Capítulo 54 - Decisões

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Sinto os primeiros raios de sol brilhando sobre meu corpo quando noto enfim que passei a noite aqui fora

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Sinto os primeiros raios de sol brilhando sobre meu corpo quando noto enfim que passei a noite aqui fora. Minha mente estava um turbilhão de pensamentos tão intensos e poderosos que eu não me sentia capaz de me mover. O tempo passou tão acelerado que eu nem fui capaz de contabilizar as horas, e apenas a alvorada me fez notar o quanto eu estava imerso dentro de mim mesmo. Fico grato por terem me deixado sozinho, a ideia de ter alguém perguntando incansavelmente se eu estou bem ou não me traz um sentimento de irritação profunda.

Ergo meu corpo ainda letárgico e ando sem pressa para dentro da mansão, parte do orvalho das plantas estão sobre mim, o cheiro tão agradável e que tanto me faz bem, consolando a minha alma, então me direciono para o meu quarto e sigo direto para o chuveiro. Um banho quente talvez me ajude a relaxar um pouco mais o corpo ainda tenso devido as recentes revelações. Fico talvez por mais algumas horas de baixo dele, pois quando saio e olho pela janela o sol já brilha com todo o seu esplendor lá fora, ignorando completamente a forma amarga como eu me sinto.

Visto uma roupa confortável com a calma de quem posterga algo que precisa fazer, mas que não gostaria. Quando por fim estou pronto ando a passos lentos até o quarto dela. Bato na porta, mas nenhuma resposta me é dada, solto um suspiro frustrado enquanto aguardo, sei que ela está acordada. Bato novamente e ouço um murmúrio baixo me mandando ir embora. Sem muita paciência apenas abro a porta e entro.

Observo de longe ela sentada no assento de janela que dava visão a parte da frente da mansão. Clara está encolhida e abraçada as próprias pernas como uma criança acuada. Eu sinto um incomodo profundo ao vê-la desse jeito. Eu ainda a amo, e ela ainda é importante para mim, não posso ignorar tudo que ela fez por mim ao longo dos anos, mas da mesma forma, não tiro dela a responsabilidade e as consequências de suas escolhas. Ela terá que lidar com isso. Nós dois teremos.

Chego ao seu lado e ela ergue o olhar para mim, sem sair da posição que se encontra. Ficamos alguns segundos assim antes que eu puxe a cadeira da penteadeira e me sente a frente dela, pensando em como eu vou iniciar essa conversa. Clara firma o olhar para a sua frente, as olheiras profundas e os olhos vermelhos deixam claro que ela passou a noite insone e chorando. Um lado meu fica irritado com isso, mas outro me deixa estranhamente satisfeito. Solto um suspiro rápido, decidido a falar o que preciso.

— Eu pensei muito sobre o que fazer diante de toda essa loucura que aconteceu. Não sei se as minhas decisões serão as acertadas ou as melhores, mas não pretendo voltar atrás em nenhuma das minhas escolhas. — Clara assente de leve, atenta as minhas palavras — Estarei me organizando durante essa semana para ir até a Pensilvânia para resolver diretamente com a Amber a questão da nossa filha, mas antes eu preciso saber de que forma você mantém contato com ela.

— Usamos um celular descartável — fala baixo

— Onde está? — Clara aponta para a gaveta de sua penteadeira, me ergo e vou até ela, pego o aparelho e volto a me sentar na cadeira. — Você falou com ela sobre a conversa de ontem? — Pergunto calmo, toda a raiva que eu estava sentindo havia passado, restou apenas a mágoa e a decepção profunda, mas elas estavam bem controladas dentro de mim, ao menos por enquanto.

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