Capítulo 20: Fico assim se você

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Olá meus amores! Espero que aproveitem esse capítulo que está um amor. Espero que vocês gostem do reencontro, não sei se tá com a dose de emoção necessária, mas fiz com carinho e do melhor jeito que consegui.

Caso alguém queira escutar alguma música enquanto lê, recomendo:
Aonde quer que eu vá
Fico assim sem você
Por você
Dentro de um abraço
De janeiro a janeiro...

Lembrando que essa história é um romance sáfico, quem não gosta, não leia! Não é G!P. 💋

Link da playlist da fanfic está disponível no meu quadro dê mensagens, caso alguém se interessa.

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O gueto sempre tem na frente o inimigo
A polícia é racista mais do que ninguém
A favela entre o céu, o inferno, Jerusalém
Lamenta, aguenta e enfrenta a batalha
Violenta é a vida no fio da navalha
A falha mundial espiritual um fuzil
— That's My Way
Canção de Edi Rock

Point Of View — Jorge Silva dos Santos

Quase sete meses depois, finalmente pude ouvir novamente a voz da minha mãe. Ah, como senti falta da dona Camila! Ela é tão amorosa, mas também consegue ficar brava em questão de segundos quando começo a perturbar seu juízo. Minha mãe é o pilar da minha vida, o coração da nossa casa. Durante todo esse tempo que passei longe, lutando para voltar para casa, não houve um dia sequer em que não pensei nela, nelas na verdade, porque Geise, Maria e a bisa estavam sempre nos meus pensamentos. Eu cresci rodeado por mulheres fortes e amorosas, e isso me deu uma perspectiva única sobre a vida.

Na nossa casa, minha mãe sempre foi quem segurou as pontas. Desde jovem, ela assumiu a responsabilidade de cuidar da minha irmã mais nova, Geise. Para mim, Geise era como uma irmã mais velha que eu adorava encher o saco. As coisas não eram fáceis lá em casa, no meio de toda aquela agitação. Enquanto minha mãe trabalhava duro para colocar comida na mesa, meu pai enviava uma pensão que mal dava para cobrir as despesas básicas, e ele achava que estava fazendo muito por nós.

Enquanto dona Camila cuidava da casa dos patrões, éramos nós que tínhamos que dar conta de tudo em casa. E para mim, a tarefa mais difícil era cuidar da Maria. Minha irmã mais nova era mimada por todos nós e sabia se aproveitar disso. Eu e Geise éramos responsáveis por tudo em casa e ainda tínhamos que cuidar dela. Depois de tantos meses longe, já não sei como as coisas funcionam agora, mas sei que, de uma forma ou de outra, a família sempre se mantém unida.

Quando meu pai nos deixou, quando Maria ainda era bem novinha, poderia ter me revoltado ou agido de maneira impulsiva, como muitos filhos abandonados fazem. Mas, ao contrário, decidi ser o melhor filho possível para minha mãe e mostrar a ele que quem saiu perdendo foi ele. Luiz nunca foi um exemplo de pai, sua presença não mudava quase nada em minha vida, então não senti muito sua ausência. Com o tempo, percebi que às vezes é melhor ter um pai distante do que um presente que pode nos causar traumas ainda maiores.

O que mais me revoltou foi a situação dele com Maria. A garota não tem uma única lembrança decente com nosso pai. Eu queria tanto que ele tivesse sido um bom pai para minha irmã, porque ela merece o melhor na vida. Mas Luiz simplesmente não quer ser amoroso e participativo. Ele deixou traumas em todos nós e desapareceu como se não tivesse uma família para se preocupar. É frustrante e doloroso lidar com essa realidade, mas precisamos seguir em frente.

A dedicação incansável de minha mãe era como uma luz constante em nossas vidas. Ela era a personificação do amor incondicional, uma força da natureza que nunca vacilava em seu compromisso conosco. Desde cedo, testemunhei sua abnegação, sua disposição em fazer qualquer sacrifício por nós, seus filhos. Seu amor transbordava em cada gesto, em cada palavra de conforto, em cada sacrifício silencioso que fazia para garantir nosso bem-estar.

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