Capítulo 24

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O contato dos meus pés descalços com assoalho gélido contrasta com o fogo que se alastra pelo meu corpo e queima em meu peito, despertando uma expectativa pulsante para que ele chegue até mim

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O contato dos meus pés descalços com assoalho gélido contrasta com o fogo que se alastra pelo meu corpo e queima em meu peito, despertando uma expectativa pulsante para que ele chegue até mim. Sinto as batidas do meu coração mais fortes e aceleradas a cada degrau que ele sobe só vir na minha direção e seu olhar firme me impede de realizar qualquer movimento, envolvendo-me como se me falasse que eu sou o foco de todos os pensamentos dele.

Essa sensação de tê-lo tão absurdamente concentrado em mim e nada mais ao nosso redor é inebriante e aumenta o meu anseio incontrolável de provar mais uma vez o gosto da sua boca sobre a minha. Sinto meus lábios formigarem como se precisassem daquele toque repleto de luxúria, do impulso da sua língua habilidosa sugando a minha e do calor ardente tirando o meu fôlego e fazendo a minha voz se perder em meio aos gemidos abafados.

Roman para um degrau abaixo do que eu estou e, agora bem mais perto de mim, consigo enxergar com mais nitidez as manchas vermelhas em sua roupa e até mesmo sentir o leve cheiro ferroso presente nelas. Parte da minha mente está assustada por saber que esse sangue pode pertencer a outra pessoa, que a vida de alguém pode ter sido ceifada por ele, mas a outra, cada vez mais distante de qualquer noção de sensatez e autocontrole, só consegue desejar os seus braços, que estão deliciosamente tensionados contra as mangas da camisa, agarrando o meu corpo com a voracidade que tanto me desnorteia.

O tecido de corte formal, molhado devido à chuva que o atingiu ao sair do carro, tem alguns botões abertos e não consigo evitar que meus olhos sejam atraídos pelo caminho das gotas de água que escorrem do pescoço até os ombros largos. Um suspiro rouco e desejoso escapa dos meus lábios com a lembrança ávida do peso do seu corpo por cima do meu; quente, pulsante e alucinado por mim...

Saber que ele está tão perto me aproxima cada vez mais desse abismo de sensações que me consumem por inteira. Todos os meus pensamentos flutuam de volta para a noite passada, quando estive provando e me entregando ao toque das suas mãos me explorando sem pudor e ao que o gosto viciante do seu beijo me fez sentir.

Por mais que eu quisesse lutar contra as lembranças, tenho cada vez mais certeza de que seria uma decisão inútil. É como se a força delas não me deixasse sequer tentar algo do tipo, puxando-me na direção contrária para que eu deseje revivê-las ao invés de suprimi-las.

Tudo isso me deixa completamente perdida, incapaz de parar de observar todos os aspectos atraentes nele. Mas, como se um alerta me trouxesse de volta para a realidade, começo a perceber algo que não havia nem mesmo passado pela minha mente antes.

Se eu estou aqui, conseguindo ver os detalhes do seu corpo forte tão claramente mesmo com a pouca luz do ambiente, ele também tem uma visão bastante explícita do que estou vestindo por baixo das camadas de transparência do robe preto.

Oh, meu Deus!

Esse pedaço de tecido não cobre praticamente nada, deixando-me quase nua diante dele. Em qualquer outro contexto uma situação como essa me envergonharia profundamente, mas o fato de que é ele o homem que está me vendo desse jeito não causa nem um pouco de inibição em mim. O que eu realmente sinto, irradiando sobre a minha pele e desorientando cada fibra do meu ser, é a excitação instigante e atrevida por ser alvo desse seu olhar predatório.

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