Capítulo 39 - Decisões

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— Amber

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— Amber... — A voz dela soava distante, e eu só conseguia pensar em como toda a minha vida se resumia a pessoas mentindo para mim. Se o que ela diz é verdade, meu pai mentiu para mim, minha mãe mentiu para mim, Dylan mentiu também, pois se ele a trouxe para cá, então ele sabia a verdade, e por fim, Sophie mentiu para mim, a pessoa que eu mais confiava até então. — Amber...

— Eu preciso sair

— Não faz isso, filha

— Não me chama assim! Eu... Eu... — Passo por ela e saio do quarto, indo em direção a porta da sala. Minha mão para na maçaneta quando ela me chama outra vez.

— Por favor, Amber — a voz embargada me rasga mais um pouquinho — não suma, volte para casa, eu vou te deixar ir, pois sei que você precisa assimilar tudo, mas por favor, não suma, não agora. Eu tenho tanto pra te contar.

Sem palavras eu giro a maçaneta e saio da casa. O ar frio da noite corta meu rosto e as lágrimas descem enquanto ando sem destino pela rua. Eu não consegui aguentar aquela conversa. Era informação demais para que eu pudesse suportar. Assim que ouvi tudo aquilo a minha única vontade era de sair dali. E Deus sabe como eu desejava não voltar. Eu fiquei por horas andando na rua até entender que eu não teria para onde ir, eu não tinha dinheiro, precisava trabalhar no dia seguinte e não tinha onde ficar.

Sophie mandou muitas mensagens para mim, também tentou ligar inúmeras vezes, foram horas vagando na rua, ela com certeza estava preocupada, mas eu não consegui atender, apenas li as mensagens, ela me esperava de volta e disse que aguardaria o meu tempo para conversar comigo e me explicar tudo com detalhes, contudo me implorava para ao menos voltar para casa. Mas a maior questão agora era: valia a pena? Eu queria realmente descobrir tudo? Me sentia afundando em um poço de areia movediça, e a cada movimento que eu fazia, mais perto eu estava de sucumbir.

Quando já era quase duas horas da manhã eu finalmente retornei para casa. A casa de Sophie. Ela tinha se deitado, mas algo me dizia que ela ainda estava acordada, olhei para a porta do seu quarto esperando que ela viesse até mim. Agradeci por ela não o ter feito. Havia uma vasilha com uma sopa em cima da mesa, e um bilhete ao lado dizendo para eu não dormir sem comer. Ela sabia que eu retornaria.

Um suspiro doloroso saiu dos meus lábios enquanto as lágrimas se formaram nos meus olhos e começaram a escorrer sem controle. Sentei-me à mesa e tomei a sopa enquanto chorava, me sentindo tão perdida quanto jamais eu estive na vida. Por que tudo tinha que ser assim? A vida que eu tinha era tão mais simples quando eu vivia protegida de toda a realidade que não estavam visíveis dentro do castelo que papai construiu pra mim. E agora eu era obrigada a lidar com tantas coisas diferentes que eu não fazia ideia de como lidar.

O restante da semana passou no mesmo ritmo, era gratificante o fato de tanto eu quanto Sophie trabalharmos, assim eu consegui evitar Sophie durante os dias seguintes, eu deveria conversar com ela, mas a única vontade que eu sentia era de sumir. Sumir para sempre. Ela sempre deixava bilhetes na mesa junto da refeição do dia, e eu ficava me perguntando por qual razão eu estava a recusando, quando ela em um mês fez mais do que a minha mãe fez por mim durante uma vida inteira.

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