Capítulo 33 - Distantes

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Havia algo estranho no olhar dela

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Havia algo estranho no olhar dela. Como um incêndio que vinha lambendo tudo o que via pela frente, eu senti que algo incendiou dentro dela, queimando tudo de dentro para fora. Alguma coisa mudou desde o momento que ela entrou na sala até agora, algo que eu não fui capaz de acompanhar. Havia submissão em sua postura e em seu olhar desde que a vi no refeitório e no momento que ela entrou na minha sala. Quase pude jurar que havia arrependimento ali, mas quando seus olhos reencontraram os meus, só consegui enxergar raiva. Muita raiva.

— Amber? — O seu nome brotou em meus lábios de modo involuntário.

— Estamos quites agora! — A voz dela saiu firme e dura, foi como levar uma chicotada de tão doloroso.

— O quê?

— Talvez não quites, creio que você vá concorda com isso — Franzi as sobrancelhas, perdido com sua frase. Um olhar frio como eu já tinha visto tantas vezes no passado se construiu na minha frente. Senti meu coração se apertar de um jeito que eu não estava preparado. Uma angustia estranha e inesperada me tomou. Não era assim que as coisas tinham que acontecer agora — Você com certeza ganhou muito mais do que eu. Você perdeu muito pouco, e ganhou tudo no final.

— Do que você está falando Amber? — Ela sorriu. E esse foi o sorriso mais feio de desprezo que ela já havia destinado a mim. O choque tirou a minha capacidade de coordenar os meus pensamentos com clareza. Eu piscava descontrolado tentando entrar na mesma sintonia que ela estava. Isso não era para estar acontecendo desse jeito.

— Saiba que eu já tomei minhas providencias para que seja impossível que eu engravide de você. — Apesar da minha intenção impulsiva quando transamos de ter tido a intenção de que isso acontecesse, soube que a melhor coisa para nós dois e para uma criança seria não existir nessa relação complicada que tínhamos — Não precisamos mais falar sobre o que aconteceu entre nós dois. Aquilo está no passado, como tudo que tivemos. — Seu corpo se ergueu altivo e duro, ela ainda me fitava com intensidade — Você abriu os meus olhos para a realidade. Eu sou terrível e eu sei disso, mas você consegue ser muito pior do eu, Dylan. Parabéns por ter se tornado a sua pior versão.

— Eu não tô te enten... — Tento argumentar para compreender em que conversa exatamente nós estamos, me sentindo cada vez mais perdido e desesperado, mas sou interrompido.

— Me diga qual é a sensação? — Vejo seus olhos se encherem de água, mas ela segura as lágrimas, as impedindo de cair. Engulo duro. Não é um choro triste, é um choro de mágoa, de ódio. Noto quando ela circula a minha mesa para ficar de frente a mim, me obrigando a girar a cadeira, me virando para ficarmos frente a frente. Seus olhos passeiam por mim e logo vejo as lágrimas que ela segurou descendo pelo seu rosto.

— Do que Amber? — Não consegui me erguer, desse ponto ela estava acima de novo, como sempre esteve. Isso fez com que eu não conseguisse me erguer, eu me sentia menor, eu era menor. Ela tinha razão, eu tinha me transformado na minha pior versão. Minha respiração estava acelerada, meu coração palpitava forte, eu estava nervoso com tudo isso, não era capaz de entender o que aconteceu para que ela mudasse a postura dessa forma. Seu rosto se aproxima do meu, nossos narizes quase se tocaram de tão perto que ela ficou, e mesmo tão próximos eu nunca me senti tão distante dela como agora.

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