Capítulo 35: A Desconhecida

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Olá meu amores, como estão!? Cheguei com mais um capítulo, cheio de emoções....

Para quem consegue ler e escutar música ao mesmo tempo, recomendo ouvir '' Como É Grande O Meu Amor Por  você'' do Roberto Carlos.. Sim é música de velho, mas juro que fará diferença no cap, e vai deixar o momento da Camila e Carol mais fofo. É obrigado ouvir? jamais, mas caso queiram estará sinalizado a hora de dar play. Ai deixa tocando até  o fim, quando ela acabar vocês podem colocar "Mãe" do Emicida para tocar, Essa de verdade é uma que todos que estão lendo essa historia precisam ouvir, em algum momento...

Os erros irei corrigir em algum momento...

Inaraí está na mídia. E não poderia ser ninguém menos que uma atriz das minhas amadas novelas rsrsrs...

**AVISO: Este capítulo aborda temas como abandono materno e problemas na estrutura familiar. Se esses assuntos são gatilhos para você, recomendo não continuar a leitura. O capítulo mostra como as meninas lidam com o abandono causado pela mãe.**

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Uma vida de mal me quer, não vi fé
Profundo ver o peso do mundo nas costa de uma mulher - Mãe, canção de Emicida

Point Of View — Narradora

O tempo nos traz a maturidade, nos traz aprendizados, e com ele também se vão muitas coisas que não voltam mais, nem quando desejamos muito que isso ocorra.

Inaraí sabia muito bem disso. Haviam se passado vinte anos desde que decidiu deixar tudo para trás, deixando as filhas, duas crianças que necessitavam de amor. Um amor que era escasso naquela casa, um amor que nunca foi dado com facilidade. Ela foi embora sem pensar duas vezes, na esperança de ter tudo que um dia não teve, de ser livre como sempre desejou. E nunca sequer olhou para trás.

O tempo passou e, com ele, a maturidade e os arrependimentos chegaram. Arrependimentos principalmente por não ter voltado, nem que fosse para tentar fazer parte da vida das filhas de alguma forma. Nos vinte anos de ausência, a mulher só tentou contato no resto do mesmo ano em que foi embora. Ela saiu de casa em maio, duas semanas antes do aniversário de Geise Carolina, o que ainda causa dor na mulher até hoje. Afinal, sua mãe poderia ter escolhido qualquer data para ir embora, mas tinha que ser justo no mês do seu aniversário e poucos dias antes.

Não esperou nem o aniversário; partiu em um dia quente, com sol forte, o morro agitado. O dia parecia igual ao nascimento da garota. Ela foi embora e, no aniversário, nem telefonou.

Camila fez um bolo para a irmã, como sempre fazia. Aprendeu cedo a fazer isso, assim como tantas outras coisas. Ela fazia questão de celebrar todas as datas importantes. Então, com seus avós, cantou parabéns para a irmã, que, naquele final de dia, ficou esperando na porta pela mãe. Uma mãe que já não voltava mais e nunca voltou para ficar de verdade.

No aniversário de dona Ana, no mês seguinte, a mulher apareceu trazendo uma torta, uma peça de roupa que a Camila precisava e uma boneca nova para Geise. As meninas ficaram felizes, mas quando perguntaram se ela iria ficar, tudo desandou. Como Camila esperava, a mãe não ficaria. Nunca ficava.

Foi embora mais uma vez para nunca mais pisar naquela favela. Não voltou nem no Dia das Crianças, nos aniversários dos pais e muito menos no Natal. E dali em diante, as filhas tiveram a certeza de que ela jamais voltaria.

Inaraí não voltou por opção, acreditando que não poderia ser a mãe de que as filhas precisavam e, acima de tudo, que merecia mais do que aquela vida naquela casa. Deixou as meninas sob os cuidados de um homem cheio de vícios e agressivo, deixando duas crianças cuidando de si mesmas.

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