Para o Prazer do Bilionário

33

Como senti falta disso. Tirei as mãos dos bolsos e coloquei-as nos seus quadris. Maleável e delicado, assim como os de Victoria. Os lábios da estranha eram surpreendentemente doces e isso me atraiu para ela. A maneira como a sua língua acariciou a fenda dos meus lábios para implorar entrada me pegou desprevenido. E a sua habilidade. Ela parecia como Victoria. Era quente como Victoria. Ela até cheirava como Victoria.

Pressionei-me contra ela e conjurei a memória de Victoria enquanto beijava a mulher na minha frente.

Foi uma merda, mas eu não me importei. Ela sentia-se muito como a mulher que eu queria para deixar ir. Os meus braços deslizaram ao redor da sua cintura e a puxaram para mim, e senti o jeito que ela segurou a minha camisa, me puxando para mais perto dela simplesmente com o tecido no meu corpo.

Assim como Victoria.

Congelei e abri os olhos. Afastei os meus lábios e olhei nos olhos sombreados da mulher nos meus braços. Tudo nela gritava Victoria. A maneira como os seus lábios se moviam. Como eles eram suaves contra os meus. A maneira como as suas curvas se envolviam nas dobras do meu corpo. Observei-a enquanto os seus punhos soltavam a minha camisa e respirei fundo pelo nariz. Kelly era atraente, claro. Porém, eu não esperava esse tipo de reação dela. Não depois que disse estar aqui apenas a negócios, e não depois que ela me beijou. Muitas mulheres se atiraram em mim como ela acabou de fazer. Acho que deveria estar preparado para isso. Afinal, esse era o trabalho dela. Talvez ela não fosse paga se não dormisse comigo.

Isso seria uma coisa tão má?

Coloquei as minhas mãos nos seus quadris e a empurrei lentamente para longe do meu corpo. Observei as partes do seu rosto que podia ver afundarem, e parte de mim também ficou desapontado com as minhas ações. Outra coisa que eu não esperava. Victoria estava sempre cheia de imprevistos. E agora, essa profissional estava se revelando a mesma.

O que estava errado comigo?

As mulheres se atiravam em mim o tempo todo, mas só houve uma que fez o meu pau latejar como estava agora. Kelly estava me confundindo, provocando em mim as mesmas reações que Victoria provocava. Tirei as minhas mãos dos seus quadris e nivelei a minha respiração enquanto os meus olhos dançavam por seu corpo.

Eu queria cada parte dela e não sabia porquê.

Após regressar de Viena, tranquei-me no meu escritório. E por vezes, Tristan conseguia me tirar de lá e imergir-me na cidade. Fomos a alguns clubes e as mulheres ficavam penduradas em mim nesses lugares. Beijei algumas. Fiquei com mais outras. Mas nada aconteceu. Não senti nada por elas. Tudo estava vazio e as ações eram, na melhor das hipóteses, frívolas.

Agora, o meu pau estava doendo. O meu coração bateu forte contra o meu peito. Olhei para Kelly com os seus enormes óculos escuros cobrindo o seu rosto e deixei a confusão tomar conta de mim.

Isso era eu superando Victoria?

Que estranho seria com outra garota de programa.

— Desculpe.

A sua suave voz com sotaque sulista atingiu os meus ouvidos e encheu-me de uma necessidade desesperada de possuí-la. No final, esta mulher foi contratada. Então, por que não aproveitar o que ela tão claramente queria me oferecer? Victoria havia partido e a minha recuperação precisava começar.

Mas algo naquela mulher estava errado e eu não conseguia descobrir o quê.

Peguei a mão dela e puxei-a para o sofá de couro. Caí nele, abri as pernas e puxei-a para o meu colo. Ela gritou e passou os braços em volta de mim, um lindo som que inundou os meus ouvidos. Acariciei a pele macia das suas pernas nuas enquanto ela tirava os saltos brancos, revelando pés que até pareciam com os de Victoria.

Merda. Eu realmente precisava superar essa mulher.

— O que traz uma mulher bonita como você para Los Angeles? — perguntei.

— A mesma razão pela qual todo mundo está — disse ela, rindo.

— Gosto dessa sua risada. É doce. Inocente.

— Você gosta de inocência?

— Gosto da verdade. E se a verdade de alguém é a sua inocência, que assim seja.

Senti-a contorcer-se no meu colo enquanto as pontas dos meus dedos viajavam para cima e para baixo nas suas pernas. Eu sabia. Ela estava escondendo alguma coisa, mas isso não dissipou o meu desejo por ela. Não fez a minha ereção fraquejar.

Na verdade, me fez querer mais dela para que pudesse descobrir as suas mentiras e ver quem ela realmente era antes de transar com ela sem sentido em todas as superfícies da minha suíte.

— Bem, quando vim para Los Angeles, eu queria ser atriz. Estrear na tela grande. Mas as aulas de atuação são caras, assim como as sessões de fotos. Uma mulher tem de ganhar a vida enquanto espera para ter sucesso.

— Isso explica os óculos de sol, então. Eles são dignos de um ícone de cinema repleta de estrelas — eu disse, sorrindo.

Passei a minha mão por sua perna e entre as suas coxas. Ela engasgou no meu colo antes que eu me afastasse rapidamente, então deslizei a minha mão até o seu abdómen. Os seus seios cobertos. O pescoço dela. Senti-a estremecer contra mim enquanto me movia para tirar os óculos, mas ela se afastou.

Então ela se inclinou sobre mim com os seus seios e apagou a única luz da sala antes de jogá-los fora.

— Chega de falar sobre mim — ela disse enquanto afundava entre as minhas pernas. — Você é interessante, Sr. William. E aposto que você fica ainda mais interessante sem calças.

Eu ri quando ela desafivelou o cinto das minhas calças e senti uma leveza tomar conta de mim. Levantei para que ela pudesse abaixar as minhas calças e bóxeres, e quando o meu pau foi liberado, ela lambeu os lábios. Já estava vazando pela ponta enquanto a minha mão corria sem rumo por seu cabelo escuro e macio. Ela olhou para mim com o que pareciam grandes e brilhantes olhos verdes.

Havia algo familiar nela e eu não conseguia definir o que era.

A penumbra da suíte cobria a maior parte das nossas feições, mas enquanto as suas mãos percorriam as minhas coxas nuas. Inclinei a minha cabeça para trás e aceitei o que estava prestes a acontecer enquanto ela atendia a todas as minhas necessidades. Ela tirou os meus sapatos e depois as minhas meias. Jogou as minhas calças num canto. Ela massajou os meus pés antes de passar para as minhas panturrilhas, e eu gemi quando o meu pau saltou e os meus músculos doloridos se soltaram.

— Relaxe, Sr. William. Você está muito tenso.

Respirei fundo e o seu aroma me dominou. Os seus lábios caíram para o interior das minhas coxas. Eu queria desesperadamente ver Victoria nela, para que até os seus lábios parecessem os dela. Até o cheiro dela.

E no segundo em que ela colocou os lábios em volta do meu pau, eu estava acabado. Deslizou para o fundo da sua garganta, envolvendo-me num calor que me arrastou para o abismo escuro da devassidão. Uma escuridão que só experimentei com outra mulher.

— Merda — eu disse sem fôlego.

Então a minha mão se enrolou no cabelo de Kelly e comecei a guiar os seus movimentos, pensando o tempo todo em Victoria.