Onde Estará O Meu Amor

Capítulo 21: Todo Homem

Olá meus amores! Espero que aproveitem esse capítulo. Aos poucos a vida dessa família, dessas mulheres, vai se ajeitando . Espero que estejam gostando do ritmo da história qualquer coisa estou aberta para ouvir vocês. 

Lembrando que essa história é um romance sáfico, quem não gosta, não leia! Não é G!P. 💋

Link da playlist da fanfic está disponível no meu quadro dê mensagens, caso alguém se interessa.

Na Mídia o ex marido da Camila...

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Direto vejo pai brincando com filho no parque, sinto inveja
Fico me perguntando tio o que que a vida fez comigo?
Sorrio pelos pivetes, acho da hora, olho pra baixo
Tenho mó vontade de chorar, mas não consigo
Em segundos me vem vinte e poucos dia dos pais
'Guarda presente fi, ele já não volta mais
Arrasta a cartolina com papel crepom
Amassa joga no lixo, porra, pior que esse aqui 'tava bom...— Ooorra
Canção de Emicida

Point Of View — Karla Camila dos Santos e Souza

A morte é uma certeza que acompanha toda a nossa existência, desde o momento em que nascemos até o último suspiro. É o ciclo inevitável da vida, e tudo o que vivemos até o fim é o que constitui nossa jornada, o que chamamos de viver; de vida. Desde cedo, aprendi que fazer parte desse ciclo é uma realidade que não podemos evitar, e que precisamos guardar as boas memórias e o amor por aqueles que já partiram.

No entanto, mesmo com essa compreensão, enfrentar a morte de alguém tão jovem como Jeferson é uma experiência dolorosa e desafiadora. Jeferson, um menino cheio de sonhos e potencial, teve sua vida abruptamente interrompida pelas consequências das ações de outras pessoas. É difícil aceitar que alguém tão jovem e cheio de vida possa ser tirado de nós de forma tão injusta.

Rute estava inconsolável, como era de se esperar. O caixão precisou ser fechado, já que só tinha os restos mortais do garoto. Antes do velório, ainda houve uma série de exames e procedimentos a serem realizados. Eu tentei acolher Rute da melhor forma possível, imaginando como eu gostaria de ser acolhida se estivesse em seu lugar. Ela chorava copiosamente, mesmo com os sedativos, e sua dor parecia insuperável. Eu compreendia completamente o seu sofrimento.

Segurando sua mão, pedimos juntas por paz e luz para o menino, desejando que ele encontrasse o descanso e o afeto que merecia. Meu carinho por Rute era genuíno e havia se desenvolvido ao longo das nossas incansáveis buscas por respostas e consolo. Apesar de nossos caminhos terem se cruzado devido a essa tragédia, lamentei profundamente que tenha sido necessária uma situação tão terrível para que eu encontrasse apoio em alguém tão legal quanto ela.

A família de Cleyton parecia ter desaparecido, e era evidente o medo que os consumia. Eles só apareciam quando a polícia os convocava, mantendo-se distantes e reservados. No dia do enterro, eles não compareceram, mas enviaram uma mensagem para Rute, que mesmo devastada, encontrou forças para responder.

Enquanto o caixão do garoto era baixado à terra, os angustiantes gritos de dor de Rute ecoavam pelo ar, como um eco da tristeza que nos envolvia. Acompanhei-a até sua casa naquele dia, decidida a não deixá-la sozinha. Rute viu em mim uma pessoa de confiança, e eu não podia abandoná-la em seu momento de necessidade.

Caminhando de volta para casa pelas vielas do Dendê, reflito sobre tudo o que aconteceu, sobre a dor compartilhada que une Rute e a mim. Vi aquele menino crescer, tornar-se um parceiro inseparável de Jorge, e a tragédia que se abateu sobre ele é uma ferida que corta fundo em todos nós.