Capítulo 56 - Sem Escapatória

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Tomamos o café em silêncio, enquanto observo a inquietude dela

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Tomamos o café em silêncio, enquanto observo a inquietude dela. Não era meu desejo que ela ficasse tão amedrontada nem tão reativa, mas sei bem que ela não abriria a porta se eu tivesse apenas batido. Sei que a forma que entrei na casa dela escondido se configura crime, mas foi a forma que encontrei de fazê-la me receber. Noto seus dedos tamborilando com certa força contra a mesa, deixando claro o seu nervosismo e ansiedade. Solto um suspiro, tentando pensar com clareza como iniciar essa conversa.

— Você sabe que posso ligar para a polícia e você será preso por invasão de propriedade. Não sabe? — Fala sem olhar para mim, tentando soar ameaçadora, mas contradiz as próprias ações, pois até o momento nem se preocupou em pegar o telefone para cumpri-las. Contenho um sorriso ao pensar nisso.

— Teria aberto a porta se eu tivesse batido?

— Não! — Responde rápido, confirmando meus pensamentos.

— Por isso entrei... — Ela ergue o olhar, parecendo irritada.

— Estamos felizes aqui, não precisamos que você entre em nossas vidas e... — Amber solta um soluço involuntário.

— Eu não vou tirar ela de você se é o que pensa, Amber. — Afirmo, vendo claramente o medo em seu olhar. — Eu sei que fugiu, pois Clara colocou isso na sua cabeça, mas é uma inverdade, por Deus, você me conhece ao menos um pouco para saber que eu não faria algo tão hediondo assim.

— Você me tratou como uma prostituta. — Acusa com mágoa velada, me fazendo sentir o arrependimento do ato na época, que mesclada a raiva de suas atitudes em nosso passado que me impulsionou a agir como um babaca. Sem pensar muito apenas me escuto acusando.

— Você fez o mesmo primeiro! — Acuso e ela se cala, uma névoa de mágoas pesando sobre nós dois. Definitivamente, não era assim que eu queria começar essa conversa. Fecho os olhos frustrado com a minha impulsividade.

— Você tirou todas as portas de mim para que eu precisasse de você! — Acusa depois de alguns segundos. Reflito brevemente o quanto tudo ultrapassou os limites, o quanto nos destruímos ao longo dos anos. Tudo virou uma porção generosa de caos, somos os restos destruídos do que sobrou após a longa tempestade. Abaixo o tom de voz antes de explicar, usando toda a sinceridade que consigo juntar em mim.

— Eu quis que você sentisse o mesmo que eu senti, quando estava na mesma posição que você. Por Deus, Amber, eu estava magoado, machucado, estava carregando milhares de consequências causadas por seu pai e por você na minha vida. Eu te amava e te odiava, você queria o que? Eu queria que você sentisse ao menos um pouquinho da dor que eu senti, queria que estivesse do outro lado da moeda. — Observo uma lágrima cair dos olhos dela, que logo a seca. — Não estou dizendo que estou certo, eu quis me vingar, eu queria que você sofresse como eu, está bem, eu não posso mais voltar atrás e mudar isso, eu fiz e assumo a minha culpa — balanço a cabeça me sentindo nervoso — eu reconheço que não tomei a melhor das atitudes, mas era o que eu poderia oferecer naquele momento, eu estava quebrado demais para apenas seguir em frente. Depois de tudo.

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