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Eu não conseguia mais guardar tudo dentro de mim, não com o jeito como os seus olhos imploravam por respostas e como ele me procurou

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Eu não conseguia mais guardar tudo dentro de mim, não com o jeito como os seus olhos imploravam por respostas e como ele me procurou. Se ele estivesse disposto a sentar-se comigo, ele também me ouviria. Não tinha ideia do que ele pensaria de mim depois que contasse quem eu era e por que havia escolhido a carreira que tinha. Mas uma coisa eu tinha certeza: não importava o quão limpa eu fosse com ele, não poderia contar sobre o perseguidor. Sobre fugir de uma pessoa misteriosa por algumas cartas estúpidas. Eu pareceria louca e um caso de caridade para ele.

Não precisava me envergonhar ainda mais fazendo com que ele se sentisse como se estivesse em perigo sentado do outro lado da mesa.

— O meu nome não é Victoria.

— Imaginei isso. Também não é Kelly? — William perguntou.

— Não é.

— Então qual é o seu nome?

— Natalie Maldonado.

Observei o seu rosto cair instantaneamente e o meu estômago revirou de medo.

— O quê? — ele perguntou.

— O meu nome é Natalie Maldonado. E sim, é exatamente o Maldonado que você pensa que é.

— Você é filha de Stanford Maldonado.

— Eu sou.

Observei-o balançar a cabeça enquanto se recostava na cadeira.

— Quando o meu pai foi pego no seu esquema de lavagem de dinheiro, destruiu a reputação da minha família. A minha mãe e eu não tínhamos ideia do que estava acontecendo. Não sabíamos de nada até que o FBI irrompeu pela nossa porta e arrastou o meu pai algemado. O nome da nossa família foi destruído. Não havia ninguém que quisesse estar perto de nós. Recebemos dezenas de ameaças nas nossas vidas diariamente, e levou a minha mãe a uma ansiedade e depressão que a comeu viva.

— Foi com quem ouvi você esta manhã.

— Sim. Cuidei dela da melhor maneira que pude, mas o FBI confiscou tudo – todas as nossas propriedades e bens. Drenou as nossas contas bancárias para tentar pagar as famílias de quem o meu pai roubou, e com razão. Porém, deixou a minha mãe e eu na miséria e na rua. A nossa casa foi hipotecada e vendida para saldar outras dívidas. Cada joia, carro ou qualquer coisa que a minha mãe recebeu do meu pai foi arrancado dela e vendido em pedaços. Isso a quebrou, William. Mas o suicídio do meu pai?

Senti lágrimas brotarem dos meus olhos enquanto os seus olhos se voltaram para os meus.

— Suicídio? Achei que o seu pai tivesse sido assassinado na prisão.

— Não. Ele não foi. A mídia publicou essa história porque parecia melhor do que o meu pai se matando. Ele amarrou os lençóis e enforcou-se na sua própria cela. Isso deixou a minha mãe louca e eu não pude mais cuidar dela. Ela tem os seus dias lúcidos, mas na maioria dos dias ela fica tagarelando como se o meu pai ainda estivesse vivo e me perguntando coisas sobre um marido com quem nunca me casei e querendo ver netos que ela não tem.

Para o Prazer do BilionárioOnde histórias criam vida. Descubra agora