Olá, meus amores! Como vocês estão? Estou aqui para trazer mais um capítulo novinho para vocês.
Domingo também é dia de fanficar!!!!!
Esse capítulo tem uma sequência de acontecimentos, nada muitooo detalhado, mas acredito que esteja bom. Começa se passando em fevereiro e depois vai para Março, ok? Boa leitura a todos, e obrigada por estarem aqui.
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"Dia 2 de fevereiro é o dia mais lindo que há, é o mar, é o amor, é a afirmação total de Yemanjá"
"Eu sei que o mar é o caminho para todo lugar" Olodum
Point Of View — Narradora
Há momentos na vida em que nos sentimos protagonistas de um grande filme — nosso próprio filme, onde sonhos se realizam e cada vitória é celebrada como um triunfo épico. E aquele era um desses momentos. No final de janeiro, Dona Ana seguia para sua última sessão de quimioterapia. O carro de Lauren estava decorado com balões brancos e rosas, e havia mensagens para que todos que passassem buzinassem em homenagem àquela mulher. Durante o caminho, Dona Ana sorriu com os olhos cheios de lágrimas, emocionada com o apoio de estranhos que comemoravam sua poderosa vitória. Alguns abaixavam o vidro e gritavam parabéns cheios de alegria; outros buzinavam tanto que o som parecia ensurdecedor, mas era um ruído bom, um som de vida. Comemorando a vida.
Ao lado de Dona Ana, Camila, Lauren e Carolina estavam lá para acompanhá-la naquele último passo da batalha. Seu cabelo estava curto e ralo, o tratamento havia levado muito, mas nada que não pudesse ser recuperado. E quando ela tocou o sino da vitória tudo vale a pena, pois ela estava curada.
No dia 2 de fevereiro, toda a família, junto com os amigos do terreiro, foram ao mar, carregando oferendas, pequenos barcos e sua devoção. Naquele ano, o agradecimento era mais profundo, mais visceral.
Camila e Lauren seguravam as mãos de Dona Ana enquanto ela caminhava com passos lentos até o mar. Vestida de branco e azul, com um pano enfeitando sua cabeça, ela sorria entre lágrimas, sentindo no peito uma gratidão infinita. Em certo ponto do trajeto, as duas a soltaram, deixando que a matriarca seguisse sozinha, cada passo na areia uma vitória, cada onda que tocava seus pés uma lembrança daquela força que nunca abandonou ela.
Carregando flores brancas, Dona Ana parou quando a água do mar subiu até sua cintura. Ali, diante da vastidão do oceano, ela se permitiu sentir o peso de tudo o que havia vivido. Estava ali, viva, após uma longa caminhada, cercada por sua família. Jorge estava finalmente em casa, e apesar de todas as lutas e todos os medos, eles estavam juntos. Havia tanto a agradecer.
— Yemanjá, odoyá — saudou a Grande Mãe, sentindo as ondas a abraçarem. — Obrigada, mãezinha, por ter ouvido minhas preces, por me dar a felicidade de viver mais um ano e, acima de tudo, por ter trazido nosso menino de volta — declarou, a voz embargada, os olhos fixos nas flores, entregando a orixá sua gratidão.
Dona Ana ficou ali, parada no mar, como se sentisse a presença silenciosa e acolhedora de Yemanjá. Cada onda parecia levar embora um pouco das dores que ainda restavam em seu corpo e devolver a paz ao seu coração. As flores brancas, suas oferendas, balançavam na superfície do mar, e ela se permitiu fechar os olhos, deixando que as memórias daquele ano pesado e cheio de batalhas se dissipassem junto com as ondas.
— Esse ano não deu para festejar como antes, pois você sabe melhor do que ninguém o quanto as coisas foram, e ainda estão sendo, difíceis. Mas eu tenho fé que, daqui a um ano, tudo estará melhor, e faremos sua festança como sempre, mãezinha — disse ela, com uma voz doce e cheia de esperança, como quem conversa com alguém que está sempre ali, ouvindo cada palavra. Ela sorriu, abaixou-se e tocou a água com as mãos, sentindo a conexão com a Grande Mãe em cada onda que passava. Naquele instante, o mar parecia responder, sussurrando segredos.
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Onde Estará O Meu Amor
FanficKarla Camila dos Santos e Souza, reside no Morro do Dendê, no Rio de Janeiro, enfrenta as adversidades da vida ao criar seu casal de filhos em meio a dificuldades. Como tantas outras mães, Camila se vê imersa na angustiante realidade de ter um filho...