Eu deveria ter engolido os comprimidos.
Esse louco estava me fazendo reviver todas as coisas terríveis que aconteceram com ele na sua vida depois que o meu pai o roubou. Primeiro, eu perdi o meu emprego de foder homens ricos por dinheiro, já que não conseguia me apresentar ou ligar para trabalhar. O que não foi a pior coisa, mas também não foi a melhor. Então, ontem à noite, o homem me fez dormir amarrada e amordaçada no chão, com a janela aberta, sem qualquer tipo de cobertor ou almofada. Estremeci a noite toda enquanto ele ligava uma ventoinha e me encharcava com água gelada ocasionalmente, para imitar as tempestades que ele dormia após perder a casa e viver nas ruas. Como as pessoas que o meu pai deixou sem teto.
Ele me manteve com mais fome do que jamais imaginei ser possível devido à comida que o meu pai tirava da boca de outras pessoas. Ele entrava e me chutava na barriga para indicar o abuso que sofria de outras pessoas na rua pela sua condição decaída.
Mas o que me vi fazendo agora foi de longe o pior.
— Estou aguardando — disse o homem.
— Não posso — eu disse sem fôlego.
— Você pode, e você irá. Eu te dei uma saída e não aceitou. Então você consegue suportar isso. O seu pai arrancou de mim cada resquício de dignidade que tinha na minha vida. Então, estou fazendo o mesmo com você. Se quiser ir ao banheiro, faça isso comigo observando.
O assento do vaso sanitário estava frio debaixo da minha pele. Os meus tornozelos estavam cobertos de crostas de sangue e os meus pulsos ainda estavam dormentes por ficar amarrados a noite toda. Fiquei ali sentada, tremendo, enquanto lágrimas escorriam pela minha pele. Eu não queria usar o banheiro na frente dele. Por alguma razão, foi pior do que morrer congelada. Pior do que passar fome ou ser chutada.
Mas passei a noite toda segurando a minha bexiga e não consegui mais a segurar.
O homem riu de mim quando desfrechei o meu corpo e senti o meu estômago se encher de vergonha. Eu me aliviei sob o seu olhar atento, pensando que não poderia ficar pior do que isso. Não havia mais nada para tirar de mim. Estava com fome, cansada, todo o meu corpo doía e agora estava usando o banheiro na frente dele enquanto me cutucava com um objeto pontiagudo.
Com que propósito, eu nem sabia.
Talvez porque ele simplesmente pudesse.
Limpei-me e levantei do vaso sanitário com as pernas bambas, depois estendi a mão para dar descarga. Senti-me vazia. Degradada. Drenada de toda a minha energia. Mas no segundo em que ele abriu a boca para falar, percebi o quanto estava errada.
Eu poderia ficar muito pior.
— Tire a roupa — disse o homem.
— O quê? — perguntei.
— Tire as suas roupas.
— Não vou tirar nada.
— Você vai, ou farei isso por você.
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Para o Prazer do Bilionário
RomanceTrabalhar. Isso é tudo que eu faço. Depois que o meu melhor amigo me passou a perna, isso é tudo que posso fazer. Estou tentando fechar um contrato enorme. Um que colocará a minha empresa à frente das demais. Mas, claro, ele é um tradicionalista. O...