Sentei-me no escritório de Jolene e tentei não tossir por causa da fumaça do cigarro. O escritório da minha chefe era nojento. Revistas velhas por toda a parte, encharcadas de xixi de gato. Pontas de cigarro enfiadas em todos os cantos que encontrava. E tantos gatos. Eles estavam por toda a parte. Sentei-me na beirada da cadeira manchada em frente à mesa dela antes de pegar um gato branco. Ele ficava girando o rabo em volta do meu tornozelo e ronronando para mim.
Coloquei o gato no colo e acariciei-o enquanto Jolene acendia outro cigarro com o que acabara de fumar.
Então, ela soprou uma nuvem de fumaça na minha direção.
— Tenho uma tarefa para você — disse ela. — É por isso que chamei você aqui tão tarde. Está pronta para viajar para o exterior, certo?
— Estou — eu disse. — Não gosto de ficar muito tempo no mesmo lugar.
— Boa. Porque esta te leva a Viena, se você aceitar. E deveria. O pagamento é fenomenal e vai realmente encher o seu bolso.
E por "meu bolso" ela quis dizer o seu próprio bolso.
Viajei com o meu trabalho sempre que pude. Nunca era seguro ficar no mesmo lugar por muito tempo. Não quando alguém tinha o meu sobrenome específico. Depois do que o meu pai fez com tantas pessoas inocentes e da insanidade que levou a minha mãe, mudar de forma e permanecer fluida era fundamental para minha sobrevivência. Enquanto continuasse me locomovendo, continuaria empregada com Jolene.
Mas uma vez que ficou muito estagnado, eu teria de seguir em frente.
— Viena? Achei que Tiffany tivesse recebido essa tarefa?
— O passaporte dela caducou — Jolene murmurou. — De qualquer forma, não importa. É a pessoa mais indicada para este trabalho particular após observar as habilidades e qualificações que Tiffany trouxe. O voo parte em cinco horas.
— Então, a tarefa é minha?
— O que eu disse sobre fazer perguntas estúpidas no meu escritório? Eu não as tolero.
Ela soprou outra nuvem de fumaça na minha direção e o gato saiu do meu colo.
— Quem é o cliente?
— Essa é uma pergunta melhor. O nome dele é William... alguma coisa. Um bilionário da tecnologia que precisa de uma noiva falsa para fechar um negócio no exterior. O seu trabalho é ser bonita, inteligente, equilibrada e ajudá-lo a assinar os contratos antes do final da semana.
— Alguma obrigação de bónus? — perguntei.
— Nenhuma foi solicitada, mas você sabe o que eu digo.
— Nunca as exclua — eu disse.
— Se forem solicitadas, você acomodará o cliente. A menos que ele pinte fora das linhas. Fornecemos muito, mas não gosto que a minha mercadoria volte para mim esfarrapada e desgastada.
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Para o Prazer do Bilionário
RomanceTrabalhar. Isso é tudo que eu faço. Depois que o meu melhor amigo me passou a perna, isso é tudo que posso fazer. Estou tentando fechar um contrato enorme. Um que colocará a minha empresa à frente das demais. Mas, claro, ele é um tradicionalista. O...