3.14 - Orgulho

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Após o treino, Terry Silver pediu para a neta lhe acompanhar ao seu escritório para que os dois pudessem conversar a sós e a garota, mesmo receosa, acabou o obedecendo.

— Eu fiz algo errado? Ok, eu pedi para uma pequena mudança no treino e mesmo assim falhei, mas a sensei Kim pega muito pesado e...

Sol falou tentando se explicar.

— É o dever dela pegar pesado, o avô dela é o criador do método do punho e treinava os militares estadunidenses para a guerra do Vietnã, mas não te chamei para te repreender.

— Não?

Sol perguntou confusa.

— Você demonstra confiança para falar com os alunos, os convencendo de que só quer o melhor para eles, isso é impressionante... eu estou orgulhoso de ter você como a minha neta. – Silver falou e Sol ficou feliz por aquelas palavras, mas ao mesmo tempo confusa sobre seu avô estar sendo sincero ou apenas tentando manipulá-la. – Eu tento comparar você com o seu tio e o seu pai e não tem nem comparação o quanto você é superior, olha... não me leve a mal, eu amo os meus filhos, mas sendo sincero, o Henry foi muito mimado pela Shayenne e o seu pai é um fraco, eu fracassei como pai e a nossa família não tem espaço para erros e fracassos, mas eu acertei como avô.

"Claro, o senhor não teve nada a ver com a minha criação" Sol pensou mentalmente.

— Claro vovô. – A garota falou fingindo concordar. – Mas porque está tentando me bajular?

— Eu não estou tentando te bajular, até porque você pode até ter um espírito nato para liderança, mas você ainda é fraca, por isso te tirei da sua família materna. – Silver falou. – Já tentei diversas vezes retirar a sua guarda legalmente de seu pai, desde que você era bebê, talvez se ele tivesse me escutado inicialmente você teria tido a vida que merecia ao invés de ter esse vício em calmantes e também não teria sido enfraquecida por sua família materna.

— Um vício que o senhor pagou para esconder e uma família que o senhor me ameaçou para me afastar.

Sol respondeu séria.

— Pensei que você fosse mais inteligente e entenderia que eu fiz tudo isso para o seu bem e para o bem do meu dojo, eu precisava cuidar da minha linhagem e do meu legado.

— Claro vovô, para o meu próprio bem. – Sol concordou se fazendo de inocente. – O lance da prisão do Kreese, também foi para o meu próprio bem?

— O Kreese agrediu o seu tio ano passado e colocou o Henry como o errado, eu não poderia deixar isso de lado... mas a morte em si foi um acidente, era só para ser uma agressão, mas por sorte consegui pagar a minha única testemunha para se manter calado.

— Única testemunha? Quem?

Sol perguntou confusa, não poderia ser o que ela estava pensando.

— O caixa do posto de conveniência ele me viu arrastar o corpo para fora, ele foi de bastante ajuda para esconder o corpo no lixo e depois deu a testemunha de que o Arraia havia lhe dito que Kreese havia o maltrato dentro do dojo, todos os alunos do dojo confirmaram já que Kreese realmente havia feito aquilo.

Sol sentiu vontade de vomitar com aquela revelação, mas ao menos não era quem a garota estava pensando, mas agora ela tinha mais uma testemunha para ajudá-la a contar a verdade para as pessoas uma vez que mortos não falam.

— Tá o seu melhor amigo colocou um olho roxo no seu filho e por isso o senhor colocou uma morte nas costas do seu melhor amigo. Não é um pouco exagero? Não questionando o senhor, mas o senhor não tem medo de ser pego por algo tão pequeno?

Silver Lines - CK fanficOnde histórias criam vida. Descubra agora