Imediatamente me arrependi de ter perguntado a Natalie sobre as suas amigas. A dor na sua voz era muito grande e a minha simpatia por ela chegava aos litros. Eu gostaria de poder de alguma forma voltar no tempo e protegê-la de tudo o que havia acontecido, protegê-la da dor e dar-lhe alguém em quem se apoiar. O horror que ela suportou foi incrível e foi algo que ela teve de enfrentar sozinha. Ela havia perdido o pai e a mãe de uma só vez, e ninguém deveria ter de suportar algo assim.
Especialmente a mulher que eu amava.
Mas se voltasse e mudasse as coisas, nunca teria conhecido a Natalie que tinha. Nunca a teria conhecido na capacidade que a conheço agora. Ela estava certa, embora me doesse admitir isso. A inteligência, a autoconfiança e a força que ela tinha se deviam todas às experiências que ela enfrentou, às escolhas que fez sozinha. A mulher perfeita que estava ao meu lado, no ridículo envoltório de algas marinhas que envolvia o meu corpo, não teria existido se eu tivesse intervindo de alguma forma para protegê-la de um mundo que a levou para o subsolo.
Eu estava maravilhado com ela.
Depois que o envoltório de algas marinhas secou, eles tiraram-nos dele e nos permitiram nos lavar. Fiquei um pouco desapontado por haver chuveiros separados para homens e mulheres, mas isso não importava. Enrolamo-nos num quimono antes de nos sentarmos para comer o nosso tradicional almoço japonês, e então fomos escoltados de volta para quartos separados para vestir as nossas roupas normais.
— Que horas são? — Natalie perguntou enquanto voltava.
Ela mancou até mim e eu estendi a mão para ela para firmá-la em pé.
— Já passa um pouco da uma. Mas ainda não terminamos o nosso dia — eu disse.
— Para onde poderíamos ir agora? — ela perguntou.
— A minha empresa tem algumas participações na área. Acontece que uma delas é uma rede de butiques de roupas sofisticadas que abriu algumas lojas na costa da Califórnia. Uma delas fica a apenas alguns quarteirões daqui.
— Você vai me levar às compras após alugar um spa inteiro para nós?
— Eu vou. E você vai concordar com isso.
O que não lhe contei foi que paguei adiantado à loja para fechá-la ao público, para podermos fazer compras em particular.
— Droga, William. Ninguém está aqui também.
Joguei a minha cabeça para trás e ri enquanto a guiava para dentro da loja.
— Quero que você compre o quanto quiser. Já está tudo comprado e pago — eu disse.
— Agora espere um segundo, isso é demais — disse ela.
— Não, não é.
— Você já fez muito por mim. Você está gastando muito dinheiro. Eu não gosto disso.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Para o Prazer do Bilionário
RomanceTrabalhar. Isso é tudo que eu faço. Depois que o meu melhor amigo me passou a perna, isso é tudo que posso fazer. Estou tentando fechar um contrato enorme. Um que colocará a minha empresa à frente das demais. Mas, claro, ele é um tradicionalista. O...