilizando aquela situação para demonstrar para Silver o porquê a guerra entre dojos fazia sentido.

— Agora você sabe com o que estamos lidando, enquanto o Larusso e o Lawrence estiverem juntos nossos alunos terão um alvo nas costas. – Kreese falou para Silver. – Temos que revidar.

— Não vim para cá para por essas picuinhas, vim para fazermos o que sempre planejamos... Transformar jovens em vencedores, fazer o Cobra Kai recuperar a antiga glória, mas temos que aprender com nossos erros.

O mais alto retrucou.

— Que erros?

Kreese perguntou.

— Tínhamos toda a região na palma da mão e você estragou tudo.

Silver falou.

— Está falando da perda do Johnny para o Daniel sendo que o golpe do Larusso foi totalmente ilegal ou de quando eu precisei pausar o karatê para cuidar do seu filho porque você nunca quis fazer isso?

Kreese perguntou.

— Não coloque o Ethan no meio, você sabe muito bem que nunca quis ser pai daquele insolente... ele sempre foi fraco e desobediente, me arrependo até hoje de não ter obrigado a mãe dele a abortar... talvez ela ainda estivesse viva. – Terry falou sério. – Mas eu estou falando da sua rivalidade com o Miyagi.

— Ele atacou meus alunos. Você não estava lá, mas nunca vou esquecer da manhã que o seu filho e o meu campeão entraram no dojo com o olho roxo e a confiança abalada, eu não podia deixar aquele velho escapar impune.

— Eu entendo mas agora nós dois somos os velhos e temos que usar a sabedoria que adquirimos. O Cobra Kai nunca teve haver com vingança, queríamos construir força, pegando o medo e transformando em arma e temos que nos concentrar nisso, se só copiarmos o passado a história vai se repetir mais uma vez.

— Está dizendo que depois de humilharem nossos alunos, só vamos olhar e não fazer nada?

Kreese perguntou.

— Eu não falei para não fazermos nada. – Terry falou abrindo um sorriso. – Só precisamos ser inteligentes.

[...]

A noite de sábado também repercutia entre os alunos de Johnny e Daniel. Demetri estava narrando o ocorrido para quem não estava no Drive-in no momento.

— E assim Miguel Diaz ficará para sempre reconhecido como o invocador de chuva.

Demetri disse.

¡EL DIABLO DE LA LLUVIA!

Falcão falou rindo.

— Mais de qualquer maneira acabaríamos com eles. – Sol falou brava. – Agora tenho certeza que eles não vão deixar tudo isso passar barato e eu falo isso por experiência já que eu sei que todos vocês pensam que eu sou tão impulsiva quanto eles.

— Concordo com a Sol. – Sam falou sorrindo. – E é uma coisa boa você ser impulsivo, não destruindo um dojo ou fugindo só porque deu vontade.

— Igual é uma coisa boa você beber, só não usar isso como desculpas para ser traidora. – Sol retrucou antes de se virar para Falcão. – Já basta um traidor no dojo.

— Eu já te falei que não te trai merda, se você não confia em mim já não é problema meu.

O garoto de moicano se defendeu.

— Já já vocês estarão novamente juntos então nem vou me meter nisso, mas sobre o drive-in até pode ser que ganharíamos mas a coisa ficaria feia.

Miguel falou.

— O que podia ficar feio?

Daniel perguntou se aproximando dos adolescentes juntamente com Johnny e Ethan que naquele dia havia sido chamado por Johnny para ajudá-lo.

— Ia rolar briga no drive-in, mas Miguel salvou o dia.

Demetri falou animado.

— Ah é e como foi isso?

Johnny perguntou interessado na narração de uma boa briga.

— Eu disse pros cobras irem até o campo de basebol, bem na hora que é regado.

Miguel respondeu.

— Deixa ver se entendi vocês provocaram uma briga e fugiram? – Ethan perguntou entrando na conversa. – Isso foi burrice.

— Vocês cutucaram a onça com a vara curta, o que pensam que vai acontecer? Acham que eles vão deixar isso passar numa boa?

Johnny perguntou.

— Finalmente alguém que concorda comigo.

Sol falou.

— Sol eu pensei que você estava levando os ensinamentos do Miyagi Do a sério. – Daniel falou um pouco magoado. – O Miguel achou um jeito de sair de uma situação ruim sem que ninguém se machucasse. O que queriam? Que entrassem numa luta de canivete?

— Vão para dentro do dojo, vou ter uma conversa com o Daniel e depois eu explico a aula de hoje.

Johnny falou para os alunos que o obedeceram. Johnny estava disposto a iniciar uma briga com Daniel, mas antes que pudesse começar a reclamar, os senseis do Cobra Kai chegaram no local.

— Temos uma coisinha para discutir.

Kreese falou primeiro.

— Filho... Daniel... é bom vê-los novamente.

Terry Silver falou deixando Daniel e Ethan paralisados.

— Até parece.

Ethan e Daniel falaram bravos em uníssono.

— Também reagiria assim se fosse vocês... Meu comportamento no passado foi indesculpável. – Terry falou. – Só posso dizer que sinto muito.

— Não sei de que manicômio você saiu ou qual jogo doentio você está planejando mas se não saírem agora da minha propriedade eu juro por Deus!

Daniel falou enquanto os alunos do Miyagi Do e do Eagle Fang assistiam de longe.

— Quem é esse cara? O tio Ethan e o sensei Larusso estão muito bravos.

Miguel perguntou.

— Meu avô...

Sol respondeu baixo um pouco confusa com o que estava acontecendo.

— Ele parece um highlander...

Bert falou.

— Não é um highlander, só pode existir um.

Nate corrigiu o amigo.

Kreese e Silver saíram e Johnny e Daniel entraram na parte interna do dojo.

— O que eles queriam?

Sam perguntou.

— Eles querem uma trégua até o dia do torneio.

Daniel explicou para todos os alunos dos dois dojos.

— Então nada de luta até o torneio.

Johnny complementou.

— E vocês estão confiando no Kreese para isso? – Sol perguntou. – Não conheço meu avô direito para falar sobre ele, mas conheço o Kreese e sei que ele não estaria a favor disso a não ser que esteja planejando algo.

— O dojo que desobedecer a trégua será obrigado a desistir do torneio então não acho que eles estejam planejando algo.

Ethan falou.

Silver Lines - CK fanficOnde histórias criam vida. Descubra agora