Os meus olhos abriram-se e o primeiro som que atingiu os meus ouvidos foi um bipe, um som rítmico e áspero que me fez virar a cabeça. Eu estava numa sala branca — um forte contraste com a escuridão com a qual me familiarizei. Movi as minhas mãos e fiquei chocada quando elas se moveram livremente.
Então, tudo voltou em espiral.
— Natalie.
A voz de William me fez pular quando o seu rosto apareceu.
— Natalie. Oi. Sou eu. Você está no hospital.
— No hospital? — perguntei.
— Sim. Ronald Reagan, para ser exato.
Senti a sua mão cair no meu braço e estremeci. O meu corpo doía, mas minha cabeça não doía. Olhei para a bolsa intravenosa antes dos meus olhos pousarem no copo de água ao lado da cama. William pegou-o e levou o canudo aos meus lábios, e eu esvaziei o copo do incrível líquido frio do qual fui abstida.
— Obrigada — eu disse sem fôlego.
O meu estômago roncou e eu arrepiei. William baixou o olhar pelo meu corpo antes de se afastar da cama do hospital. Observei-o sair pelo corredor antes que a sua voz calma sinalizasse para uma enfermeira. Um sorriso cruzou as minhas bochechas pulsantes. Ele voltou direto para mim quando uma enfermeira veio com um bloco e uma caneta na mão. William pegou a minha mão entre as suas e levou os meus dedos aos seus lábios, beijando-os delicadamente enquanto os meus olhos se enchiam de lágrimas.
A sua proteção comigo atingiu um ponto que não pude negar.
— Posso beber um... um pouco de água? E suco de laranja?
— O que você gostaria de comer? — William perguntou. — Você pode ter o que quiser.
— Talvez uma salada de frutas? E um waffle?
— Duplique o pedido. Prefiro que ela tenha muita comida do que pouca — disse ele.
— Vou garantir que isso aconteça — disse a enfermeira.
Voltei o meu olhar para ele e levantei a minha mão para segurar o seu rosto. Alisei o meu polegar sobre a sua pele, observando enquanto os seus olhos dançavam entre os meus.
— Como você me achou?
— Duas mulheres sem-teto ligaram para uma linha de denúncias que criei para encontrar você. Uma tinha um corte e a outra tinha...
— Cabelos grisalhos e desgrenhados? — perguntei.
Estremeci com a lembrança das suas unhas cravando na minha pele.
— Sim — William disse categoricamente.
— Suponho que seja uma justiça poética que elas denunciem a si — eu disse.
— Acho que teve algo a ver com a recompensa de quinhentos mil dólares que ofereci.
— Você fez o quê? — perguntei.
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Para o Prazer do Bilionário
RomanceTrabalhar. Isso é tudo que eu faço. Depois que o meu melhor amigo me passou a perna, isso é tudo que posso fazer. Estou tentando fechar um contrato enorme. Um que colocará a minha empresa à frente das demais. Mas, claro, ele é um tradicionalista. O...