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Amber é uma moça jovem rica e mimada, que sofre com a perda do patrimônio de sua família após seu pai perder tudo devido a golpes cometidos por ele ao longo dos anos, com isso ela e sua m...
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— Terminamos, mamãe! — Mia fala já com uma expressão cansadinha, noto. Finalmente a sessão de fisioterapia acabou, e vamos para casa. É sexta a tarde e está calor, pretendia levá-la para tomar sorvete quando saíssemos do hospital, mas só de olhar a forma que ela está sei que irá apagar dois minutos depois de entrar no carro.
Dito e feito, pouco depois que liguei o carro Mia estava completamente apagada. Solto um suspiro pesado, me sinto preocupada. Alguma coisa está errada. Clara nunca atrasou um único pagamento desde que eu vim para a Pensilvânia, mas tanto a pensão quanto o valor do hospital que deveriam ter caído há dois dias, até o momento não caíram. Notei essa questão apenas hoje quando fui ao mercado comprar alguns itens no momento que Mia estava na fisioterapia, com isso acabei vendo o meu saldo. Clara sempre paga religiosamente no dia certo, tanto que nem me preocupei em conferir antes.
Estico as mãos no volante me sentindo aflita, daqui poucos dias tenho que pagar o vencimento da parcela do hospital, além é claro das compras, dos custos com medicação, parcela do carro, e toda os custos inerentes a nossa rotina de vida e cuidados com a Mia. Acabei deixando o celular que nos comunicamos em casa hoje, o que me deixa mais aflita, pois não tenho como falar com ela agora, apenas quando chegar em casa, mas hoje ainda preciso esclarecer isso.
É terrível depender desse dinheiro, mas a verdade é que tanto Mia quanto eu dependemos, ao invés de escolher trabalhar quando Mia nasceu, optei por cuidar da minha filha em tempo integral, e depois me dediquei a voltar a estudar. Era uma oportunidade única e um período curto que eu ainda dependeria do valor que ela envia. Eu tinha tempo assim para conseguir realizar um desejo antigo que era a faculdade de química, além de garantir oportunidades melhores no futuro. Eu ainda planejava poder me desvincular desse dinheiro, mas eu ainda precisava de alguns anos dele, e quando eu conseguisse uma colocação no mercado de trabalho, poderia e iria dizer a ela que não era mais necessário.
Bato os dedos no volante enquanto reflito sobre tudo, logo me dou conta de que preciso começar a dirigir, então o faço e vou em silêncio para casa, sentindo uma antecipação desagradável tomar conta do meu peito. Observo minha casa a poucos metros até que por fim estaciono o carro na garagem e gasto mais alguns minutos tentando colocar minha mente no lugar.
Saio do carro e um frio estranho na espinha me perpassa, me fazendo arrepiar o corpo todinho. Como um mau presságio. Balanço os braços, expulsando essa sensação. Deixo a porta do carro aberta para facilitar quando eu vier pegar minha filha e vou até em casa para abrir a porta primeiro. Então a voz que eu jamais imaginaria ouvir soa como uma condenação para mim.
— Olá, Amber!
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