4.02 - Perdão

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Sol estava com vontade de continuar desaparecida, mas como toda adolescente precisava voltar para casa em algum momento e esse momento foi dois dias após ficar na cabana.

Henry conseguiu recuperar os verdadeiros resultados do antidoping e comprovar que a sobrinha não utilizou nenhum melhorador de empenho, embora a quantidade de Benzodiazepina sangue da garota, de acordo com o exame fossem de fato o suficiente para ser considerado um vício ou até mesmo para matá-la de overdose.

A garota então passou um mês num retiro para reabilitação e quando finalmente voltou para casa Henry e Trey garantiam que a garota ficasse vigiada vinte e quatro horas por dia e não faltasse as reuniões do A.A. nem as consultas com a psicóloga.

Enquanto isso Ethan dava o tempo necessário para a filha se acostumar com tudo aquilo, além de consultar um cardiologista para ver o quanto os benzos havia a prejudicado.

E com o piscar de olhos mais um mês se passou até a psicóloga Susan finalmente liberar a garota para uma rotina normal, o que Johnny entendeu como era hora da latina voltar ao karatê.

— Eu achei que tinha deixado claro que eu estava fora dessa parada de karaté. – Sol reclamou brava, Johnny apenas havia inventado uma desculpa para a garota que só se deu conta das intenções de leva-la ao karaté quando percebeu Miguel e Robby colocando bandagens nas próprias mãos. – E o senhor pegou o caminho errado, o Myiagi Do é na outra curva.

— Foram as ordens da sua médica, voltar a sua rotina. – Johnny falou para a garota. – E não estamos indo para aquele dojo de hippies, vamos equilibrar um pouco seus chacras, ou seja, lá qual a invencionice que aquela medica inventou, mas antes vamos quebrar alguns tijolos.

Sol apenas revirou os olhos, enquanto Miguel e Robby se entreolharam, decidindo aumentar a quantidade de bandagens nas mãos. Johnny acabou levando os três adolescentes até onde ficava o antigo Eagle Fang, na última vez que viram o local, ele havia se tornado churrasquinho, mas agora ao invés de em chamas o local estava no chão.

— Se tivesse me perguntado antes eu teria avisado que o tio Henry tinha me avisado que a empresa está cortando custos e como o galpão faz parte da empresa mesmo que estivesse sem uso... – Sol começou a falar, mas respirou fundo ao perceber que Johnny estava abatido. – Sinto muito sensei.

— Mas não precisamos de um dojo para termos um dojo, né?

Miguel perguntou tentando animar o sensei que apenas concordou com a cabeça, mesmo triste.

— Vamos para o Miyagi Do. – Johnny falou. – Sol desculpa... você não precisa participar do treino lá se não quiser, mas eu gostaria que você ao menos assistisse.

— Certo sensei.

A garota respondeu, ela não estava com a menor vontade de estar de volta no karaté, mas sabia que aquilo era importante para Johnny e ela não podia negar um pedido do seu pai de consideração.

***

Quando chegaram no dojo Sol estava sem muita vontade de lutar.

— Apareceu a rainha.

Chris comentou se aproximando de Sol.

— Desculpa eu ter me afastado.

A garota respondeu baixo.

— Tudo bem... você precisava de tempo. – Chris respondeu. – Mas fico feliz de você estar de volta ao karaté.

Ela não estava de volta, mas não queria decepcionar o amigo, então resolveu mudar de assunto.

— Então... o que vocês estavam fazendo?

Sol perguntou.

— Eu, o Nate, o Bert e o Trey estávamos nos aquecendo brincando de lutinha.

Silver Lines - CK fanficOnde histórias criam vida. Descubra agora