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Ficar sozinha em casa é a coisa mais entediante do mundo, e eu acabei de ter a certeza disso

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Ficar sozinha em casa é a coisa mais entediante do mundo, e eu acabei de ter a certeza disso.

Após ligar para Minho e para o Soobin, eu descobri que todo mundo — menos eu — tem o que fazer em uma quarta - feira de começo de semestre, o que parece um absurdo considerando que ontem, grande parte dos jovens adolescentes da cidade encheram a cara como se estivesse tomando apenas copos e copos de água.

Caminho até meu quarto como se subir escadas fosse a coisa mais dolorosa que eu poderia fazer nesse momento, mas talvez ler um livro seja de extrema ajuda para essa quarta, passo o dedo pelos livros na prateleira, não são poucos mas aparentemente já li e reli a maioria, talvez seja hora de finalmente ir as compras. 

Coloco um moletom largo azul e uma calça jeans clara, definitivamente não dá para sair lá fora sem um pouco mais de roupa —  o frio por aqui é insuportável apesar de nunca nevar, seria divertido se em algum momento finalmente nevasse — pego o fone de ouvido e me coloco do lado de fora, Fake Plastic Trees está tocando e eu não posso evitar cantarolar junto.

A cidade fica linda durante essa época do ano, é como se todos os adultos evitassem ficar fora de casa e todos as crianças e adolescentes estivessem livres para correr no campinho após a aula da manhã.

Há adolescentes sentados na praça cheios de casacos e sorrisos quentes, olhando uns para os outros como se nunca fossem mudar, nunca fossem enfrentar nada enquanto descobrem realmente quem são, como se no final, quando estivesse tudo girando em torno de um problema, pudessem apenas se encontrarem em um banco após um dia de aula e rir de piadas idiotas que seus amigos lhe contam para tudo ficar bem novamente.

Sinto falta de meus dias assim.

Criança brincam de pega-pega e nessa idade eu tenho quase certeza de que nunca precisei pensar que, talvez, nunca irá acontecer nada de emocionante em minha vida. Talvez me case aos 30 com um cara que eu nunca precisei conhecer extremamente bem antes de ser pedida em namoro, talvez eu tenha gêmeos, um casal, loiros como eu, com olhos como os meus, mais o sorriso fraco e sério do pai, é definitivamente meus pais ficariam orgulhosos, definitivamente a cidade ficaria orgulhosa.

A livraria não fica muito longe de onde eu moro, tão perto que assim que a música acaba consigo avistar a vitrine da loja, puxo meu celular do bolso e coloco Wonderwall para preencher meus ouvidos, atravesso a rua e assim que olho novamente para a vitrine na minha frente, lá está ela, Kim Jisoo. 

— I don't believe that anybody feels the way I do about you now — Canto baixo, inconscientemente, junto com a música. 

Solto um suspiro e tento me apoiar mentalmente, entro na loja abrindo um sorriso para os funcionários que estavam lá como forma de comprimento, caminho tranquilamente enquanto tiro os fones do ouvido, direto para a sessão onde vi Jisoo — coincidentemente a minha favorita —, a de romance.

— Eu te ajudo — Digo ao ver ela tentando pegar um livro que estava no alto. — Aqui. — O ofereço, mas ela não o pega.

— Eu não precisava de ajuda — Jisoo me responde, ela está entre a prateleira e eu — Muito menos da sua ajuda. 

My angel - chaesooOnde histórias criam vida. Descubra agora