Trabalhar. Isso é tudo que eu faço.
Depois que o meu melhor amigo me passou a perna, isso é tudo que posso fazer. Estou tentando fechar um contrato enorme. Um que colocará a minha empresa à frente das demais.
Mas, claro, ele é um tradicionalista.
O...
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— Sr. William! Espere!
Corri atrás dele enquanto ele caminhava em direção ao elevador. O que acabou de acontecer? Por que Ron me encurralou daquele jeito? E por que William de repente ficou bravo comigo? Não fiz nada e ainda tínhamos planos tecnicamente. Afinal, se eu fosse realmente dele, correria atrás num piscar de olhos para tentar ajudá-lo a se sentir melhor.
— William! Querido. Tenha calma.
— Não se atreva a me chamar assim com esse seu sotaque — disse ele.
Ele virou para mim nas sombras do corredor do elevador que pairava sobre nós.
— Perdão?
Ele riu e balançou a cabeça, como se houvesse algum tipo de piada que eu ainda não sabia.
— Sinto muito se causei algum problema. O seu amigo Ron não é um homem muito agradável de se ter por...
— Esse homem não é meu amigo. Você sabe disso — disse ele.
— Perdão?
— Que tipo de jogo você está jogando?
Os meus olhos arregalaram quando as portas do elevador abriram. Ele agarrou o meu braço e me puxou para dentro do recinto, e assim que as portas fecharam, ele apertou o botão do meu andar. Olhei para ele com os olhos arregalados enquanto ele levantava a mão para apertar um botão e, de repente, o elevador parou.
— O que você está fazendo? — perguntei.
— Sem sotaque agora, não é? — ele perguntou.
Senti um arrepio subir pela minha espinha.
— Ron está pagando para você me ferrar, Victoria?
O meu coração parou no peito ao som daquele nome.
— Ele está acariciando as suas mãos para arruinar a minha reputação? Porque é melhor você me contar agora mesmo, ou você vai afundar com ele.
Vi o quão zangado ele estava, e isso estava me assustando. Dei um passo para longe dele, pressionando as minhas costas contra a parede do elevador. Balancei a cabeça, mas William deu um passo predatório em direção ao meu corpo.
Ele estava me encurralando, assim como o seu "amigo".
— Sei que você está brincando comigo, Kelly. Sei quem você é.
— Você não pode saber quem sou — eu disse.
— Que porra aconteceu com a Victoria? Hum? Ela existe mesmo? Você deixou-a em Viena? Ou foi um estratagema e você é realmente a Kelly? Ou talvez Victoria também não exista? Seja o que for, Victoria, é melhor você me contar a verdade.
A minha respiração ficou ofegante enquanto os meus olhos se fixaram nos dele. Ele havia visto através de mim o tempo todo. Fui uma idiota estúpida e cega ao pensar que poderia ter enganado os seus olhos. Não adiantava continuar com a mentira. Mantendo a fachada. A única coisa que pude fazer foi proclamar a minha inocência.
