Capítulo 8: Meritíssima

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Olá! Espero que todos tenham uma ótima leitura e aproveitem o conteúdo. Deixar um comentário é muito bem-vindo e incentiva a autora, então não hesitem! Também não se esqueçam de marcar como favorito, pois isso é sempre importante.

Lembrando que essa história é um romance sáfico, quem não gosta, não leia! Não é G!P. 💋

Link da playlist da fanfic está disponível no meu quadro dê mensagens, caso alguém se interessa.

Quem chegou agora seja bem vindo, que me acompanha desde do início um beijo amo todos. É sempre um prazer ter as minhas leitoras aqui, vocês me fazem feliz. ❤️ vi que tem gente que chegou pois vou a indicação no insta, obrigada a todos pelo carinho e por estarem aqui, um beijo grande para vocês, seguimos juntos!

Já atingimos os 3k de visualizações e eu tô feliz demais, aos poucos vai crescendo essa história 🥹

Atualizações: segundas e quintas-feiras, após as 18.

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De, deixa, deixa, deixa
Eu dizer o que penso dessa vida
Preciso demais desabafar
Canção de Cláudya e Marcelo D2

Point Of View — Lauren Jauregui Albuquerque Bittencourt

Nada me estressa mais do que audiências longas, sempre cansativas e, na maioria das vezes, desnecessárias. Nesse caso, a situação era ainda mais desafiadora. Diante de mim estava Elaine, uma mãe de cinco filhos que fora pega roubando alimentos. A tensão era palpável, visível na expressão nervosa dela enquanto enfrentava a acusação. Sentada à minha frente, Elaine exibia uma fisionomia cansada, sua cabeça baixa denotava o peso da situação, e o som frequente de seu fungar revelava a ansiedade que a consumia.

Ao analisar os papéis dispostos diante de mim, ergui a cabeça para iniciar a conversa com ela. O cenário refletia não apenas o desafio legal a ser enfrentado, mas também a complexidade das circunstâncias pessoais dessa mãe de cinco filhos, envolvida em uma situação que, mais do que qualquer coisa, exigia empatia e compreensão.

— Dona Elaine, a senhora poderia me explicar o que aconteceu naquele dia e em qual situação você se encontra, onde furtar foi sua única opção! — solicitei, mantendo uma expressão séria, mas também compreensiva. A mulher ergueu o olhar concordando, embora estivesse visivelmente receosa.

— Meritíssima, eu tenho um filho doente. Vivemos de auxílios do governo e doações. É muito difícil admitir, mas o que temos não dá para viver de forma decente. — disse com a voz embargada, passando a mão no rosto. — Lucas tem microcefalia, doutora, e somos só nós dois. São tantos medicamentos, aluguel e comida que o dinheiro não dá. Eu roubei porque tenho fome, e se a gente rouba por fome é porque algo não está certo nesse país! — afirmou com seriedade, e assenti, registrando as informações que ela compartilhava. — Sou eu para tudo na vida dele, jamais queria ter feito o que fiz, mas tem coisas que a gente faz por necessidade e não me orgulho disso! — continuou, com a voz embargada, e assenti novamente. Pedi uma água e lenços para a mulher, que parecia muito nervosa.

— Dona Elaine, concordo com a senhora. De fato, se você rouba comida é porque algo não está certo nesse país. Ninguém deveria roubar o básico do básico! — declarei compreensiva, olhando para ela. — Você pegou meio quilo de arroz, feijão e um pedaço de carne. Isso é o que deveria estar na mesa de todos os brasileiros, pois é o básico do básico. Infelizmente, as coisas nesse país são mais complicadas. — disse com desgosto, e ela assentiu. — É por achar que todos deveriam ter isso que você será solta. Você e seu filho merecem uma vida digna dona Elaine, não faz sentido te manter presa por um valor que não dá nem cem reais — afirmei e ela sorriu grande, com o rosto molhado com as lágrimas. — A assistência social irá te dar orientações necessárias, para que você e seu filho tenham todas as necessidades supridas! — afirmei batendo meu martelo e declarando assim o encerramento daquela sessão.

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