Tudo estava escuro demais, tão escuro que sentia minha pupila dilatando ao máximo na tentativa desesperada de encontrar uma luz, qualquer mínima luz que fosse. Eu precisava de uma esperança para me reerguer, um motivo para querer enxergar e sair desse lugar. Meus pés seguiam sem rumo até que aos poucos a caminhada ficava cada vez mais distante, eu sabia que se continuasse eu chegaria a algum lugar, mas me sentia tão cansado, tão cansado que talvez eu pudesse parar um pouco para descansar.
— Dylan — a voz distante chegou quase como uma brisa em meus ouvidos, tentei encontrar por onde ela veio, de quem era a voz, mas parecia que falavam de saindo de dentro das profundezas do mar, o som estava estranho, pesado, distante demais de mim para que eu conseguisse considerar ouvi-la. Ignorei a voz, eu sentia cada vez mais sono.
Fechei os olhos.
— DYLAN — um grito alto me fez abrir os olhos desesperado! Essa era a voz da minha mãe — DYLAN — outro grito e olhei em sua direção, ela olhava para outra versão de mim, e eu estava à frente da escada, via quando ela me balançava, mas aquele não era eu, mas ao mesmo tempo era eu. Ela tentava me mover, mas eu estava duro como pedra, segui seus gritos até estar ao seu lado.
Olhei para seu rosto desesperado, ela me balançava com tanta força, mas eu estava paralisado. Eu sentia que já tinha vivido isso, mas não me lembrava desse momento, uma sensação ruim crescendo gradativamente em meu peito. Um medo irracional me consumindo.
— Olha para mim Dylan, por favor, filho, olha para a mamãe! — Olhei sua expressão, ela estava em pânico. Senti minha garganta fechar, eu estava entrando em pânico também, olhava para mim mesmo paralisado, e tinha medo de olhar para onde meu outro eu estava olhando tão fixamente naquele momento. — Olha para a mamãe Dylan — sua voz estava baixa, chorosa, ela caiu ao chão abraçando minhas pernas, mas eu me sentia imóvel — ele se foi Dylan, olha para mim, volta para mim, eu preciso de você.
De súbito eu soube exatamente o que meu outro eu olhava, eu sentia a vontade quase desesperadora de olhar também, pois se eu olhasse agora, eu veria. Mas eu não queria ver mais aquilo. Aquela visão me acompanhou por anos, eu não conseguia mais olhar para lá. Meu outro eu me olhou nos olhos, me desafiando de um jeito cruel. Eu me acovardei, fechei os olhos para não olhar para mim mesmo, mas não teve o efeito esperado, eu ainda conseguia ver, eu ainda me encarava me desafiando a olhá-lo mais uma vez.
Eu não podia.
Ignorei a mim mesmo e recuei, eu ficaria bem se não olhasse. Se fugisse. Eu sobreviveria se não olhasse, minha mãe continuava chorando desesperada, mas agora o seu choro e seus lamentos estava mudos. Meu eu estranho e sombrio sorriu para mim. Neguei com a cabeça, mas ele assentiu sorrindo cada vez mais.
— Não vou voltar pra ai! — Tentei ser corajoso, mesmo sentindo o medo corroendo todas as minhas entranhas. Tentei lutar contra isso, mas eu sentia que aos poucos eu estava perdendo mais uma vez essa batalha.
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A Faxineira do CEO
RomansaNÃO É DARK! É UM DRAMA COM ENEMIES TO LOVERS ! CONTÉM HOT! 🔞 Amber é uma moça jovem rica e mimada, que sofre com a perda do patrimônio de sua família após seu pai perder tudo devido a golpes cometidos por ele ao longo dos anos, com isso ela e sua m...