Assisti Natalie falar sobre o que aconteceu com ela. Observei a repórter apontar os hematomas no seu rosto e os arranhões que ficavam em baixo da blusa. Ela falou sobre o seu perseguidor. Sobre as cartas. Sobre as provações que ela e a sua mãe enfrentaram quando o seu pai foi preso. Ela criticou a polícia de Nova York por não fazer a sua parte em ajudá-las e depois simpatizou com a sua situação. Foi a coisa mais incrível de assistir e fiquei fascinado.
Natalie lutou contra as lágrimas enquanto falava sobre como foi difícil quando o seu pai foi preso. Ela falou sobre o primeiro dia em que teve de inscrever a sua mãe num hospício. Ela até falou brevemente sobre ser uma acompanhante para apoiá-las antes de se afastar do assunto. E ela estava certa. Algumas coisas eram melhores deixadas privadas.
Então, ela lançou-se numa defesa total contra mim.
Parecia que alguém havia quebrado uma barra de ferro no meu coração. Doeu fisicamente o quanto eu adorava aquela mulher. O mundo inteiro. Ela alegou que o mundo inteiro me devia um pedido de desculpas. E então? A Sra. Moore virou o rosto para mim.
— Sr. Newman, quando você esteve neste programa pela última vez, eu acusei-o grosseiramente de ser mais um dos perseguidores da senhorita Maldonado. Quero que saiba que peço desculpas por esse comentário. Se metade das coisas que a Natalie está dizendo são verdadeiras, então você tem sido um guia para ela num momento de grande necessidade.
Acenei com a cabeça em agradecimento quando os olhos de Natalie encontraram os meus. Tentei manter a calma diante das câmaras. Tentei manter a minha postura forte e o meu olhar estoico. O mundo precisava ver um empresário estável. Mas naquele momento, eu queria correr para aquele palco, pegar Natalie nos braços e tirá-la de lá. Fiquei muito emocionado por ela ter se aberto diante de milhões de pessoas apenas para tentar me ajudar.
Era hora de contar a essa mulher o que sentia por ela.
O programa terminou e Alicia Moore ajudou Natalie a desligar o microfone. Levantei-me da cadeira e fui até o cenário, depois fiquei perto de uma câmara e me encostei nela. Observei os seus cachos escuros, os seus deslumbrantes olhos castanhos. Os hematomas estavam se transformando em marcas amarelas que levariam tempo para cicatrizar, um lembrete físico do fato de que havíamos sobrevivido. Que ela havia sobrevivido.
E agora, era hora de ela prosperar.
— Você não precisava fazer isso — eu disse.
Natalie se aproximou de mim com aquele balanço nos quadris antes que os seus olhos se conectassem aos meus.
— Eu precisava. O mundo precisa saber o que você fez por mim. Eles não precisam atacar você como estão — disse ela.
— Você é, sem dúvida, a pessoa mais forte que conheço.
— As suas palavras são muito gentis, William.
— Você ao menos percebe o quanto eu te adoro?
Vi o seu rosto chocado empalidecer enquanto estávamos ali ao lado de uma das câmaras do estúdio.
— Você sabe o quão incrível você é para mim? Ou você tenta se convencer do contrário? — perguntei.
— Eu não... bem, quer dizer... há alguns momentos em que...
Passei o meu braço em volta da sua cintura e puxei-a para meu corpo. Passei os meus lábios sobre os dela, o meu nariz roçando levemente a ponta do dela. Observei os seus olhos se arregalarem. Notei a confusão e o choque passarem por eles. Pressionei os meus lábios contra a sua pele, sentindo o jeito que ela cedeu a mim. Ela agarrou a minha camisa como sempre fazia. Não importa a personalidade, sempre houve aquele punho. Senti-a ficar na ponta dos pés, ansiosa para diminuir a distância entre nós. Ansiosa para me provar.
Ansiosa para me ter.
— Não importa o que aconteça, Natalie, eu quero estar com você.
— Você quer? — ela perguntou sem fôlego.
— O nosso passado não importa. O nosso futuro individual não importa. A única coisa que importa é o nosso futuro juntos. Um futuro que quero com você, Natalie.
Senti a sua respiração estremecer contra o meu lábio antes de pegá-la nos meus braços. Segurei o seu olhar enquanto ela se enrolava no meu peito, a sua cabeça caindo no meu ombro. Levei-a para fora do estúdio e pelo corredor, até os fundos e direto para o carro. Deslizei-a pelo assento e afivelei-a, depois corri para ficar ao lado dela para que pudéssemos sair da vista do público.
E de volta a um lugar onde eu poderia declará-la de uma vez por todas como minha.
— Para onde, Sr. Newman?
Sorri para Natalie antes de pegar a sua mão e entrelaçar os nossos dedos.
— Para a casa de praia. Estou pronto para levar Natalie para casa — eu disse.
— Casa? — ela perguntou.
Estendi a mão e enxuguei uma lágrima do seu rosto enquanto o motorista se afastava do meio-fio.
— Onde você quiser que seja sua casa, sim — eu disse.
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Para o Prazer do Bilionário
RomanceTrabalhar. Isso é tudo que eu faço. Depois que o meu melhor amigo me passou a perna, isso é tudo que posso fazer. Estou tentando fechar um contrato enorme. Um que colocará a minha empresa à frente das demais. Mas, claro, ele é um tradicionalista. O...